Lição 7 – A responsabilidade é individual

Lição 7 – A responsabilidade é individual

A responsabilidade é um conceito importante para a vida em sociedade. Sem responsabilidade, as pessoas não teriam nenhum compromisso com o bem-estar coletivo e seriam egocêntricas e egoístas. A responsabilidade é o que nos faz cumprir nossas obrigações e assumir as consequências de nossos atos.

Apesar da destruição de Jerusalém e do exílio babilônico, os israelitas ainda não haviam entendido a palavra do Senhor. Mesmo na escuridão daquela época, Deus continuava falando com eles, mostrando o caminho para a libertação.

Porém, os israelitas estavam cegos diante da presença de Deus e preferiram seguir os caminhos do mundo. A compreensão equivocada na mente dos israelitas só foi substituída quando Jesus veio à terra pregar o evangelho da salvação.

Muitas pessoas não acreditam em Deus simplesmente porque não tiveram uma experiência pessoal com Ele. Elas baseiam sua opinião apenas naquilo que os outros lhes contam a respeito de Deus. Mas somente através de Jesus é que podemos ter uma visão correta de Deus e entender Seus planos para nossas vidas.

Ao longo da Bíblia, vemos diversos exemplos de pessoas que foram transformadas por Deus após terem tido uma experiência direta com Ele. Paulo, por exemplo, era um perseguidor de cristãos, até que teve um encontro com Jesus e se tornou um dos maiores evangelistas do mundo.

Os israelitas estavam enfrentando consequências graves por um erro que não era deles. Era injusto e deixava-os revoltados. Mas Deus explica que cada indivíduo é responsável pelos seus próprios atos e, portanto, carrega as consequências dos seus erros (Ez 18.4).

Mesmo que os pais tenham pecado, isso não justifica os filhos fazendo o mesmo. Cada um responde por si diante de Deus. É importante entender essa lição para levar uma vida melhor e evitar a rebeldia.

I – Sobre a máxima usada em Israel

No comentário da lição, fica clara a desconstrução do falso conceito de maldição hereditária, encontrado no ditado popular de Israel, que dizia: “Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram”.

O ditado popular de Israel reforça o conceito de maldição hereditária, encontrado na maioria das culturas. Segundo esse conceito, as desgraças que atingem uma família são passadas para as gerações subsequentes.

No entanto, a lição de hoje mostra que esse falso conceito pode ser desconstruído. De acordo com a ciência, as características herdadas são resultado da junção dos genes transmitidos pelos pais.

Ou seja, os problemas de um indivíduo não são consequência de maldições hereditárias, mas sim da herança genética recebida dos progenitores.

O próprio Deus se encarrega de afirmar ao profeta que tais palavras deveriam ser proibidas, pois não refletiam a verdade sobre os últimos acontecimentos.

O castigo sobreveio em razão da rebeldia contumaz dos israelitas e permaneceria sobre todos os que continuassem na condição de pecado.

O fato é que a dureza de coração e a cauterização do entendimento deles eram tão intensas a ponto de pensarem que Deus estava sendo injusto com a nação ao trazer tamanha punição.

A ignorância do povo, assim como a procura por justificativas insustentáveis eram sinais da cegueira espiritual. Em vez de buscarem a face do Senhor com lágrimas sinceras de arrependimento, vestirem-se de saco e cinza, humilhando-se perante Deus, e se converterem de seus maus caminhos, eles preferiam questionar os caminhos do Senhor.

II – Sobre a salvação para todos os seres humanos

Mesmo tendo sofrido com o cativeiro, os israelitas ainda eram amados por Deus. Sua mensagem era normativa, mostrando que eles continuavam sendo Seus escolhidos, apesar de toda a dor que estavam passando.

Deus estava sempre com eles, mesmo nos momentos mais difíceis. Sua presença era marcante e era para eles um grande consolo naqueles momentos de angústia.

A fidelidade de Deus era incondicional. Mesmo quando os israelitas erram, Ele os perdoa e continua se relacionando com eles da melhor maneira possível. Essa é uma boa lição para nós hoje: apesar de todos os nossos erros, Deus continua nos amando incondicionalmente.

Eles deveriam aceitar o castigo divino e converterem-se dos seus maus caminhos, pois a promessa de Deus era a restauração completa da nação.

De outro modo, a mensagem possuía também caráter escatológico, indicando a maneira como Deus lida com todos os pecadores. O pecado original trouxe sequelas permanentes para a natureza humana.

Como afirma Stanley Horton, toda a humanidade, em algum sentido, está vinculada a Adão. Por causa dele, todas as pessoas estão fora da bem-aventurança do Éden (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21,22).

Teologicamente, essa ideia recebe o nome de solidariedade, visto que todos compartilham da mesma culpa. Outro conceito é o de corrupção, isto é, a natureza humana está deteriorada e não pode fazer o que é espiritualmente bom sem a ajuda graciosa de Deus (CPAD, 1996, p. 269).

Apesar da herança pecaminosa estar presente na natureza humana, sujeitar-se às suas inclinações é uma escolha individual. Deus já proveu o meio pelo qual o pecador pode encontrar não apenas a remissão da culpa, como também o novo nascimento (Jo 3.36).

Veja Também: 5 Passos para ter uma vida com Deus

Responsabilidade Individual (Ez 18.1-20)

Ezequiel se torna um grande teólogo na Bíblia. Como pastor, ele é preocupado com o cuidado e a cura das almas; ou como profeta, ele declara conselhos de Deus com franqueza e determinação.

Mas aqui se trata de doutrina. Ele estuda as Escrituras detalhadamente e aprende tudo sobre Deus. Ezequiel é um exemplo para todos nós: precisamos dedicar tempo à Palavra de Deus para aprendermos mais sobre Ele.

A Bíblia é a nossa fonte de sabedoria e orientação, e é importante que estudemos Sua Palavra para crescermos espiritualmente.

Deus é justo e amoroso. Mesmo que os filhos possam sofrer por causa dos pecados dos seus pais em uma ordem natural de causa e efeito, Deus não vai castigar um filho pelos pecados do pai e não considerará justo o filho injusto porque seu pai foi justo.

Deus quer que todos tenham vida, e é por isso que Ele nos perdoa quando pedimos arrependimento sincero. Devemos ter esperança de que Deus nos perdoará pelos nossos pecados, assim como Ele perdoou a Israel quando estavam na escravidão no Egito.

Deus é justo e nos ama muito. Por isso, Ele nos deu os mandamentos para que sigamos Seus caminhos e assim podermos ter a certeza de que Ele nos protegerá dos juízos do mal. Duas vezes no capítulo Ezequiel diz: a alma que pecar, essa morrerá (Ezequiel 18:20)”.

Quando seguimos os mandamentos de Deus, estamos obedecendo a Sua palavra e recebendo o Seu favor. Então, podemos ter a tranquilidade de que tudo vai correr bem em nossas vidas.

III – Sobre a reação de Israel

Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito. Ouvi agora, ó casa de Israel: Porventura não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos tortuosos?

Ezequiel 18:25

Na verdade, Javé está perguntando se os caminhos do povo de Israel não são tortuosos. Ele questiona se o povo não anda na direção errada. Mas a pergunta retórica não espera resposta, trata-se de uma afirmação em forma de pergunta. É o que Javé afirma nessa passagem.

Essa é uma questão interessante, pois parece sugerir que os caminhos de Javé e dos homens são diferentes. Mas será mesmo? Ou será apenas uma impressão? Afinal, para Javé, tudo está sob Seu controle.

É possível que esse versículo esteja nos lembrando de que os caminhos de Deus são misteriosos e que, por isso, não devemos julgar os outros pelas aparências. Pois o Senhor conhece o coração de cada um e sabe o que é melhor para cada um.

De qualquer forma, essa passagem nos convida a refletir sobre a importância de andarmos na direção da vontade de Deus, mesmo quando os caminhos parecem tortuosos.

A lei da responsabilidade individual é justa e está de acordo com os atributos divinos. Esse atributo é manifesto no castigo do pecador e na premiação do justo: “o qual recompensará cada um segundo as suas obras” (Rm 2.6).

Deus nos cobra pelos nossos atos, sejam eles boas ou más ações. A recompensa vem na forma de felicidade ou sofrimento aqui na terra, conforme o que escolhemos durante a vida. Essa é uma lei imutável estabelecida por Deus, que devemos respeitar para vivermos em harmonia com a Sua vontade.

Conclusão

O povo de Israel cometeu o mesmo erro que muitos de nós cometemos até hoje: achar que a responsabilidade é coletiva e não individual. Na Bíblia, lemos sobre o povo de Israel que foi libertado do cativeiro no Egito e, em vez de agradecer a Deus pelo milagre, culparam-no por todos os seus problemas.

Assim como o povo de Israel, muitos de nós também tentam colocar a responsabilidade nas costas de outras pessoas quando as coisas dão errado na nossa vida. Mas a verdade é que somos nós os únicos responsáveis pelas escolhas que fazemos e pelos resultados que obtemos.

Deus nos concedeu livre arbítrio para fazer o bem e, inclusive, escolhermos os próprios destinos. Por isso, é importante assumirmos a responsabilidade por aquilo que acontece conosco e buscarmos soluções para os nossos problemas. Somente assim poderemos ter uma vida feliz e realizada.

Deus deu a este povo a responsabilidade de ser uma luz para as nações, mas eles se esqueceram que Deus julga individualmente cada um de seus filhos.

Veja a Lição Passada Aqui: A Justiça de Deus

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