A imagem da mulher virtuosa, tal como retratada nas Sagradas Escrituras, configura um marco de feminilidade ímpar (Pv 31.10-31). Este ícone bíblico representa o arquétipo de uma esposa dedicada, uma mãe amorosa, além de uma gestora e empreendedora irrepreensível.
Contudo, no cenário contemporâneo e pós-moderno, a autêntica feminilidade conforme preconizada na Bíblia tem enfrentado um processo de desconstrução e desvalorização.
Na lição que se desenrolará, serão abordadas as instruções divinas voltadas para a mulher, a presença marcante e desafiadora do ativismo feminista, e a representatividade e relevância do exemplo bíblico de feminilidade.
O objetivo principal reside em reforçar a necessidade de a mulher cristã vivenciar e expressar a sua feminilidade de acordo com os princípios e ensinamentos consagrados na Palavra de Deus.
Indico o livro “A construção da feminilidade bíblica” que aborda como a interpretação da submissão das mulheres se tornou uma visão predominante no Evangelho, desafiando-nos a reexaminar e compreender os princípios bíblicos sobre a feminilidade de forma mais abrangente.
O que você vai aprender nesse post:
Feminilidade bíblica
Imersos na profundidade da teologia cristã, somos confrontados com a verdade intemporal da feminilidade bíblica. Esta expressão autêntica de feminilidade é mais do que um mero constructo social ou cultural; é uma característica intrínseca à identidade da mulher como concebida pelo Criador.
Assim sendo, conduzir-se na luz desta revelação não é apenas uma possibilidade, mas uma vocação e uma responsabilidade divina. Mas, o que exatamente define a feminilidade bíblica? Esta é a pergunta que desejamos abordar nesta seção.
A Divina Criação da Mulher
Em meio ao relato bíblico de Gênesis, nos deparamos com a origem da humanidade, moldada pelas mãos do próprio Deus. Na imagem divina, tanto o homem quanto a mulher foram criados, demonstrando que ambos são reflexos da divindade (Gn 1.27).
Esta criação meticulosa é apresentada em uma sequência cronológica; primeiro Adão, seguido por Eva (Gn 2.7,15).
Este fato, no entanto, não implica qualquer subjugação da mulher ao homem, mas ressalta a interdependência e a unidade em sua diversidade.
Diante da solidão de Adão, Deus observou que “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Em resposta a essa constatação, o Criador moldou a mulher a partir da substância mais íntima do homem – sua carne e seus ossos (Gn 2.21,22).
Isso gerou um elo inextricável entre eles, que foi reconhecido por Adão ao identificar a mulher como “varoa”, extraída do “varão” (Gn 2.23).
Neste ato de criação divina, a imagem de Deus foi distribuída equitativamente entre o homem e a mulher, estabelecendo uma condição de igualdade diante do Altíssimo. Adão e Eva foram criados com igualdade em termos de pessoalidade, valor, honra e dignidade.
A criação simultânea de ambos, cada um à sua maneira, reflete a diversidade e a complexidade do próprio Deus.
Porém, é importante notar que igualdade não se traduz necessariamente em uniformidade de funções (Gn 1.26-28; 3.16-19). A Bíblia afirma a igualdade de gênero, mas também enfatiza a existência de funções complementares e distintas para cada um.
Assim, a feminilidade bíblica é intrinsecamente entrelaçada com essas características e funções únicas, concedidas por Deus à mulher no momento de sua criação.
Por conseguinte, compreender a feminilidade bíblica envolve entender essa igualdade em valor e dignidade, mas também a diversidade em funções. Isso ressalta o equilíbrio divino e a complexidade que são inerentes à criação do homem e da mulher.
Leia também: Lição 6 – A Desconstrução da Masculinidade Bíblica
A Bênção da Maternidade
No cerne do mandato criacional, Deus concedeu ao homem e à mulher a instrução para “frutificar, multiplicar-se e encher a terra” (Gn 1.28). Claramente, esta incumbência seria impraticável para Adão realizar sozinho.
Nesse sentido, a mulher foi agraciada com a bênção da maternidade e desempenhou o papel crucial de esposa e mãe. Adão deu à sua companheira o nome de Eva, em reconhecimento ao seu papel vital como “a mãe de todos os viventes” (Gn 3.20).
Portanto, a feminilidade bíblica abrange não apenas a capacidade física para procriar, mas também o papel de cuidar do lar e dos filhos (1 Tm 5.14). Estes são aspectos centrais da identidade feminina conforme estabelecido na Criação. A mulher, em sua essência, é dotada com a responsabilidade divina de contribuir para a perpetuação da humanidade e a administração do lar.
Contudo, é neste ponto que surge um conflito evidente com algumas vertentes do feminismo contemporâneo. Há quem veja estas funções – a maternidade e a administração do lar – como limitantes do potencial feminino, e por isso, buscam uma emancipação desses papéis tradicionais. Este é um aspecto complexo e desafiador no diálogo entre a fé cristã e a sociedade moderna.
Todavia, no contexto bíblico, a maternidade é retratada como uma bênção divina e uma causa de alegria. Maria, ao experimentar a concepção miraculosa em seu ventre, expressou sua gratidão e alegria por meio de cânticos de louvor a Deus (Lc 1.46-48). Este evento é um marco de como a maternidade é vista dentro do contexto bíblico.
A lembrança desta bênção é algo que deve ser preservado e transmitido para as mulheres cristãs do século XXI. A maternidade, tanto biológica quanto espiritual, é uma forma fundamental de expressar a feminilidade bíblica, sendo uma parte essencial da identidade que Deus deu à mulher.
Além disso, a maternidade é apenas um aspecto da feminilidade bíblica, que engloba também outras qualidades e responsabilidades que são igualmente importantes.
Assim, ao explorar a feminilidade bíblica, é essencial valorizar a maternidade como uma das expressões divinas desta feminilidade, mas sem ignorar ou minimizar as outras dimensões que compõem a identidade da mulher à luz da Bíblia.
Recomendo o livro ‘Bênçãos: Minha Batalha Espiritual para Ser Mãe‘, uma emocionante jornada de fé e esperança. Nele, a autora compartilha suas experiências e reflexões sobre a busca pela maternidade, guiada pela espiritualidade e pela conexão com Deus. Uma leitura inspiradora para todas as mulheres que enfrentam desafios nessa trajetória.
A Mulher como Auxiliadora
Ao retratar a criação da mulher, as Escrituras afirmam que ela foi criada para ser uma auxiliadora para o homem (1 Co 11.9). O termo “auxiliadora” é revestido de nobreza, já que é usado em outros contextos para se referir a Deus (Sl 33.20; Sl 121.2).
Portanto, o papel de auxiliadora não é de modo algum depreciativo. Pelo contrário, é um papel de honra, marcado por prestar ajuda e socorro.
As escrituras são claras ao indicar que Deus criou a mulher para ser uma “ajudadora idônea” para o homem (Gn 2.18). Adão, mesmo em comunhão com todos os seres criados, não encontrava um auxiliar que fosse comparável a ele, que pudesse suprir suas necessidades de companhia e ajuda. Reconhecendo isso, Deus criou a mulher para ser essa parceira necessária.
No entanto, é essencial reconhecer que a mulher foi feita para ser uma parceira cooperativa do homem, não como uma subordinada, mas como um complemento, que contribui com suas próprias habilidades, perspectivas e dons únicos.
Este princípio de complementaridade é uma pedra angular do entendimento bíblico sobre a feminilidade e a masculinidade. Homens e mulheres são diferentes, mas essas diferenças são a base para a parceria mutuamente benéfica e satisfatória que Deus pretendeu.
Esta complementaridade se manifesta de várias maneiras, como na formação do casal, na procriação e na intimidade sexual. Além disso, a mulher auxilia na realização da vontade de Deus por meio da expressão de afeto e cuidado, e na satisfação emocional e espiritual que proporciona ao seu companheiro (Pv 5.18).
Assim, a feminilidade bíblica é expressa não apenas na maternidade, mas também na função de auxiliar. Este papel de auxiliar é muito mais profundo e significativo do que simplesmente oferecer ajuda física ou emocional.
Trata-se de uma posição única que Deus estabeleceu para a mulher, uma posição de honra e responsabilidade que envolve não apenas a assistência ao homem, mas a contribuição para o cumprimento da vontade de Deus no mundo.
Portanto, quando exploramos a feminilidade bíblica, devemos valorizar o papel da mulher como auxiliadora, que é parte integrante da sua identidade, dada por Deus, como a mãe de toda a vida e como a parceira cooperativa do homem. Por favor, compartilhe o próximo texto para continuarmos.
O livro O que Deus diz sobre as mulheres: feminilidade x feminismo aborda de forma abrangente e respeitosa a visão bíblica sobre o papel das mulheres na sociedade e na igreja. Explorando os temas da feminilidade e do feminismo à luz das Escrituras Sagradas, a obra oferece uma perspectiva equilibrada e esclarecedora sobre esse assunto relevante.”
A Desconstrução da Feminilidade
Com o passar do tempo, observamos como a visão de feminilidade apresentada nas Escrituras tem sido questionada e muitas vezes desmantelada.
Este processo de desconstrução levanta muitas questões sobre o papel da mulher na sociedade moderna e sua identidade feminina. Vamos explorar este tópico em detalhes, considerando as várias facetas desta desconstrução e seu impacto na percepção e expressão da feminilidade.
O ativismo feminista
A origem do ativismo feminista remonta ao século XIX, quando as mulheres na Europa e nos Estados Unidos começaram a reivindicar direitos iguais aos dos homens.
Este primeiro impulso de resistência, conhecido como a primeira onda do feminismo, centrava-se principalmente na obtenção do direito ao voto, um direito que até então era quase exclusivamente masculino.
As mulheres, cansadas de sua condição marginalizada, levantaram-se corajosamente contra as convenções sociais da época, lutando pela igualdade de oportunidades e o reconhecimento de seus direitos.
Na passagem para o século XX, surgiu uma segunda onda de feminismo que ampliou o escopo da luta feminina. Desta vez, as mulheres focaram suas energias em questões relativas aos direitos reprodutivos e à liberdade sexual.
A feminista e filósofa francesa Simone de Beauvoir, uma voz proeminente deste movimento, lançou uma afirmação que se tornaria um marco no ativismo feminista:
Não se nasce mulher, se torna mulher.
Este postulado trouxe à tona uma nova perspectiva sobre a feminilidade e a natureza do gênero, questionando a ideia de que os papéis femininos são inatos e imutáveis.
No início do século XXI, o ativismo feminista ganhou novos contornos com o advento do movimento de “empoderamento” das mulheres.
A palavra “empoderamento”, embora possa parecer carregada de significado positivo, também trouxe consigo certos desafios para a compreensão bíblica da feminilidade.
O slogan “meu corpo, minhas regras”, originado de um fenômeno na Universidade de Toronto, no Canadá, em 2011, tornou-se um lema do feminismo contemporâneo.
Essa declaração enfatiza a autonomia da mulher sobre seu próprio corpo, muitas vezes entrando em conflito com os valores bíblicos relacionados à sexualidade, casamento e família.
Como cristãos, é essencial que nos posicionemos na defesa dos direitos das mulheres e que lutemos contra todas as formas de discriminação. Deus criou tanto homens quanto mulheres à Sua imagem, dando a ambos igual valor e dignidade.
No entanto, também é importante salientar que o feminismo, como uma ideologia, pode ir além da defesa dos direitos das mulheres e buscar a desconstrução dos valores bíblicos.
Portanto, ao analisar o ativismo feminista e suas diversas ondas, é importante discernir entre as lutas justas pela igualdade de direitos e as tentativas de subverter a ordem divina estabelecida nas Escrituras.
Reconhecer e respeitar a igualdade de valor entre homens e mulheres não significa abolir as diferenças de papéis e responsabilidades que a Bíblia estabelece para cada um.
Veja também: Lição 5 – A dessacralização da vida no ventre materno
A “liberdade sexual”
A Bíblia, como guia para a vida cristã, estabelece diretrizes claras sobre a sexualidade humana. Ensina que o sexo é um presente de Deus, destinado a ser desfrutado entre um homem e uma mulher dentro dos limites do casamento (Provérbios 5:18,19).
O casamento é retratado como um relacionamento de amor e compromisso mútuos, onde a satisfação sexual é expressa de maneira respeitosa e amorosa (1 Coríntios 7:3-5).
No entanto, o feminismo contemporâneo desafia frequentemente essa visão, propondo um modelo de “libertação” sexual que é visto por muitos como repressivo.
Esse modelo de liberdade sexual promove a ideia de que qualquer forma de atividade sexual é válida, desde que consensual, rejeitando as normas tradicionais de conduta sexual.
Isso inclui a iniciação sexual precoce, a prática da homossexualidade, a fornicação, o adultério e a prostituição, todas as quais são claramente desaconselhadas nas Escrituras (1 Coríntios 6:10).
Esse enfoque na liberdade sexual leva a temas como aborto, gravidez indesejada e a desconstrução do conceito tradicional de família, que são afrontas à ordem divina estabelecida na Bíblia.
Essas questões são frequentemente radicalizadas pelo ativismo ideológico do movimento feminista, causando muitas vezes uma profunda desconexão entre os valores cristãos e as normas culturais predominantes.
A desconstrução da feminilidade conforme proposta por essas correntes feministas coloca as mulheres em rota de colisão com a vontade divina. A feminilidade, segundo a Bíblia, é algo a ser honrado e apreciado, não algo a ser desmontado ou rejeitado.
A mulher cristã é instruída a honrar sua feminilidade como parte de sua identidade dada por Deus, não como uma construção cultural opressiva.
O cristianismo ensina que as mulheres, assim como os homens, foram criadas à imagem de Deus e têm um papel singular e especial a desempenhar no plano divino. Ao honrar sua feminilidade, a mulher cristã está, na verdade, honrando a Deus.
Ela reconhece e abraça a beleza e o propósito de sua criação como mulher, rejeitando qualquer tentativa de redefinir ou distorcer essa identidade.
Portanto, ao confrontar a desconstrução da feminilidade proposta pelo feminismo moderno, é importante que os cristãos se apeguem firmemente aos ensinamentos bíblicos.
Embora a luta por direitos iguais e contra a discriminação seja justa e necessária, a desconstrução da feminilidade conforme proposta por muitas correntes feministas vai além desses objetivos e entra em conflito com a visão bíblica do que significa ser mulher.
Ataques à família tradicional
A Bíblia apresenta um quadro claro do que é o casamento e a família. Segundo as Escrituras, o casamento é uma união monogâmica e heterossexual, que é indissolúvel (Mateus 19:5,6).
O homem é retratado como o líder da família, sendo responsável por amar sua esposa assim como Cristo ama a Igreja (Efésios 5:23). Este modelo bíblico tem sido a base para a formação de famílias em muitas sociedades ao longo da história.
No entanto, a ideologia do ativismo feminista muitas vezes vê essa forma bíblica de casamento como uma forma de opressão à mulher.
Afirma que o matrimônio, conforme definido pela Bíblia, limita a liberdade sexual da mulher ao requerer a fidelidade conjugal e mantém laços conjugais que são percebidos como restritivos.
Esta perspectiva, influenciada em parte pela visão marxista, procura desconstruir a noção tradicional de família, promovendo uma “liberdade” sexual que ignora as diretrizes bíblicas.
Estes pontos de vista têm influenciado significativamente o movimento feminista, conduzindo-o para além da luta pelos direitos iguais e contra a discriminação, até uma rejeição completa do papel tradicional da mulher na família. Esta rejeição radical se manifesta de várias maneiras, como a recusa da maternidade, a defesa do aborto e a desvalorização do papel da mulher como auxiliadora.
Nessa perspectiva, a lascívia é frequentemente celebrada como uma forma de expressão pessoal e liberdade, e o conceito bíblico de casamento é retratado como opressivo. Uma luta de gênero é encorajada, com o objetivo de romper o que é percebido como uma hierarquia patriarcal.
No entanto, como cristãos, devemos defender a visão bíblica do casamento e da família. Isso não significa que não devemos lutar pelos direitos das mulheres e combater a discriminação, mas devemos fazer isso à luz da Palavra de Deus.
O matrimônio bíblico não é uma forma de escravidão, mas uma parceria amorosa e respeitosa entre um homem e uma mulher.
Portanto, é importante que os cristãos, ao enfrentarem essas ideologias, se apegem firmemente aos ensinamentos bíblicos, reconhecendo a dignidade e o valor de ambos os sexos e defendendo a integridade do casamento e da família. Fazer isso não apenas honra a Deus, mas também promove a verdadeira igualdade e justiça.
Mulher Virtuosa: Símbolo Bíblico de Feminilidade
A Bíblia Sagrada apresenta diversos exemplos de mulheres virtuosas que, em seus tempos e contextos, encarnaram a essência da feminilidade bíblica.
Elas não são meramente figuras históricas, mas símbolos de virtude, devoção e força moral que ainda hoje podem servir de modelo para todas as mulheres.
Talvez a mais notável dessas mulheres seja a “Mulher Virtuosa” descrita em Provérbios 31, cuja fé, sabedoria e dedicação à sua família e comunidade a colocam como um ícone eterno da feminilidade à luz das Escrituras.
É sob essa perspectiva que examinaremos o significado e o valor da mulher virtuosa como um símbolo bíblico de feminilidade.
Modelo de esposa fiel
A imagem da mulher virtuosa, tal como retratada em Provérbios 31, é a de uma esposa e parceira dedicada, cuja fidelidade e confiabilidade são a rocha sobre a qual a família se firma.
Ela é a personificação da lealdade conjugal, uma figura de pureza sexual que, ao contrário das imagens muitas vezes apresentadas por tendências culturais contemporâneas, encontra sua força não na licenciosidade, mas na integridade de seu compromisso com o esposo.
A mulher virtuosa é também uma gestora hábil e diligente, capaz de administrar eficazmente a economia doméstica para garantir que “nenhuma fazenda faltará” (Pv 31.11b).
Sua sagacidade e competência permitem que ela atenda às necessidades da família e garanta sua prosperidade. Ela é uma administradora prudente, tanto das finanças como dos bens da família, e é justamente essa habilidade que contribui para a estabilidade e a segurança de seu lar.
Além disso, essa mulher é caracterizada por seu cuidado e amor inabaláveis para com seu esposo, proporcionando-lhe “bem e não mal, todos os dias da sua vida” (Pv 31.12). A bondade e a gentileza são traços fundamentais de seu caráter, evidenciados em cada ato de amor e cada gesto de sacrifício que ela faz por seu esposo e sua família.
A influência dessa mulher virtuosa se estende além de seu próprio lar, refletindo-se também na reputação e na estatura de seu marido na comunidade. Devido à sua integridade e sabedoria, “seu marido é respeitado nas portas da cidade, onde toma assento entre os anciãos da terra” (Pv 31.23).
Este é um testemunho do valor da mulher virtuosa – seu caráter e suas ações não apenas enriquecem sua própria vida e a de sua família, mas também a vida de sua comunidade.
Portanto, a figura da mulher virtuosa, conforme descrita em Provérbios, é um exemplo inspirador de feminilidade bíblica. Ela representa um modelo a ser seguido, não apenas por sua dedicação e habilidade na administração do lar, mas também por sua fidelidade, bondade e sabedoria.
Ela é a personificação da força moral, do compromisso e do amor sacrificial – valores que constituem o núcleo da visão bíblica da feminilidade.
Dessa forma, a mulher virtuosa é a encarnação dos princípios bíblicos de feminilidade. Ela é uma esposa fiel, uma administradora sábia, uma amante bondosa, uma força de estabilidade e segurança, e um farol de integridade e sabedoria.
Ela é, de fato, de “valor muito superior ao de rubis” (Pv 31.10), e seu exemplo continua a iluminar o caminho para as mulheres de todas as gerações que aspiram viver segundo os princípios de Deus.
Padrão de mãe amorosa
A mulher virtuosa, conforme apresentada no livro de Provérbios, serve também como uma encarnação do amor maternal. “Se levanta e dá mantimento à sua casa” (Pv 31.15a), manifestando seu amor e cuidado através do cumprimento diligente de suas responsabilidades domésticas.
Esta mulher se levanta antes do amanhecer para preparar a refeição para a sua família, demonstrando sua devotada preocupação com o bem-estar de seu esposo e filhos.
Ela é uma administradora do lar no sentido mais amplo, zelando não apenas pela nutrição física de sua família, mas também pela sua segurança e conforto. A Bíblia diz que “não receia a neve por seus familiares, pois todos eles vestem agasalhos” (Pv 31.21 – NVI).
Este é um exemplo eloquente de seu cuidado atento e previdente, garantindo que seus entes queridos estejam sempre adequadamente protegidos das adversidades do mundo exterior.
Além de suas responsabilidades práticas, a mulher virtuosa é uma mãe educadora, que orienta seus filhos com “sabedoria e bondade” (Pv 31.26). Ela não se esquiva do dever de formar o caráter de seus filhos, ensinando-os com palavras e exemplos a trilhar o caminho da retidão.
“Não come o pão da preguiça” (Pv 31.27), demonstrando por meio de suas ações o valor da diligência, do empenho e da integridade.
O valor incalculável desta mãe é reconhecido e apreciado por seus filhos, que “a elogiam” (Pv 31.28a) e expressam sua gratidão por tudo que ela faz por eles.
Seu amor e sacrifício não passam despercebidos, mas são recompensados com o amor e a estima de seus filhos. O amor materno que ela lhes oferece é retribuído com um amor e respeito igualmente profundos.
Por fim, a mulher virtuosa exemplifica a beleza e a força do amor maternal à luz da fé cristã. Ela oferece um modelo de maternidade marcado pelo amor sacrificial, pela sabedoria e pela diligência, que servem como um farol para todas as mães que buscam viver de acordo com os princípios bíblicos.
Em conclusão, a mulher virtuosa é a personificação do amor maternal cristão. Ela é uma mãe dedicada e carinhosa que se destaca tanto por sua administração do lar quanto por seu papel de educadora.
Seu amor inabalável por sua família e seu compromisso com o cuidado e a orientação de seus filhos são uma inspiração para todas as mães que aspiram viver de acordo com a fé cristã.
Exemplo de administradora e empreendedora
A mulher virtuosa, descrita no livro de Provérbios, é um modelo inspirador de administração e empreendedorismo. Em sua descrição, a Bíblia enfatiza sua capacidade notável para lidar com negócios e recursos, enquanto cuida da sua família e do lar.
Ela é retratada como uma empresária habilidosa, que “adquire tecidos, confecciona roupas, lençóis e colchas de boa qualidade” (Pv 31.15,22).
Isso indica que ela é capaz de identificar oportunidades, adquirir os recursos necessários e produzir bens valiosos. Além disso, “negocia bens importados e de elevado padrão para a sua casa” (Pv 31.14), evidenciando sua percepção de qualidade e seu desejo de proporcionar o melhor para sua família.
Com perspicácia comercial, a mulher virtuosa “compra propriedades e gerencia negócios lucrativos” (Pv 31.16). Ela é capaz de identificar bons investimentos e gerir eficazmente os ativos, demonstrando uma compreensão sofisticada das operações comerciais e uma habilidade para maximizar o rendimento dos recursos.
Ela “administra a produção e as vendas de seu empreendimento” (Pv 31.18,24), mostrando que ela não se limita ao lar, mas tem um papel ativo na economia.
No entanto, sua eficácia não é apenas material. “Generosa e sensível, ajuda aos pobres e necessitados” (Pv 31.20). Ela se preocupa com os menos afortunados, usando sua prosperidade para abençoar outros. Isso demonstra que, para a mulher virtuosa, o sucesso não é medido apenas pela riqueza acumulada, mas também pelo impacto positivo que ela tem na vida dos outros.
Com “um coração temente a Deus” (Pv 31.30), a mulher virtuosa exemplifica uma combinação extraordinária de competência prática e espiritualidade profunda. Ela é “autoconfiante em relação ao futuro” (Pv 31.25) e “é louvada por sua família” (Pv 31.28,29), evidenciando o impacto positivo de seu caráter e ações.
Por fim, a Bíblia assegura que “o exemplo e as virtudes dessa mulher serão publicamente reconhecidos” (Pv 31.31). Esta afirmação final é um lembrete encorajador de que a diligência, a habilidade, a generosidade e a piedade da mulher virtuosa não passarão despercebidas, mas serão honradas e lembradas.
Na conclusão deste estudo, retornamos à fonte fundamental da compreensão cristã do papel e valor da mulher: a Bíblia. A Escritura nos ensina que homens e mulheres, embora distintos em seus papéis, se complementam perfeitamente.
Este princípio é estabelecido desde o início, no livro do Gênesis (Gn 2.24), onde vemos que marido e esposa são iguais em dignidade e valor como seres humanos, mas cada um com funções divinamente designadas e distintas.
Deus dotou as mulheres com o dom inestimável da maternidade e a importante função de serem auxiliadoras. Estas características não são estigmas ou fontes de inferioridade, mas sim, dons que enobrecem as mulheres. Elas têm um papel singular e essencial na família, na igreja e na sociedade, que não deve ser menosprezado ou desconstruído, mas valorizado e honrado.
Entretanto, em alguns contextos contemporâneos, estamos vendo uma tendência à “desconstrução da feminilidade”, uma rejeição dos papéis tradicionais que coloca as mulheres em desacordo com a ordem divina estabelecida.
Como cristãos, nós contrariamos essa tendência, mantendo que o papel da mulher, como delineado na Bíblia, é valioso e digno de honra.
Desta forma, a mulher cristã é chamada a abraçar e honrar a sua feminilidade, não como um fardo, mas como uma dádiva divina e uma oportunidade para glorificar a Deus em sua soberania. Como Maria, mãe de Jesus, demonstrou ao dizer:
“Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38) e ao exultar: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador.
Porque atentou na baixeza de sua serva; pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada.” (Lc 1.46-48).
Assim, como cristãos, abraçamos a verdade bíblica de que tanto homens como mulheres são criados à imagem de Deus e têm um papel único e vital a desempenhar na família, na igreja e no mundo.
Nosso chamado é abraçar esses papéis com gratidão, humildade e alegria, reconhecendo que somos amados e valorizados por Deus exatamente como somos.