Lição 4 – Missões transculturais no Novo Testamento

Lição 4 – Missões transculturais no Novo Testamento

No Novo Testamento, a figura de Jesus Cristo emerge não apenas como o Messias, mas também como o primeiro e supremo missionário, enviado diretamente pelo Pai Celestial.

Este fato é corroborado em João 20:21, onde Jesus afirma que, assim como o Pai o enviou, Ele também envia seus discípulos. Este mandamento não se limita apenas aos doze apóstolos, mas estende-se a todos aqueles que seguem os ensinamentos de Cristo.

O chamado de Jesus em Mateus 4:19, “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”, estabelece a natureza missionária intrínseca do Cristianismo.

Portanto, é incontestável que o Novo Testamento é um documento profundamente missionário, desde os Evangelhos até o livro do Apocalipse.

Cada livro, seja ele um dos Evangelhos, o livro dos Atos dos Apóstolos, as Epístolas ou o Apocalipse, serve como um manual para a disseminação do Evangelho, orientando os fiéis em sua missão divina.

O Deus Missionário Revelado no Novo Testamento

O Novo Testamento não apenas nos apresenta a missão de Jesus Cristo, mas também revela o caráter intrinsecamente missionário de Deus.

Este aspecto divino é manifestado através do envio de Seu Filho, bem como do Espírito Santo, para redimir a humanidade e estabelecer o Reino de Deus na Terra.

Este subtema busca explorar a profundidade dessa natureza missionária de Deus, conforme descrita nas páginas sagradas do Novo Testamento.

A Natureza Missionária de Deus na Bíblia

A Bíblia Sagrada é um testemunho inegável de um Deus que é fundamentalmente missionário. Desde o livro de Gênesis até o Apocalipse, a narrativa bíblica é impulsionada por uma divindade que envia mensageiros, profetas e, finalmente, Seu próprio Filho para cumprir Seus propósitos divinos.

A frase “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João 20:21) encapsula essa essência missionária de Deus, que é ainda mais enfatizada em João 3:16, onde o envio de Jesus é apresentado como um ato de amor incomensurável.

No Antigo Testamento, Israel foi escolhido como o instrumento divino para manifestar a vontade de Deus ao mundo. No entanto, apesar de várias tentativas e orientações divinas, Israel falhou em cumprir plenamente essa missão. Este fato não diminuiu, contudo, o ímpeto missionário de Deus; em vez disso, preparou o terreno para uma nova estratégia divina que seria revelada no Novo Testamento.

Com a vinda de Jesus Cristo, o cenário missionário sofreu uma transformação radical. Deus não mais confiou essa tarefa apenas a uma nação, mas estendeu a responsabilidade a uma comunidade de crentes globalmente dispersa, conhecida como a Igreja.

Esta mudança não foi apenas estratégica, mas também teológica, pois marcou a inclusão de todas as nações sob o amor e a graça de Deus.

A Igreja, portanto, tornou-se o novo veículo para a missão divina, encarregada de levar a mensagem do Evangelho a todos os cantos da Terra. Este chamado missionário é um reflexo do amor de Deus, que é tão grande e sublime que não pode ser contido, mas deve ser compartilhado.

A Igreja, como corpo de Cristo, é agora a representante de Deus na Terra, continuando a obra missionária iniciada por Jesus.

Em resumo, o Novo Testamento revela um Deus que é consistentemente missionário, adaptando Seus métodos, mas nunca Seu objetivo, que é o de trazer redenção e amor a toda a humanidade.

A Igreja, portanto, não é apenas um receptor desse amor, mas também um transmissor, chamado a espalhar a boa nova do Reino de Deus a todas as pessoas, em todos os lugares.

Conheça Também: Lição 1 – A grande comissão: um enfoque etnocêntrico

A Perspectiva Missionária Inerente ao Novo Testamento

O Novo Testamento não é apenas um registro histórico ou um conjunto de ensinamentos éticos e morais; é, em sua essência, um documento missionário.

A falha de Israel em cumprir sua missão divina no Antigo Testamento levou Deus a estabelecer um novo veículo para Sua obra redentora: a Igreja de Cristo.

Este novo corpo de crentes foi incumbido de levar adiante o plano universal de Deus para a redenção da humanidade.

O envio de Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, ao mundo é a expressão máxima dessa missão divina. Ele não veio apenas para ensinar ou para ser um exemplo moral, mas para ser o “missionário por excelência”, como é evidenciado em João 3:16.

Este versículo não apenas destaca o amor de Deus pela humanidade, mas também sublinha a missão redentora que é o cerne do ministério de Jesus.

A observação do missionário escocês David Livingstone, “Deus tinha um único filho e fez dele um missionário”, encapsula de forma eloquente essa verdade central.

A afirmação ressalta o compromisso inabalável de Deus com a missão de redenção e a extensão que Ele estava disposto a ir para realizá-la, até mesmo enviando Seu único Filho.

A Igreja, portanto, não é uma instituição isolada, mas uma continuação da missão divina iniciada por Jesus. Ela é chamada a ser tão comprometida com a missão de Deus quanto Cristo foi.

Este é o legado e o chamado que o Novo Testamento deixa para todos os crentes: ser participantes ativos na obra redentora de Deus, levando o Evangelho de Cristo a todas as nações.

O Novo Testamento é um manual missionário, fornecendo a teologia, a motivação e o modelo para a missão cristã. Ele nos convoca a seguir os passos de Jesus, o missionário supremo, e a participar na missão eterna de Deus de redimir a humanidade.

A Igreja à Luz da Revelação Missionária do Novo Testamento

A compreensão de um Deus intrinsecamente missionário, conforme revelado nas páginas do Novo Testamento, coloca sobre a Igreja de Cristo uma responsabilidade inegável e ainda inacabada.

Esta responsabilidade é claramente articulada na Grande Comissão de Mateus 28:19, onde Jesus instrui seus discípulos a “anunciar o Evangelho a toda a criatura”.

Este mandato não é uma opção, mas uma ordem direta que começou com Deus enviando Seu Filho e que agora repousa sobre os ombros da Igreja contemporânea.

A missão de Deus é uma tarefa contínua que foi confiada inicialmente a Jesus e, posteriormente, à Igreja primitiva do Novo Testamento.

Esta missão não terminou com os Atos dos Apóstolos ou as Epístolas Paulinas; ela continua a ser a missão primordial da Igreja hoje.

Cada geração de crentes é chamada a participar dessa obra redentora, estendendo o alcance do Evangelho a novas fronteiras e a novas pessoas.

É crucial entender que esta missão não é apenas uma atividade externa, mas também uma transformação interna. A Igreja deve ser moldada e guiada por essa missão, tornando-se uma comunidade que reflete o amor e a graça de Deus em todas as suas ações. A missão não é apenas algo que a Igreja faz; é o que a Igreja é.

Neste contexto, cada membro da Igreja torna-se um missionário em potencial, independentemente de sua localização geográfica ou função dentro da comunidade de crentes.

O chamado para ser “pescadores de homens” é um chamado universal, que transcende barreiras culturais, sociais e geográficas.

À luz da revelação do Novo Testamento, a Igreja não é apenas um receptor da missão divina, mas um agente ativo dessa missão. Ela é chamada a continuar a obra iniciada por Jesus, levando a mensagem de redenção e amor de Deus a todas as pessoas, em todos os lugares e em todos os tempos.

Veja também: Lição 2 – Missões transculturais:  a sua origem na natureza de deus

Missões nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos

O Novo Testamento nos oferece uma visão detalhada da missão cristã através dos Evangelhos e do livro de Atos dos Apóstolos. Estes textos não apenas narram a vida e o ministério de Jesus, mas também documentam os primeiros passos da Igreja na realização de sua missão divina.

Este subtema se propõe a explorar como os Evangelhos e Atos dos Apóstolos servem como fundamentos e guias para a atividade missionária da Igreja, tanto no passado como no presente.

A Natureza Missionária dos Evangelhos

Os Evangelhos do Novo Testamento não são meras biografias de Jesus Cristo; eles são narrativas missionárias que capturam a essência do ministério de Jesus como o Enviado de Deus.

Este ministério foi caracterizado por ações que eram inerentemente missionárias, desde curas e milagres até ensinamentos profundos que revelavam o Reino de Deus.

Jesus demonstrou amor e compaixão inigualáveis enquanto proclamava a mensagem de salvação, cumprindo as profecias de Isaías 61:1-2 sobre o ungido que traria boas novas aos pobres e liberdade aos cativos.

A natureza missionária dos Evangelhos também é evidenciada na forma como foram compostos. Estes textos não surgiram em um vácuo; eles foram produzidos sob a inspiração do Espírito Santo com um objetivo claro: levar as pessoas ao conhecimento verdadeiro de Jesus Cristo.

Como afirmado em João 8:32 e 36, é o conhecimento da verdade que liberta, e essa verdade é personificada em Jesus.

Significativamente, cada um dos Evangelhos termina com o que é comumente conhecido como a Grande Comissão. Estes mandatos finais (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15-18; Lucas 24:44-48; João 20:21-23) não são apenas epílogos, mas são, de fato, o clímax da narrativa de cada Evangelho.

Eles servem como um chamado ressonante para a Igreja continuar a obra missionária iniciada por Jesus.

Esta consistência na conclusão de cada Evangelho não é coincidência, mas uma afirmação deliberada da natureza missionária do ministério de Jesus e, por extensão, da missão da Igreja.

A Grande Comissão não é uma tarefa opcional, mas um imperativo divino que define a identidade e o propósito da comunidade de crentes.

Os Evangelhos são documentos profundamente missionários que estabelecem tanto o modelo quanto o mandato para a missão cristã.

Eles capturam o coração do ministério de Jesus, que é intrinsecamente missionário, e estabelecem o fundamento para a contínua obra missionária da Igreja, chamando todos os crentes a participar ativamente na proclamação do Reino de Deus.

A Missão de Filipe e Pedro em Atos dos Apóstolos

O livro de Atos dos Apóstolos no Novo Testamento serve como uma crônica da expansão da Igreja Primitiva e, consequentemente, da missão cristã.

Entre os primeiros cristãos e líderes, a tarefa de propagar a mensagem de salvação era vista como um imperativo divino que se estendia a todos os povos e épocas. Filipe e Pedro são dois exemplos notáveis de como essa missão foi realizada nos primórdios da Igreja.

Filipe, muitas vezes considerado o primeiro missionário transcultural da Igreja Primitiva, foi divinamente dirigido para a estrada de Gaza, uma região historicamente associada aos filisteus.

Lá, ele encontrou um eunuco etíope, um alto oficial da rainha dos etíopes. Após compartilhar o Evangelho com ele, Filipe o batizou, conforme registrado em Atos 8:26-39.

Este episódio é significativo porque demonstra que a missão cristã não conhece fronteiras geográficas ou culturais; ela é verdadeiramente universal em seu alcance.

O apóstolo Pedro, por outro lado, teve uma revelação que expandiu sua compreensão da missão de Deus. Em Atos 10:34-35 e 11:17-18, Pedro reconhece que o amor de Deus e a mensagem do Evangelho são para todos os seres humanos, independentemente de sua nacionalidade ou origem étnica. Este foi um momento decisivo na história da Igreja, pois marcou a inclusão dos gentios no plano redentor de Deus.

Ambos os episódios, envolvendo Filipe e Pedro, servem como exemplos poderosos da natureza inclusiva e abrangente da missão cristã. Eles mostram que a missão da Igreja não é apenas para um grupo seleto, mas para toda a humanidade.

Esta é uma verdade que ressoa ao longo de todo o Novo Testamento, e que deve continuar a informar e inspirar a missão da Igreja hoje.

Atos dos Apóstolos nos oferece um retrato vívido de como a missão cristã começou a se desdobrar após a ascensão de Jesus. Através das ações de líderes como Filipe e Pedro, vemos que a missão da Igreja é intrinsecamente ligada ao amor inclusivo de Deus, que se estende a todas as pessoas, em todos os lugares e em todos os tempos.

A Missão de Paulo e Barnabé em Atos dos Apóstolos

O livro de Atos dos Apóstolos no Novo Testamento continua a narrar a expansão da missão cristã, destacando figuras como Paulo e Barnabé, que desempenharam papéis cruciais na disseminação do Evangelho.

Paulo, originalmente um perseguidor fervoroso dos cristãos, experimentou uma transformação radical que o levou a se tornar o “apóstolo dos gentios”, conforme descrito em Atos 9:15-16 e confirmado em outras epístolas como 1 Timóteo 2:7 e Tito 2:11.

Sua missão foi verdadeiramente revolucionária, estendendo o alcance da Igreja a diversas culturas e nações conhecidas na época.

Barnabé, outro personagem significativo, inicialmente foi enviado à Antioquia para pastorear os novos convertidos que surgiram após a dispersão dos cristãos de Jerusalém devido à perseguição.

Reconhecendo o potencial da comunidade em Antioquia, Barnabé e Paulo foram enviados em missão pelo poder do Espírito Santo. Este evento, registrado em Atos 13:1-4, marca Antioquia como a primeira igreja missionária de natureza gentílica.

A parceria de Paulo e Barnabé é notável não apenas pela extensão geográfica de sua missão, mas também pela inclusão de gentios na comunidade de fé.

Eles quebraram barreiras culturais e étnicas, estabelecendo igrejas em regiões predominantemente gentílicas e, assim, cumprindo o mandato divino de levar o Evangelho a “toda criatura”.

A história desses dois missionários serve como um modelo para a Igreja contemporânea. Eles demonstram que a missão cristã não é uma tarefa para poucos escolhidos, mas um chamado para todos os crentes, independentemente de sua origem ou status.

A missão é alimentada pelo Espírito Santo e direcionada pela vontade de Deus, como claramente visto nas vidas de Paulo e Barnabé.

O ministério de Paulo e Barnabé, conforme documentado em Atos dos Apóstolos, é um testemunho poderoso da natureza expansiva e inclusiva da missão cristã.

Eles exemplificam o tipo de compromisso, coragem e abertura que deve caracterizar a missão da Igreja, conforme delineado no Novo Testamento.

A Missão Cumprida nas Cartas e no Apocalipse

O Novo Testamento não conclui sua exploração da missão cristã nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos; ela se estende também às Cartas e ao livro do Apocalipse. Estes textos oferecem uma visão complementar sobre como a missão divina se desdobra na vida da Igreja e no plano redentor de Deus para o mundo.

Este subtema se propõe a investigar como as Cartas e o Apocalipse contribuem para nossa compreensão da missão cristã, tanto em sua teologia quanto em sua prática.

A Missão nas Cartas Paulinas

As epístolas de Paulo no Novo Testamento são documentos profundamente missionários, escritos com o objetivo de instruir as igrejas que ele havia plantado em questões tanto doutrinárias quanto práticas.

Cada carta aborda aspectos específicos da vida e missão da Igreja, refletindo a diversidade de desafios e oportunidades que as comunidades cristãs enfrentavam em diferentes contextos.

Por exemplo, a Carta aos Romanos é uma obra teológica magistral que aborda a universalidade do pecado e o processo de salvação através da fé em Jesus Cristo.

Este texto não é apenas uma exposição doutrinária, mas também um recurso missionário, fornecendo aos crentes as ferramentas teológicas necessárias para entender e comunicar o Evangelho de forma eficaz.

A universalidade do pecado e a oferta de salvação através de Cristo são temas que têm implicações diretas para a missão da Igreja em um mundo caído.

A Carta aos Efésios, por outro lado, foca na unidade da Igreja, destacando como a obra de Cristo derrubou o “muro da separação” entre judeus e gentios (Efésios 2:14).

Este tema é crucial para a missão da Igreja, pois enfatiza a inclusividade do Evangelho e o chamado para formar uma comunidade de crentes diversificada, mas unida em Cristo.

As Cartas Pastorais a Timóteo e a Tito oferecem orientações práticas para a liderança da igreja. Elas abordam as qualificações para líderes eclesiásticos e fornecem diretrizes sobre como administrar os assuntos de uma igreja local. Estas cartas são, em essência, manuais de treinamento missionário, destinados a equipar líderes para a tarefa complexa de pastorear comunidades de fé em contextos variados.

As Cartas Paulinas no Novo Testamento são textos que servem múltiplos propósitos na vida da Igreja, mas todos eles têm uma dimensão missionária intrínseca.

Elas equipam a Igreja com a teologia, a ética e as práticas necessárias para cumprir sua missão divina de proclamar o Evangelho e edificar o Corpo de Cristo.

A Missão nas Cartas Gerais

As epístolas gerais do Novo Testamento também oferecem uma rica tapeçaria de insights sobre a missão cristã, abordando uma variedade de tópicos que são fundamentais para a vida e o ministério da Igreja.

Por exemplo, a Carta aos Hebreus faz uma distinção clara entre a Antiga e a Nova Aliança, destacando a superioridade da última. Em Hebreus 7:19 e 22, a Nova Aliança é descrita como “melhor”, e em Hebreus 13:20, somos lembrados de que a missão de Deus nos coloca no centro da Sua vontade.

Este entendimento da Nova Aliança não apenas redefine a relação do crente com Deus, mas também reorienta a missão da Igreja para estar alinhada com a vontade divina.

A Carta de Tiago, por sua vez, é um manual de ética cristã que oferece sabedoria prática para viver o Evangelho de Cristo. Ela nos lembra que a fé sem obras é morta (Tiago 2:17), uma afirmação que tem implicações diretas para a missão cristã.

A fé genuína é manifestada através de ações concretas, especialmente aquelas que refletem o amor e a justiça de Deus. Portanto, a missão da Igreja não é apenas proclamar o Evangelho, mas também viver de acordo com seus princípios.

As Cartas de Pedro, por outro lado, focam na identidade e na esperança do crente. Elas nos asseguram de nossa posição como povo de Deus e da esperança da segunda vinda de Cristo. Esta esperança futura não é um convite para o escapismo, mas sim um estímulo para a ação missionária.

A certeza de nossa salvação e da futura restauração de todas as coisas em Cristo deve nos motivar a compartilhar essa esperança com outros.

Em conjunto, estas Cartas Gerais fornecem uma visão abrangente da missão cristã, abordando tanto a teologia quanto a prática. Elas nos equipam para entender melhor a vontade de Deus e para viver de uma maneira que reflita o caráter e os propósitos de Deus.

As Cartas Gerais do Novo Testamento complementam as Cartas Paulinas e outros textos bíblicos ao fornecer orientações adicionais sobre como a missão cristã deve ser entendida e praticada.

Elas nos ajudam a navegar os complexos desafios da vida cristã, mantendo sempre o foco na missão central que Deus nos confiou.

A Missão no Livro do Apocalipse

O livro do Apocalipse, o último do Novo Testamento, serve como um clímax para a narrativa bíblica, oferecendo uma visão da conclusão da história humana e do cumprimento final da missão de Deus.

Este livro, muitas vezes visto como enigmático e complexo, tem implicações profundas para a missão cristã. Nos capítulos 2 e 3, as sete igrejas da Ásia Menor são apresentadas, e é instrutivo vê-las como “igrejas missionárias”.

Cada uma enfrenta desafios e oportunidades únicos, e as mensagens a elas são tanto corretivas quanto encorajadoras, visando equipá-las para a missão em seus respectivos contextos.

O Apocalipse também reitera o interesse divino na salvação de toda a humanidade. Passagens como Apocalipse 5:9-10 e 7:9 falam da redenção de pessoas “de toda tribo, língua, povo e nação”.

Isso é um eco poderoso do tema missionário que percorre todo o Novo Testamento: a universalidade da oferta de salvação através de Jesus Cristo.

Além disso, o livro do Apocalipse culmina com a visão do Reino de Deus sendo estabelecido em plenitude na terra (Apocalipse 11:15). Esta é a esperança final e o destino para o qual toda a missão cristã aponta.

A certeza dessa realização futura deve servir como um impulso para a atividade missionária presente, incentivando a Igreja a proclamar o Evangelho com ousadia e urgência.

O Apocalipse, portanto, não é apenas um livro sobre o “fim dos tempos”, mas também um texto missionário que fornece uma perspectiva escatológica para a obra da Igreja.

Ele nos lembra que a missão cristã é parte de um plano divino maior, que culminará na redenção e restauração de todo o cosmos.

O livro do Apocalipse serve como um lembrete poderoso da amplitude e do objetivo final da missão cristã. Ele nos chama a participar na obra redentora de Deus, que começou com a vinda de Jesus e continuará até que Ele retorne para estabelecer Seu Reino eterno.

Conclusão

O Novo Testamento oferece uma visão abrangente e coerente da missão divina para a redenção da humanidade e da criação. Desde os Evangelhos, passando pelos Atos dos Apóstolos e pelas Cartas Paulinas e Gerais, até o livro do Apocalipse, vemos um Deus que é intrinsecamente missionário.

Ele enviou Seu único Filho, Jesus Cristo, para pagar o preço da redenção com Seu próprio sangue, estendendo essa oferta de salvação a pessoas de todas as tribos, línguas, povos e nações.

Esta missão não termina com a obra de Cristo, mas continua através da Igreja, que é chamada a ser co-participante na obra redentora de Deus.

A Igreja é equipada e guiada por textos que são, em sua essência, missionários, fornecendo tanto a teologia quanto as práticas necessárias para cumprir esta tarefa divina.

Estes textos nos lembram que a missão cristã é tanto um chamado quanto um imperativo, nascido do coração de Deus e destinado a alcançar todos os cantos da terra e todos os aspectos da criação.

Portanto, se a missão nasce do coração de Deus, ela deve ocupar um lugar central no coração de cada crente que se dedica à obra missionária. A missão é a expressão prática do amor de Deus, um amor que busca restaurar e redimir um mundo caído.

Cada texto do Novo Testamento nos aproxima mais desse entendimento, equipando-nos para participar eficazmente na missão mais grandiosa de todas: a missão de refletir o amor e a graça de Deus em um mundo que desesperadamente precisa de ambos.

Para mais informações e estudos aprofundados sobre este tema, você pode consultar a Revista Lições Bíblicas para o Professor do 4º trimestre, disponível no site da CPAD: Revista Lições Bíblicas – CPAD.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *