Lição 3 – O perigo do ensino progressista

Lição 3 – O perigo do ensino progressista

O ensino progressista como tópico central desta lição, nos leva a explorar a percepção de que esses ensinamentos podem minar a autoridade incontestável da Bíblia.

Esse entendimento progressista carrega a premissa perigosa de que a palavra sagrada pode estar permeada de falhas, que a onipotência divina é contestável, e que o aspecto sobrenatural pode ser categorizado como mero folclore.

Estas ideias desviam a importância da noção bíblica de pecado, ao mesmo tempo em que distorcem os valores morais tradicionais e propõem uma reinterpretação da fé cristã.

Assim, os princípios cristãos bíblicos acabam sendo desfigurados em consequência desse ensino progressista.

Ao longo desta lição, iremos examinar com cuidado alguns desses conceitos potencialmente heréticos e discutir as estratégias espirituais que a Igreja pode adotar para enfrentar e resistir a esses efeitos danosos (Jd 1.3).

A descaracterização do Cristianismo

Ao embarcar nessa viagem pelo universo do ensino progressista, nos deparamos com uma preocupante realidade: a descaracterização do Cristianismo.

Este subtema central aponta para como essas interpretações progressistas podem distorcer o núcleo autêntico do Cristianismo, provocando uma mudança drástica em sua identidade.

No âmago dessas mudanças, encontramos os princípios bíblicos sendo substituídos por narrativas relativistas e reinterpretadas, o que pode levar à erosão da essência do Cristianismo como o conhecemos.

Essa transformação representa uma ameaça à própria fundação do Cristianismo e necessita ser abordada com seriedade e urgência.

A deterioração moral

O desmoronamento da moralidade é uma preocupação central em nossa exploração do ensino progressista.

A expressão bíblica últimos dias refere-se ao tempo que precede o retorno de Cristo, um período descrito como “extremamente difícil” (2 Tm 3.1).

Durante esse tempo, o comportamento humano é marcado por uma ausência de piedade, ilustrada por um declínio acentuado na moralidade (2 Tm 3.2-4).

O apóstolo Paulo oferece um aviso de que o caráter humano estará vinculado a essa impiedade, evidenciada pela degradação moral profunda.

Isso se apresenta como um cenário perturbador, onde a sociedade é dominada por uma escalada constante de pecados.

A lista paulina não é uma mera coleção de transgressões individuais, mas um retrato assustador da deterioração moral na sociedade.

A diminuição da autoridade da doutrina bíblica, aliada ao relativismo que rejeita a existência de uma norma moral absoluta, alimenta o comportamento impróprio da humanidade.

Esta rejeição de valores morais absolutos facilita a disseminação de má conduta, minando os fundamentos da fé cristã.

A expansão assustadora do pecado em nosso tempo atual é um sinal alarmante de que podemos estar vivendo nesses últimos dias.

A evidência dessa decadência é vista no desrespeito às normas morais, na rejeição dos princípios bíblicos e na indiferença à santidade.

Esta observação dá credibilidade à noção de que estamos, de fato, vivendo no período que a Bíblia descreve como extremamente difícil.

No entanto, apesar dos ataques heréticos e da crescente decadência moral, a Bíblia permanece como um farol de esperança. Ela nos chama a viver em santidade, independentemente da época da jornada cristã (1 Pe 1.15, 23-25).

Está chamada à santidade é uma resposta poderosa e necessária à influência corrosiva do ensino progressista.

A erosão da ortodoxia

A erosão da ortodoxia é um resultado perturbador da adoção do ensino progressista. Esse tipo de instrução desafia de maneira significativa a ortodoxia bíblica, colocando em xeque a essência da fé cristã.

A ortodoxia, em sua essência, valoriza a conformidade com o que é comumente aceito ou estabelecido como verdadeiro na doutrina religiosa.

Os defensores desse ensino progressista têm a tendência de diminuir o texto sagrado da Bíblia a um simples registro de experiências religiosas, o que questiona o fundamento da fé cristã.

Com tal abordagem, a autoridade inquestionável da Bíblia é rejeitada e suas verdades são negligenciadas. Isso cria um espaço perigoso onde o conteúdo doutrinário é substituído pela cultura, pelo entretenimento e pelo foco em resultados a qualquer custo.

A Bíblia nos avisa que chegará um tempo em que os cristãos se tornarão “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2 Tm 3.4).

Esse ensino progressista contribui para esse cenário, no qual a satisfação pessoal se torna mais importante que a dedicação a Deus.

Infelizmente, esta visão de mundo progressista dilui a essência do Cristianismo e diminui o poder transformador da vida em igreja.

A vida na igreja, impulsionada pelo poder do Espírito Santo, tem o potencial de ser uma poderosa força de transformação no caráter das pessoas.

No entanto, a implementação do ensino progressista, ao rejeitar a autoridade bíblica, pode deixar a igreja desprovida desse poder transformador do Espírito (2 Tm 3.5; 2 Co 4.2,3).

Assim, a igreja se torna impotente, incapaz de promover a necessária mudança de caráter nas pessoas.

É imperativo, portanto, que não negociemos a verdade inegável de que a Bíblia é a única revelação escrita de Deus.

Ela foi dada pelo Espírito Santo e tem o poder único de confrontar e convencer a consciência dos pecadores (2 Tm 3.16,17). Esta verdade não é apenas uma questão de doutrina, mas é fundamental para a fé cristã.

A corrupção da fé

A corrupção da fé é mais uma triste consequência do avanço do ensino progressista. Com a degradação do caráter humano e a erosão da ortodoxia fomentadas por esses ensinamentos, o Cristianismo e a fé bíblica sofrem uma distorção grave.

Esta descaracterização da fé não é uma mera coincidência, mas sim um efeito direto da adoção de princípios progressistas.

O apóstolo Paulo ressaltou a conduta repulsiva dos falsos cristãos (2 Tm 3.2-4), ligando-a ao comportamento licencioso e a várias concupiscências (2 Tm 3.6).

Estes falsos seguidores distorcem os ensinamentos bíblicos e capturam as pessoas através da sedução e do engano, promovendo uma versão corrompida do Cristianismo.

Estes indivíduos, escravos de suas próprias paixões, são levados a acreditar que os prazeres físicos não têm o poder de contaminar a alma.

Isso resulta em uma tolerância preocupante a pecados morais, libertinagem e abuso do corpo, que são evidentes em comportamentos como a prostituição, a adoção da ideologia de gênero, o uso de drogas, o aborto, o relativismo moral e outros.

A rebeldia desses indivíduos, aliada à ausência de uma genuína conversão, impede-os de alcançar o conhecimento da verdade (2 Tm 3.7).

Esta resistência à verdade bíblica não apenas mina a sua fé, mas também tem consequências duradouras em sua vida espiritual e relação com Deus.

Por fim, Paulo adverte que o engano desses falsos mestres e seus seguidores não ficará sem resposta. Deus é justo e não deixará tais transgressões sem juízo (2 Tm 3.8).

A responsabilidade desse engano será julgada, e as consequências serão de acordo com a justiça divina.

Veja também: Lição 1 – A igreja diante do espírito da babilônia

As teorias progressistas

Nesta segunda parte de nossa discussão, nos debruçaremos sobre as teorias progressistas, um aspecto crucial do ensino progressista que causa tanto impacto na fé cristã.

Essas teorias, que emergem de uma perspectiva liberal, buscam reinterpretar as Escrituras e a doutrina cristã de uma maneira que se alinha mais estreitamente com as tendências culturais e sociais contemporâneas.

Entretanto, devemos perguntar: até que ponto essas teorias estão de fato enraizadas na verdade bíblica, e qual é o verdadeiro custo de sua adoção para a fé cristã?

A desconstrução da Bíblia

A desconstrução da Bíblia é uma das características mais marcantes do ensino progressista.

Esta forma de ensino, que é de fato um desdobramento do liberalismo teológico, se manifesta por meio de uma rejeição direta à inspiração e inerrância da Bíblia (2 Tm 3.16).

É uma teoria que busca reestruturar a fé cristã e suas doutrinas em sua própria imagem, e faz isso tentando reinterpretar e remodelar a Bíblia de acordo com suas ideologias progressistas.

A ênfase principal do ensino progressista está no antropocentrismo, a ideia de que o homem é o centro de todas as coisas.

Isso produz pessoas que são egocêntricas, colocando a si mesmas e seus desejos pessoais acima de tudo o mais.

Esta visão egoísta da vida e da fé acaba removendo a convicção do pecado (2 Tm 3.2), tornando os indivíduos menos conscientes de suas falhas morais e menos dispostos a se arrependerem e se transformarem.

A abordagem progressista, de reinterpretar as Escrituras para satisfazer a concupiscência humana (2 Tm 4.3), é problemática.

O padrão que emerge dessa visão é um onde a Bíblia é retorcida e manipulada para justificar comportamentos e atitudes que são claramente incompatíveis com os ensinamentos cristãos.

Isso leva à propagação de um “evangelho” distorcido, onde a salvação do homem ocorre por meio de uma reforma social, com a relativização do pecado, da moral e da fé bíblica (Gl 1.7-10).

Tal perspectiva distorce a essência do Cristianismo, transformando-o em um mero instrumento de mudança social, em vez de um meio de transformação espiritual e pessoal.

Assim, o termo “progressista” refere-se às teorias que se afastam do Cristianismo bíblico, especialmente na deturpação das doutrinas e dos valores cristãos (Fp 3.18,19; 2 Pe 2.19).

Estas teorias representam uma perigosa distorção da fé cristã, que tem o potencial de levar muitos para longe da verdade bíblica.

O Teísmo aberto

O teísmo aberto é outra corrente do ensino progressista que se origina da teologia liberal. Esta teoria apresenta uma visão de Deus que é drasticamente diferente daquela retratada na Bíblia.

Ao contrário do Deus todo-poderoso e onisciente das Escrituras, o Deus do teísmo aberto é limitado e não possui conhecimento completo do futuro.

Nesta teologia, Deus não tem controle absoluto sobre o universo nem sobre a vida humana. Em vez disso, a teoria afirma que o conhecimento divino do futuro depende diretamente das ações livres dos seres humanos.

Isso reflete uma rejeição do conceito de presciência, a ideia de que Deus sabe todas as coisas com antecedência.

Uma das implicações mais chocantes do teísmo aberto é a afirmação de que Deus foi pego de surpresa pelo pecado no Jardim do Éden, e que foi forçado a redesenhar o curso da história em resposta (Gn 3.8-19).

Tal conceito se opõe diretamente aos ensinamentos bíblicos sobre a onisciência de Deus e seu plano soberano para a humanidade.

Este foco extremo nas decisões humanas sacrifica a soberania de Deus e minimiza seu poder e autoridade. A autolimitação divina, um conceito central do teísmo aberto, contradiz o que a Bíblia ensina sobre a queda e a corrupção da humanidade.

Isso tem um impacto profundo sobre a doutrina da providência divina e sobre o entendimento do mal moral no mundo.

A conclusão lógica que surge do teísmo aberto é profundamente problemática: se Deus não é soberano, então não faz sentido orar a Ele.

Embora os defensores do teísmo aberto possam não reconhecer publicamente esta conclusão, ela é inescapável se seguirmos o raciocínio proposto por essa teoria.

A Teologia da Demitologização

A Teologia da Demitologização, proposta por Rudolph Bultmann em 1958, é outra corrente do ensino progressista que tem causado um profundo impacto na compreensão bíblica.

Nesta teologia, Bultmann sugeriu um programa de demitologização do texto bíblico, onde ele alegou que a Bíblia contém mitos que precisam ser separados da verdade.

Bultmann definia mitos como histórias de caráter religioso que não têm fundamento na realidade, mas que têm como objetivo transmitir um conceito de fé.

Segundo essa perspectiva, vários aspectos cruciais da Bíblia, incluindo o Céu e o Inferno, a tentação, os demônios e a possessão demoníaca, são meramente mitológicos.

Até mesmo a doutrina da concepção virginal e a promessa da vinda de Cristo são classificadas como mitologia.

Esta teologia sugere que a Bíblia só é crível se os milagres, os sinais e outras revelações sobrenaturais forem removidos.

Esta visão reduz a Bíblia a um mero documento histórico, despojando-a de seu poder e relevância como a Palavra de Deus inspirada e autoritativa.

Contudo, como cristãos, rejeitamos firmemente essa visão. Afirmamos que a Bíblia é a verdade plena de Deus, atestada pelo Espírito Santo, sustentada pela história e confirmada por milhões de pessoas que foram transformadas pela fé em Cristo (2 Pe 1.21).

Nós rejeitamos a ideia de que a Bíblia contém mitos ou de que partes dela precisam ser removidas para que ela seja crível.

Pelo contrário, afirmamos que cada palavra da Bíblia é verdadeira e relevante, e que todas as suas histórias, doutrinas e ensinamentos são literalmente verdadeiros e aplicáveis ​​à nossa vida diária.

O conceito de demitologização é, portanto, não apenas contraproducente, mas também fundamentalmente em desacordo com a compreensão cristã da Bíblia e da revelação divina.

Leia tamém: Lição 2 – A deturpação da Doutrina Bíblica do Pecado

Refutando o ensino progressista

É imperativo para nós como crentes firmes em Cristo confrontar e refutar o ensino progressista.

Esta corrente de pensamento tem se infiltrado em muitas igrejas, diluindo a verdade do evangelho e distorcendo os ensinamentos fundamentais da fé cristã.

Conforme exploramos os meios de refutar o ensino progressista, é importante lembrar que nossa luta não é contra pessoas, mas contra ideologias e doutrinas que se opõem à verdade de Cristo.

Vamos, então, delinear estratégias bíblicas e teológicas para resistir e refutar eficazmente essa deturpação perniciosa da Palavra de Deus.

Reafirmando a autoridade bíblica

Ao combater o ensino progressista, é essencial que nós, como crentes, reafirmemos a doutrina da inspiração divina, verbal e plenária da inerrante Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17).

Isto é, a Bíblia é a revelação direta de Deus, sem erros, e cada palavra escrita em suas páginas foi inspirada pelo próprio Deus.

Um importante princípio que nos ajuda nesta tarefa é o de Sola Scriptura, instituído durante a Reforma.

Este princípio estabelece que a Bíblia é a única regra infalível e autoridade final para a fé e prática cristã.

Isso significa que tudo o que acreditamos e praticamos deve estar fundamentado na Palavra de Deus e não em tradições humanas, ideologias ou filosofias contemporâneas.

Neste sentido, o reformador Martinho Lutero nos alertou sobre a importância de distinguir o que foi entregue por Deus nas Escrituras Sagradas e o que foi inventado pelos homens.

Ele ressaltou que as tradições humanas, especialmente aquelas que surgiram durante a Idade Média sob a influência da Igreja Romana, não podem ser equiparadas à autoridade bíblica.

Da mesma forma, o teólogo Jacobus Armínio nos lembrou que a perfeição das Escrituras é comprometida quando sua verdade é negada ou reinterpretada.

Portanto, não podemos permitir que a Bíblia seja reinterpretada para se adequar às opiniões e ideologias contemporâneas.

As Escrituras são verdade em si mesmas e não precisam ser modificadas para se ajustarem aos nossos desejos pessoais ou aos padrões culturais.

Finalmente, a autoridade bíblica é confirmada quando resistimos à presunção das ideologias humanas de adicionar ou retirar algo das Escrituras (Ap 22.18,19).

Este é um alerta sério nas Escrituras que devemos sempre ter em mente. Toda doutrina, prática ou crença que vá além do que está escrito na Bíblia, ou que contradiga seu claro ensino, deve ser rejeitada como falsa.

Em conclusão, para refutar o ensino progressista, devemos afirmar corajosa e claramente a inspiração divina, a inerrância e a autoridade suprema da Bíblia.

Como crentes, devemos nos comprometer a obedecer fielmente à Palavra de Deus e resistir a todas as tentativas de comprometer ou diluir sua verdade.

Ensinando as doutrinas bíblicas

Em resposta ao ensino progressista, a Igreja deve redobrar seus esforços para ensinar as doutrinas bíblicas.

Essa responsabilidade foi delegada a nós por Jesus na Grande Comissão, que nos instruiu não apenas a fazer discípulos de todas as nações, mas também a ensiná-los a obedecer a tudo que Ele nos ordenou (Mt 28.19,20). Portanto, nossa missão não é apenas evangelística, mas também educacional.

A tarefa de ensinar as doutrinas bíblicas vai muito além da mera transmissão de conhecimento. Envolve um profundo processo de formação e transformação, no qual as vidas dos discípulos são moldadas à imagem de Cristo.

Isto é, o ensino da doutrina bíblica tem o poder de renovar nossas mentes, mudar nossos corações e transformar nossas vidas.

O apóstolo Paulo reforça a importância deste mandato educacional em suas cartas. Ele adverte Timóteo a pregar a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a paciência e ensino (2 Tm 4.2).

De modo semelhante, em sua carta aos Romanos, Paulo exorta os crentes a se dedicarem ao ensino (Rm 12.7).

A atividade do ensino é crucial porque é o meio divinamente ordenado para corrigir o erro e instruir na justiça (2 Tm 3.16).

As doutrinas bíblicas desempenham um papel fundamental na exposição e refutação das heresias, como o ensino progressista.

O ensino das doutrinas bíblicas também é vital para a transformação da natureza humana caída e a formação do caráter cristão.

Como Paulo escreve aos Efésios, devemos nos despir do velho homem, que se corrompe conforme os desejos enganosos, e revestir-nos do novo homem, que é criado para ser como Deus em verdadeira justiça e santidade (Ef 4.22-24).

Finalmente, um compromisso com o ensino das doutrinas bíblicas é essencial para o crescimento de uma igreja espiritualmente saudável e doutrinariamente sólida.

Quando cada membro do corpo de Cristo é firmemente enraizado na verdade bíblica e equipado para o trabalho do ministério, a igreja cresce e se edifica em amor, conforme cada parte faz a sua contribuição (Ef 4.16).

A resposta mais eficaz ao ensino progressista é o firme compromisso da igreja com o ensino das doutrinas bíblicas.

Devemos ser diligentes em nosso estudo e aplicação da Palavra de Deus, e estar sempre prontos para corrigir o erro e ensinar a verdade.

Enfatizando a santificação

Em resposta ao ensino progressista, a igreja precisa reafirmar a necessidade e a importância da santificação na vida do cristão. Como seguidores de Cristo, somos chamados a ser santos, assim como Deus é santo (1 Pe 1.16).

Isso não é um mero adorno de nossa fé, mas uma demanda intrínseca à nossa identidade como cristãos.

Nossa fé deve se manifestar em um estilo de vida caracterizado pela santidade, que se distingue do mundo ao nosso redor.

A palavra santificação, derivada do grego ‘hagiazõ’, implica em uma separação do pecado e uma consagração a Deus.

Esse processo não é meramente humano ou moral, é uma obra divina realizada pelo Espírito Santo em nossas vidas (Rm 12.1,2).

Ele começa no momento de nossa regeneração, quando somos nascidos de novo pelo Espírito, e continua ao longo de nossa vida, até a glorificação final (Rm 6.22).

Ao enfatizar a santificação, estamos ressaltando que o evangelho não é apenas sobre acreditar, mas também sobre viver de acordo com a Palavra de Deus.

Não basta apenas ouvir a Palavra; devemos colocá-la em prática (Tg 1.22). Isso implica em rejeitar as concupiscências da carne e viver de maneira moralmente reta em todas as áreas da vida (1 Pe 1.13,14; 1 Pe 1.15).

No entanto, precisamos entender que a santificação não é uma lista de regras a serem seguidas, nem um estado de perfeição inatingível a ser alcançado.

Trata-se de um processo contínuo de crescimento espiritual, alimentado pela graça de Deus e pela obra do Espírito Santo em nós.

Estamos sendo continuamente transformados à imagem de Cristo, dia após dia, até que um dia sejamos totalmente semelhantes a Ele.

Reafirmar a santificação também significa reconhecer a luta contínua contra o pecado em nossa vida diária.

Não devemos minimizar ou justificar o pecado, mas reconhecer nossa falibilidade e buscar constantemente o arrependimento e a renovação em Cristo.

Como Paulo escreveu aos Filipenses, devemos prosseguir para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.14).

Por fim, a santificação nos remete à importância de uma vida comunitária piedosa, na qual os membros da igreja se edificam mutuamente em amor, encorajam-se a viver vidas santas e admoestam-se quando se desviam do caminho da retidão.

É dentro desta comunidade de fé que a santificação se torna tangível e visível, à medida que crescemos juntos em Cristo.

Conclusão

Em face dos desafios impostos pelos ensinamentos progressistas, a resposta da igreja não pode ser de passividade.

Pelo contrário, a igreja deve reafirmar com vigor a autoridade das Escrituras e o poder transformador do evangelho de Jesus Cristo.

A Bíblia é a Palavra de Deus, infalível e inerrante, e não podemos permitir que seja reinterpretada ou diluída para se adequar às pressões culturais ou sociais do nosso tempo.

Os valores e verdades contidos na Bíblia são imutáveis e atemporais. Eles não estão sujeitos à evolução dos conceitos humanos ou aos ventos mutáveis da cultura popular.

Como crentes, temos a responsabilidade de viver e ensinar esses valores e verdades, não em nosso próprio poder, mas no poder do Espírito Santo que vive em nós (1 Co 2.4,5).

Resistir à heresia progressista não é uma tarefa fácil, mas é absolutamente necessária. Isso exige de nós diligência em nosso estudo das Escrituras, coragem para defender a verdade, mesmo quando é impopular, e compromisso com uma vida de santidade e discipulado.

Na face da crescente pressão para conformar-se ao mundo, devemos permanecer firmes na fé que foi uma vez por todas entregue aos santos (Jd 1.3).

Enquanto encaramos o declínio da ortodoxia e a erosão da fé em nosso tempo, devemos lembrar que nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra as forças espirituais da maldade (Ef 6.12).

Nossa confiança não reside em nossa própria sabedoria ou força, mas no poder de Deus e na verdade de Sua Palavra.

Em Cristo, temos todas as ferramentas e recursos de que precisamos para resistir ao engano e permanecer firmes na fé.

Concluindo, o ensino progressista, com seu rebaixamento da autoridade bíblica e desvalorização da santidade, representa um perigoso desvio do verdadeiro cristianismo.

Como igreja, devemos estar atentos a esses ensinamentos falsos e comprometidos em ensinar e viver de acordo com a verdade das Escrituras. Assim, seremos capazes de resistir ao avanço dessas heresias e promover a fé bíblica autêntica que transforma vidas e glorifica a Deus.

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