Lição 7 – A responsabilidade da igreja com os missionários

Lição 7 – A responsabilidade da igreja com os missionários

Responsabilidade é um aspecto fundamental na missão que a Igreja assume no envolvimento com o trabalho missionário. Esta sagrada tarefa envolve não apenas a identificação e o preparo, mas também o envio e o suporte contínuo aos missionários e suas famílias.

Um cuidado holístico é essencial, considerando o missionário, seu cônjuge e filhos, todos imersos em um desafiante contexto transcultural. A adaptação a esta nova realidade é crucial para o sucesso do ministério, alinhando-se fielmente aos planos estabelecidos.

Nesta lição, iremos explorar em profundidade o papel vital da comunidade eclesiástica no apoio ao missionário e seus entes queridos, uma verdadeira extensão do amor e serviço que nos são ordenados.

A igreja e o sistema de apoio aos missionários

A Igreja desempenha um papel insubstituível como alicerce de sustentação aos missionários, sendo o sistema de apoio que ressoa a essência da comunhão cristã e do serviço diligente. Este sistema não é apenas uma rede de segurança, mas também um sinal vibrante da unidade do Corpo de Cristo em ação.

Ao considerarmos a Igreja e seu sistema de apoio, contemplamos uma estrutura divinamente instituída que equipa os missionários não só com recursos materiais, mas também com oração e encorajamento, essenciais para a jornada que têm pela frente.

A responsabilidade da igreja

A responsabilidade da igreja local no sustento dos missionários é uma tarefa básica e contínua, que atravessa as fronteiras geográficas e transcende as barreiras culturais.

Este compromisso não é temporário, nem secundário; ele é um elemento integral da missão da igreja, tão vital quanto a própria pregação do Evangelho.

Assim como o apóstolo Paulo delineou nas viagens missionárias descritas em Atos, a igreja de origem serve como ponto de partida e suporte constante para o missionário (At 11.19-26; 13.1-5; 14.25-28; 16.1-8).

A igreja deve reconhecer e se conscientizar de sua função bíblica como o lugar de formação e envio de missionários, entendendo que os mesmos são extensionistas de seu ministério e, portanto, estão sob sua alçada de cuidado e direção.

É um elo que não se rompe quando o missionário deixa o ambiente eclesiástico local; ao contrário, ele se fortalece através de uma rede de apoio que acompanha o obreiro em sua jornada (At 13.1-5).

Por conseguinte, há uma orientação pastoral essencial que deve ser observada; o missionário age não apenas por uma convocação pessoal, mas como um emissário da visão que o Espírito Santo revela coletivamente à igreja. Assim como no relato bíblico onde a imposição de mãos era seguida pelo envio (At 6.6; 1.24), o missionário de hoje deve se manter alinhado com a direção pastoral e o propósito espiritual que guiam sua missão.

A reciprocidade é um componente crucial neste sistema. Assim como a igreja se compromete com o suporte ao missionário, este último tem o dever de prestar contas de sua atuação no campo missionário. Relatórios periódicos sobre o progresso da obra, as necessidades que surgem e os testemunhos são fundamentais para a comunicação eficaz e a transparência (At 15.4,12; 21.19).

Este intercâmbio de informações não só mantém a igreja informada, mas também instiga a intercessão e o apoio continuado por parte da comunidade de fé.

Ademais, o sistema de apoio missionário deve ser tal que permita aos missionários dedicarem-se inteiramente à tarefa para a qual foram chamados, sem que haja prejuízo de seu tempo e energia em preocupações secundárias.

O trabalho de missões, por sua natureza, exige foco e entrega total, e a infraestrutura de apoio deve refletir e facilitar esse princípio. Desta forma, os missionários podem concentrar-se no que realmente importa: o avanço do Reino de Deus e a propagação do Evangelho.

O sistema de apoio e a “obra de fé”

O sistema de apoio à obra missionária está intrinsecamente atrelado ao que poderíamos chamar de “obra de fé”. Desde o alvorecer até a consumação de qualquer empreitada missionária, é a fé que serve como o motor e a âncora para as atividades e o sustento envolvido.

Os missionários, embora apoiados por estruturas eclesiásticas, são chamados a colocar sua confiança inabalável em Deus, confiando na Sua provisão e na fidelidade daqueles que são movidos pelo Espírito para contribuir e sustentar o trabalho.

Esta dinâmica de fé não se restringe apenas aos que são enviados; ela permeia todo o corpo da igreja. Aqueles que se encontram na retaguarda do campo missionário, os que provêm recursos e intercessões, igualmente devem ser caracterizados pela fé.

É uma fé ativa, demonstrada através da oração e do sacrifício. A ausência desses elementos fideísticos poderia levar ao enfraquecimento e eventual insucesso do ministério missionário.

Além disso, há uma conexão direta entre o exercício da fé e o cumprimento da Grande Comissão de Jesus – “Ide e fazei discípulos”. A obediência a este mandamento, impregnada de fé e ação, resulta no crescimento e na expansão do Reino de Deus.

O relato de Atos dos Apóstolos (At 2.42-46) nos mostra uma igreja primitiva fervorosa, dedicada ao ensino dos apóstolos, à comunhão, ao partir do pão e às orações. O resultado foi uma igreja que cresceu em número e em graça, refletindo a realidade de uma verdadeira “obra de fé”.

Portanto, tanto para os que partem para terras distantes quanto para os que permanecem, a fé não é um conceito abstrato; é a substância de suas ações e o fundamento sobre o qual se ergue toda a obra missionária.

É com essa convicção de fé que cada passo é dado, cada oração é oferecida e cada sacrifício é realizado, todos contribuindo para o avanço da missão de Deus no mundo.

O objetivo de Missões

O fulcro das Missões, sua razão de ser, reside no desejo de que Cristo seja conhecido e adorado em todos os recantos do globo. Este é o alvo supremo de toda atividade missionária, a pedra angular que dá sentido e direção ao chamado de cada missionário.

Como o apóstolo Paulo expressa em Filipenses 4:19, há uma promessa divina de provisão; quando a obra é realizada para a glória de Cristo, Ele mesmo assegura que todas as necessidades serão supridas, não deixando seus servos desamparados.

A magnificência deste objetivo não se detém no aspecto material ou logístico. Antes, ela é profundamente espiritual, pois na essência da missão está a presença inconfundível de Jesus.

Sua promessa de estar conosco “todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28:20), confere uma dimensão transcendental à jornada missionária. Não é um caminho solitário; é uma senda acompanhada pela presença constante do Salvador.

Além disso, é essencial reconhecer que a ação do Espírito Santo é o vetor pelo qual o nome de Jesus é levado a novos territórios e corações.

Não é uma obra humana, mas divina, realizada através de vasos humanos. O Espírito atua não somente como o grande Capacitador, mas também como o Agente que prepara os caminhos e toca os corações antes mesmo de a palavra ser pregada.

Portanto, é imperativo que haja um robusto apoio e um planejamento estratégico por parte da igreja local. A obra missionária não deve ser encarada como uma atividade secundária ou opcional, mas como uma expressão essencial do coração de Deus.

Deve-se investir tempo, recursos e energia para assegurar que o nome de Jesus seja proclamado, que Seu amor alcance os não alcançados, e que Sua adoração ecoe em cada cultura e língua.

Isso requer uma mobilização coletiva, um alinhamento de visões e esforços, para que, unidos no propósito divino, a igreja cumpra eficazmente o mandamento missionário de fazer Cristo conhecido por toda a terra.

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O cuidado integral dos missionários

A abordagem da Igreja ao cuidado dos missionários transcende o suporte financeiro e logístico; é um cuidado integral que toca todas as facetas da vida do missionário e de sua família.

Essa assistência abrangente é crucial, pois o bem-estar físico, emocional e espiritual dos missionários é fundamental para a sustentabilidade e o fruto de seu trabalho no campo.

Desse modo, a igreja deve enxergar o cuidado dos missionários como uma extensão de sua própria vida comunitária, estendendo a mão para prover apoio contínuo e garantir que, mesmo distantes, eles e suas famílias se sintam parte integrante do corpo de Cristo.

Este cuidado é um reflexo do amor e do compromisso da igreja para com aqueles que são chamados a representá-la nas fronteiras da missão.

O cuidado integral

O conceito de cuidado integral direcionado aos missionários é uma manifestação profunda da responsabilidade da igreja local. Esse zelo não se restringe às questões financeiras; é uma preocupação holística que engloba todas as áreas da vida daqueles que foram enviados para proclamar as Boas Novas.

É o reconhecimento de que cada missionário é um ser completo, com necessidades espirituais, emocionais, físicas e sociais. A igreja, atuando como corpo de Cristo, deve estar atenta e preparada para nutrir, apoiar e interceder por esses aspectos de forma contínua.

Na esfera espiritual, é imperativo que o missionário receba suporte constante em oração e acompanhamento pastoral. Como descrito em Atos 17:14-15, a dedicação ao trabalho missionário não se limita ao ato de enviar; envolve um compromisso contínuo com o crescimento espiritual e bem-estar do enviado.

O acompanhamento pastoral é crucial para a manutenção da saúde espiritual do missionário, permitindo-lhe enfrentar os desafios internos e externos que surgem no ministério.

Em termos emocionais, a responsabilidade da igreja se expande para o cuidado da saúde mental dos seus missionários. O isolamento, o choque cultural e o estresse do trabalho em campo podem levar a desafios emocionais significativos.

Assim, é essencial que a igreja promova uma rede de suporte que inclua aconselhamento e encorajamento, garantindo que os missionários se sintam compreendidos e apoiados.

O aspecto físico do cuidado integral envolve a preocupação com a saúde e o bem-estar físico dos missionários. A igreja deve estar ciente das condições de vida no campo e pronta para atender a quaisquer necessidades médicas ou nutricionais.

Além disso, é necessário assegurar que os missionários tenham períodos adequados de descanso e renovação, para que possam servir de maneira sustentável.

No contexto social, o cuidado da igreja abrange a preparação e a adaptação do missionário e de sua família à nova realidade cultural. É fundamental apoiar na construção de relacionamentos saudáveis no campo e manter os laços com a comunidade de origem.

O envio de equipes para visitas regulares ao campo demonstra a preocupação contínua e o vínculo afetivo da igreja para com seus missionários, como mencionado em Filipenses 1:3-11, onde a intercessão e o agradecimento constante pelos missionários são evidenciados.

Este cuidado integral não é uma opção, mas uma ordem bíblica para que a obra de Deus avance. A saúde plena do missionário reflete-se diretamente na qualidade e eficácia do seu ministério. Por isso, cada igreja deve ver-se como guardiã e facilitadora da missão, engajando-se ativamente na vida daqueles que foram chamados para serem as mãos, os pés e a voz de Cristo em terras distantes.

Assim, a palavra-chave “responsabilidade” assume um significado vasto e profundo, convocando cada membro do corpo de Cristo a participar ativamente no cuidado dos seus missionários, em todas as dimensões da sua existência.

Uma agenda quanto à volta do missionário

A igreja, ao receber seus missionários de volta ao lar após um período extensivo de serviço no campo, deve se encarregar de planejar cuidadosamente a agenda de reentrada desses valorosos trabalhadores no cotidiano da comunidade.

Este planejamento envolve não apenas as atividades eclesiásticas, mas também os necessários cuidados pessoais e familiares que são essenciais para o bem-estar e a renovação dos missionários e seus entes queridos.

A responsabilidade da igreja nesse aspecto é fundamental para garantir que o retorno ao ambiente doméstico seja suave e restaurador.

Os primeiros dias de retorno são muitas vezes os mais desafiadores. O missionário, acostumado com o ritmo e os desafios do campo, pode se deparar com uma sensação de deslocamento, o que torna a acolhida afetuosa e a compreensão da igreja ainda mais cruciais.

Além disso, o acompanhamento contínuo, oferecido através do suporte pastoral e do aconselhamento, pode ser um bálsamo para o coração daqueles que voltam do serviço ativo, ajudando-os a reintegrar-se à vida comunitária e a encontrar nova direção para seus dons e vocações dentro do contexto local.

A agenda bem pensada também deve levar em conta a necessidade de um descanso adequado. O missionário precisa de tempo para recuperar-se fisicamente e emocionalmente das exigências do campo.

Por isso, é importante que haja espaços na agenda para momentos de lazer e reflexão, permitindo assim que o missionário e sua família possam recarregar suas energias e renovar seu compromisso com a obra de Deus.

O cuidado com a saúde física não pode ser negligenciado. O missionário frequentemente retorna com necessidades médicas específicas que surgiram no campo ou que foram adiadas devido ao serviço.

A responsabilidade da igreja inclui assegurar que haja acesso a cuidados médicos de qualidade e que as consultas e tratamentos necessários estejam dentro da agenda de retorno, demonstrando assim o valor inestimável que a igreja atribui à saúde de seus missionários.

Além do mais, a readaptação cultural e o apoio psicológico são componentes vitais do cuidado integral. É necessário que a igreja esteja atenta e seja proativa no apoio a este processo, ajudando os missionários a se ajustarem novamente à cultura local, que pode parecer estranha após anos de adaptação a um contexto transcultural.

A igreja pode organizar grupos de apoio ou oferecer serviços de aconselhamento para auxiliar nessa transição.

Por fim, o aspecto espiritual do cuidado não deve ser esquecido. A agenda de retorno deve incluir oportunidades para que o missionário compartilhe suas experiências e testemunhos, incentivando assim a fé da comunidade e reavivando o chamado missionário dentro da igreja.

Esta troca de experiências fortalece a visão missionária da igreja e reitera a responsabilidade conjunta de levar o Evangelho a todas as nações.

Através deste planejamento meticuloso e considerado, a igreja não apenas cumpre seu dever de cuidado, mas também reafirma seu compromisso com a obra missionária e com aqueles que são chamados para essa nobre tarefa.

Maneiras práticas de se comprometer com os missionários

A igreja moderna enfrenta o desafio animador de se comprometer ativamente com o sustento de seus missionários, não apenas em oração e apoio moral, mas também através de métodos concretos e tangíveis.

Este compromisso envolve uma variedade de estratégias práticas que asseguram o cuidado contínuo e o suporte necessário para que os missionários possam realizar sua vocação eficazmente.

Desde a implementação de programas de adoção de missionários por membros individuais ou grupos da igreja até o estabelecimento de fundos de emergência para necessidades imprevistas no campo, as maneiras práticas de se engajar na missão são tantas quanto diversificadas.

Cada uma destas abordagens reflete o coração da igreja para com a grande comissão e destaca o papel indispensável da comunidade de fé no cumprimento do chamado missionário global.

Comunicar as necessidades

Em meio ao dinamismo contemporâneo, a comunicação assume um papel crucial na jornada da igreja rumo ao cumprimento de sua missão. Assim, ela deve ser eficaz tanto no compartilhamento de informações quanto no atendimento às necessidades dos missionários.

O apóstolo Paulo, consciente dessa realidade, exortou os romanos a estarem em contínua comunhão e solidariedade com os santos em suas necessidades (Romanos 12:13).

É imperativo que a igreja atual incorpore esse princípio, estabelecendo canais de comunicação robustos e eficientes que transmitam não só as necessidades, mas também as vitórias e desafios do campo missionário.

Com essa perspectiva, a igreja local deve ser uma ponte, não um isolante, promovendo a fluidez das informações relevantes.

Durante os cultos, momentos especiais podem ser dedicados à atualização da congregação sobre a obra missionária. Essas ocasiões servem para sensibilizar o corpo de Cristo sobre a realidade enfrentada pelos missionários e suas famílias.

Igualmente, através de boletins, e-mails, e redes sociais, a igreja pode criar uma rede de comunicação que mantém todos informados e engajados, tornando-se assim mais do que ouvintes, mas participantes ativos da missão.

Outra ferramenta vital é a utilização de mensagens de texto e grupos de oração online, que podem rapidamente disseminar pedidos de oração e atualizações.

Esta estratégia permite que a igreja responda prontamente às necessidades emergentes, oferecendo suporte espiritual e material de forma ágil e coordenada.

Além disso, esses meios de comunicação proporcionam um sentimento de proximidade e apoio comunitário, elementos essenciais para o encorajamento dos missionários.

É também benéfico que a igreja cultive uma cultura de transparência na divulgação de necessidades e sucessos missionários. Ao fazer isso, cria-se um ambiente de confiança e responsabilidade compartilhada, onde cada membro se sente parte integral da missão.

A celebração dos sucessos traz inspiração e motivação, enquanto o compartilhamento das dificuldades promove um senso de urgência e compaixão que pode levar a ações concretas de suporte.

A prática regular de informar a igreja sobre a agenda missionária e os progressos no campo missionário não só educa a congregação sobre a importância das missões, mas também reforça a noção de que são co-trabalhadores nesta grande empreitada.

A oração coletiva e o apoio financeiro fluem mais facilmente quando a igreja é bem informada e se sente emocionalmente investida na obra missionária.

Por fim, estabelecer um comitê de missões ou designar um coordenador para manter o fluxo de comunicação pode ser extremamente útil.

Esta pessoa ou equipe pode atuar como elo de ligação entre a igreja e os missionários, garantindo que necessidades e triumphos sejam comunicados eficientemente.

Tal estrutura organizacional mostra a seriedade com que a igreja abraça a responsabilidade da missão e ressalta seu compromisso em ser uma força atuante no apoio aos missionários.

A responsabilidade da igreja na comunicação das necessidades missionárias é, portanto, multifacetada e indispensável.

Este compromisso deve ser mantido com fervor, através de uma abordagem que envolva toda a congregação na obra missionária, criando assim uma comunidade verdadeiramente envolvida na expansão do Reino.

Doar para suprir necessidades

O apoio material é uma parte incontornável do sucesso de missões. Aqueles que se embrenham nos confins do mundo para levar a mensagem do Evangelho frequentemente enfrentam adversidades que vão além do espiritual e psicológico, estendendo-se às necessidades físicas e materiais mais básicas.

A igreja de Corinto, sob a orientação de Paulo, serve de exemplo histórico para a igreja moderna na questão da generosidade e no suporte às necessidades dos missionários (1 Coríntios 8:1-7).

A generosidade daquela comunidade reflete o chamado para que cada crente, hoje, se comprometa a doar e assim participar de forma tangível no trabalho missionário.

Abrir caminhos para que os missionários compartilhem suas necessidades proporciona à igreja local uma oportunidade única de expressar sua fé de maneira prática.

Quando os missionários têm a liberdade e a plataforma para expressar os desafios enfrentados no campo, eles não somente encontram apoio para suas necessidades imediatas, mas também fortalecem o vínculo com sua igreja enviadora. Isso cria um sentido de unidade e propósito partilhado que vai além das contribuições financeiras.

A doação para missões não é apenas uma questão de caridade, mas um ato de adoração e obediência a Deus. Ao doar, a igreja está a praticar a verdadeira religião que olha pelos órfãos e pelas viúvas nas suas tribulações e se mantém imaculada pelo mundo (Tiago 1:27).

Esta prática de generosidade reflete a própria natureza de Deus, que deu Seu Filho unigênito para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16).

Além disso, a doação regular e sistemática para o campo missionário garante que os missionários possam se concentrar no trabalho a que foram chamados, em vez de se preocuparem com as necessidades materiais. Isto permite que a obra do Evangelho prossiga sem interrupção e que mais pessoas sejam alcançadas com a mensagem salvadora de Cristo.

A responsabilidade de doar para suprir as necessidades dos missionários não deve ser vista como um fardo, mas como um privilégio. Através desta prática, cada membro da igreja se torna coparticipante na obra missionária e tem a oportunidade de colher as bênçãos associadas ao cumprimento do mandamento de amar e servir aos outros.

A contribuição financeira para as missões deve, por isso, ser encorajada como uma disciplina espiritual regular, integrada na vida da igreja. Iniciativas como ofertas especiais, compromissos de doação a longo prazo e a inclusão de missões no orçamento geral da igreja são formas práticas de garantir que as necessidades dos missionários sejam atendidas.

Ao doar para suprir as necessidades dos missionários, a igreja local estabelece uma conexão vital com o campo missionário e cumpre a visão bíblica de cuidado e comunhão. Este é um chamado para que cada crente seja fiel na mordomia dos recursos que Deus lhe confiou, para o avanço do Reino e para a glória de Deus.

Orar e jejuar pela causa

A prática do jejum e da oração é uma disciplina espiritual profundamente enraizada na tradição cristã, servindo como uma expressão de humildade, dependência e intensidade na busca pela vontade de Deus.

O livro de Atos dos Apóstolos destaca a importância dessa prática no contexto missionário, particularmente no envio de Paulo e Barnabé (Atos 13:1-3), onde a comunidade, após jejuar e orar, os enviou para a obra a qual o Espírito Santo os tinha chamado.

A oração e o jejum são ferramentas poderosas que a igreja local tem à sua disposição para se envolver ativamente com os missionários.

Ao reservar momentos específicos para interceder pelos que estão no campo missionário, a comunidade cristã se une em um esforço coletivo de suporte espiritual. Líderes de igrejas locais desempenham um papel fundamental ao convocar a congregação a se dedicar a estes tempos de intercessão intensificada e jejum.

Além dos momentos corporativos, o comprometimento individual dos membros da igreja com a oração e o jejum acrescenta uma camada adicional de suporte.

Quando os missionários recebem notificações — seja por meio de aplicativos de mensagens instantâneas ou outras formas de comunicação — de que pessoas estão jejuando e orando por eles, isso não só lhes dá uma sensação de encorajamento, mas também um poderoso lembrete de que eles não estão sozinhos em sua jornada.

A modernidade oferece inúmeras ferramentas que podem ser utilizadas para informar e incentivar a prática da oração e do jejum.

Grupos de mensagens, redes sociais e plataformas digitais podem ser mecanismos eficazes para organizar cadeias de oração e compartilhar informações específicas de oração, criando assim uma constante corrente de suporte espiritual.

É importante que os membros da igreja entendam que a oração e o jejum não são apenas atos de solidariedade, mas também uma participação ativa na batalha espiritual que os missionários enfrentam diariamente.

As Escrituras revelam que algumas batalhas espirituais só são vencidas através dessa combinação (Marcos 9:29), sugerindo o poder que a prática pode desencadear nas realidades espirituais que muitas vezes permeiam o trabalho missionário.

Finalmente, a prática do jejum e da oração, ao ser compartilhada com os missionários, atua como uma poderosa afirmação do compromisso da igreja com o trabalho que eles realizam.

Este compromisso traz um renovo e uma força que podem ser decisivos para a perseverança e sucesso dos missionários, refletindo a unidade do corpo de Cristo em missão, independente das distâncias geográficas.

conclusão

A conclusão desta lição nos chama à ação, enfatizando o impacto significativo que o envolvimento individual e familiar pode ter na vida dos missionários e de suas famílias.

O investimento em missões não é apenas uma questão de recursos financeiros; é um compromisso que abrange a oração, o apoio emocional e espiritual, e a participação ativa na difusão do Evangelho.

Este comprometimento começa no coração, manifestando-se em uma vida de oração e na disposição de compartilhar nossos recursos e tempo.

Quando nosso coração está alinhado com as missões, seguimos o exemplo de Jesus, que veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida como resgate por muitos (Marcos 10:45).

Ao nos dobrarmos em oração, estendemos nossas mãos para sustentar aqueles que foram chamados para o campo missionário. O testemunho pessoal de cada cristão é uma ferramenta poderosa que, juntamente com o suporte material, ajuda a fortalecer e expandir o alcance da missão.

A verdadeira tesouraria não se encontra nos bens que acumulamos, mas nos investimentos que fazemos no reino de Deus, onde nem a ferrugem nem a traça podem destruir, e onde os ladrões não arrombam e não roubam (Mateus 6:19-21).

Esta lição nos lembra de que ao cuidarmos da obra missionária, estamos acumulando tesouros no céu e participando da expansão do reino de Deus na terra.

Deus convoca Seu povo a uma parceria ativa com aqueles que Ele enviou ao campo, seja no apoio logístico, intercessão espiritual ou sustento material.

A obra missionária é uma extensão da Igreja e, quando a apoiamos, estamos diretamente envolvidos no plano divino de salvação.

As bênçãos que advêm de tal comprometimento são imensuráveis, não apenas para os missionários que recebem o apoio, mas também para aqueles que dão generosamente de si mesmos para esta causa eterna.

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