Lição 5 – A missão da igreja de Cristo

Lição 5 – A missão da igreja de Cristo

Neste início de estudo, nos aprofundaremos na essencial missão da Igreja de Cristo. É fundamental reconhecer que a Igreja detém a responsabilidade de difundir a inspiradora e transformadora mensagem da cruz.

Esta tarefa sagrada alinha-se perfeitamente com a vocação de ser escolhida, uma vocação que se manifesta na participação ativa da Grande Comissão, um legado deixado pelo fundador, Jesus Cristo (conforme Mateus 28.19).

A partir dessa premissa, exploraremos como a igreja se estabelece como uma comunidade de adoração, uma comunidade unida pela comunhão e como desempenha um papel vital na sociedade contemporânea.

Através dessa perspectiva, é claro que a Igreja de Cristo possui um papel monumental e insubstituível no mundo atual.

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I – PREGAÇÃO E INSTRUÇÃO

A pregação e a instrução formam a espinha dorsal da missão da Igreja no mundo. Ao pregarmos, não estamos apenas transmitindo informações, mas estamos compartilhando o calor e a luz do Evangelho, tocando corações e transformando vidas.

A pregação é mais do que palavras; é um ato de amor, um convite para uma jornada de fé e redescoberta. É nesta prática que a Igreja se conecta com as pessoas, mostrando-lhes o caminho, a verdade e a vida oferecidas por Jesus Cristo.

A pregação é, portanto, o coração pulsante da Igreja, enviando ondas de esperança e renovação por toda a comunidade.

Por outro lado, a instrução é o processo de moldar e fortalecer a fé dos fiéis. Através dela, a Igreja nutre e cultiva um entendimento profundo das Escrituras e dos princípios cristãos.

Esta tarefa educativa é vital para o crescimento espiritual, pois permite que os crentes se aprofundem em sua fé e apliquem os ensinamentos de Cristo em suas vidas diárias.

A instrução não se limita ao ambiente da igreja; ela se estende à vida cotidiana, incentivando os fiéis a viverem de acordo com os valores cristãos e a serem luzes brilhantes em um mundo que frequentemente caminha na escuridão.

A missão da igreja de Proclamar as Boas-Novas

A missão de proclamar as Boas-Novas é uma das mais nobres tarefas confiadas à Igreja, fundada pelo próprio Cristo (Mateus 16.18), e destinada a ser uma fonte de bênçãos para o mundo.

Esta missão se manifesta de forma mais evidente na pregação do Evangelho, uma tarefa divinamente ordenada e expressa claramente em 1 Coríntios 1.21, onde se afirma que

Aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.

Este ato de pregar não é apenas uma transmissão de palavras, mas um ato de revelação e transformação.

Após Sua ressurreição, Jesus Cristo incumbiu seus discípulos de levar a palavra divina a todos os cantos da terra (Marcos 16.14-20). Esta grande comissão não era apenas uma instrução, mas um legado, uma responsabilidade de continuar a obra iniciada por Cristo.

Ao usar o termo grego “Keryssó”, que significa “pregar” ou “proclamar”, Marcos enfatiza a importância e a seriedade desta tarefa. O papel de um arauto, que é proclamar e anunciar algo de grande importância, é central na missão da Igreja.

Este termo, “Keryssó”, é frequentemente utilizado no Novo Testamento, aparecendo 61 vezes, destacando a preeminência da pregação no ministério cristão.

Desde João Batista, que pregava no deserto da Judeia (Mateus 3.1), até Jesus Cristo, marcando o início de seu ministério com a pregação (Mateus 4.17), a proclamação das Boas-Novas sempre foi fundamental. Esses exemplos bíblicos demonstram a continuidade e a importância perene da pregação no contexto da fé cristã.

A pregação, portanto, não é apenas uma tarefa histórica, mas um chamado contínuo. É a maneira pela qual a Igreja comunica a esperança, a salvação e a verdade do Evangelho.

Cada sermão, cada estudo bíblico, cada momento de compartilhamento da palavra é uma oportunidade de reafirmar a missão fundamental da Igreja de ser um farol de luz em um mundo muitas vezes imerso em trevas.

Além disso, a pregação serve como um ponto de encontro entre o divino e o humano. Através dela, as verdades eternas do Evangelho são traduzidas em linguagem e experiências compreensíveis aos fiéis.

Ela age como um canal através do qual a graça e o amor de Deus são manifestados, encorajando os crentes a viverem suas vidas de acordo com os ensinamentos de Cristo.

Finalmente, a pregação é uma ferramenta para o crescimento espiritual e a edificação da comunidade cristã. Ela instrui, corrige, conforta e inspira.

Como Igreja, o compromisso com a pregação é um compromisso com o próprio coração da missão cristã, uma tarefa que transcende o tempo e o espaço, e que continua a ressoar na eternidade.

O Objeto da Pregação

No cerne da missão da Igreja está o verbo grego “euangelizô”, frequentemente utilizado no Novo Testamento para descrever a Grande Comissão. Aparecendo 54 vezes, este termo carrega um significado profundo: trazer ou pregar as Boas-Novas.

A pregação, nesse contexto, transcende a mera transmissão de informações ou conceitos; ela é profundamente relacional e centrada em uma pessoa, não em uma ideia abstrata. Essa pessoa é Jesus Cristo, o núcleo e a essência do Evangelho.

A narrativa dos cristãos primitivos, como evidenciada em Atos 5.42, onde “não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo”, revela a natureza singular do objeto da pregação.

Pregar a Jesus Cristo é mais do que compartilhar uma história; é revelar uma realidade viva e transformadora. É proclamar ao mundo que Ele não é apenas uma figura histórica, mas uma presença viva e atuante, pronta para salvar e restaurar.

Este ato de pregar a Cristo desafia as noções comuns de mensagens e doutrinas. Não se trata de comunicar um conjunto de ideias subjetivas, mas de anunciar uma verdade objetiva e vital: a realidade da ressurreição de Cristo, a promessa de salvação, e a esperança de um reino eterno.

A mensagem da cruz, nesse sentido, é o coração do Evangelho do Reino de Deus, como é exposto em Atos 8.12. Ela encapsula não apenas a morte e a ressurreição de Jesus, mas também a promessa de redenção e a inauguração de um novo reino, regido por amor, justiça e paz.

Portanto, o objeto da pregação cristã é distintamente Cristocêntrico. É uma proclamação contínua de que em Jesus Cristo, Deus se fez humano, compartilhando nossa dor, vencendo nossa morte, e nos convidando para uma vida transformada.

Esta mensagem é atemporal e universal, ecoando através das eras, convidando todas as pessoas a um encontro pessoal e transformador com o Salvador.

A pregação, assim, é mais do que uma tarefa; é uma missão sagrada, um chamado para testemunhar a história mais significativa da humanidade.

Cada sermão, cada estudo bíblico, cada conversa sobre a fé é uma oportunidade para reafirmar a centralidade de Cristo no coração da missão da Igreja. É uma responsabilidade que carrega o potencial de mudar vidas, transformar comunidades e remodelar o curso da história.

Discipulando os Convertidos

A dimensão do discipulado é uma faceta essencial na missão da Igreja, complementando a pregação e a proclamação. Enquanto pregar e proclamar são atividades voltadas para alcançar aqueles fora da Igreja, o discipulado foca em nutrir e instruir aqueles que já estão dentro.

O termo grego “matheteuo”, traduzido como “discipular”, aparece apenas quatro vezes no Novo Testamento, mas o seu significado é profundamente enraizado na essência da missão cristã. Por outro lado, o termo “discípulo” (grego: mathetés), ocorrendo 261 vezes, enfatiza a importância de ser alguém instruído e treinado na fé.

O uso deste termo em Mateus 28.19 na Grande Comissão – “Ide, ensinai todas as nações” – pode ser entendido como um chamado para “fazer discípulos”. Jesus não estava simplesmente instruindo seus seguidores a ensinar, mas a engajar-se num processo mais profundo e transformador de formação de discípulos.

A Igreja, portanto, não é apenas uma assembleia de crentes; é uma comunidade de discípulos. Essa distinção é crucial, pois implica em um comprometimento mais profundo e ativo com os ensinamentos e o caminho de Cristo.

Ser um discípulo vai além da mera frequência à igreja. Implica em uma transformação pessoal, um compromisso de viver segundo os ensinamentos de Cristo e de reproduzir essa vida em outros.

O verdadeiro discípulo é aquele que internaliza os ensinamentos de Cristo e é capaz de transmiti-los a outros, perpetuando a fé e os valores cristãos. Esta capacidade de reproduzir e passar adiante o que foi aprendido e vivido em Cristo Jesus é a marca de um discipulado autêntico e eficaz.

O processo de discipulado é, portanto, um ciclo contínuo de aprendizado e ensino, de experiência e partilha. Através dele, a fé não é apenas mantida, mas revitalizada e expandida. Cada discípulo torna-se um agente de transformação, influenciando outros e contribuindo para o crescimento da Igreja não apenas em número, mas em profundidade e maturidade espiritual.

Essa abordagem de formar discípulos reflete a verdadeira natureza da Igreja como um corpo vivo, em constante crescimento e evolução. É um lembrete de que a fé cristã não é estática, mas uma jornada de transformação contínua, onde cada membro é chamado não só a seguir Cristo, mas também a liderar outros no mesmo caminho.

II – ADORAÇÃO E EDIFICAÇÃO

A adoração e a edificação constituem pilares fundamentais na vida da Igreja, refletindo a profundidade e a riqueza da missão da Igreja. A adoração é o ato de reconhecer e reverenciar a majestade e a soberania de Deus, uma expressão de gratidão e amor que flui do coração dos fiéis.

Na adoração, a Igreja encontra a sua verdadeira identidade e propósito, pois é nesse ato de entrega e exaltação que os crentes se conectam mais intimamente com Deus.

A adoração não é apenas um momento na liturgia ou um segmento do serviço religioso; é uma postura de vida, uma constante lembrança da presença e graça de Deus em nossas vidas.

Paralelamente, a edificação é o processo contínuo de fortalecimento da comunidade de fé. Enquanto a adoração nos conecta verticalmente com Deus, a edificação trabalha na horizontal, fortalecendo os laços entre os membros da Igreja.

É através da edificação que a Igreja cresce não só em números, mas em maturidade espiritual e compreensão. Este processo envolve ensino, encorajamento, conselho e apoio mútuo, aspectos essenciais para o desenvolvimento de uma comunidade cristã saudável e vibrante.

Em sua essência, a edificação é a construção de uma Igreja forte, unida e capacitada para viver e compartilhar a mensagem de Cristo em um mundo em constante mudança.

Uma Comunidade Adoradora

No cerne da missão da Igreja está a adoração, um conceito bíblico profundamente enraizado na ideia de dar a Deus a glória que Ele unicamente merece. Esta adoração vai além dos limites dos cultos e das cerimônias religiosas; é um estilo de vida que coloca Deus no centro de tudo.

Como declarado em Mateus 4.10, a adoração é um ato de desviar nossa atenção de nós mesmos para focalizar unicamente no Senhor. Não se trata apenas de um momento isolado de reverência, mas de uma constante orientação da nossa existência em torno da divindade e majestade de Deus.

A verdadeira adoração, conforme refletido no termo grego “latreia”, é um ato de servir a Deus com toda a nossa vida. Este conceito é maravilhosamente encapsulado por Paulo em Romanos 12.1, onde ele exorta a igreja a oferecer seus corpos como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, qualificando isso como o verdadeiro culto racional.

Este versículo não apenas desafia os crentes a dedicarem suas ações a Deus, mas também suas vontades, pensamentos e emoções. A adoração, portanto, torna-se um ato contínuo e integral, permeando cada aspecto da vida do crente.

Esta noção de adoração como um estilo de vida implica que cada ação, palavra e pensamento pode ser uma expressão de louvor e reverência a Deus. Comer, trabalhar, interagir com os outros, e até mesmo os momentos de lazer, podem se tornar atos de adoração quando feitos com o propósito de honrar a Deus.

Isso transforma a vida diária em uma contínua expressão de fé e amor a Deus, tornando cada crente um testemunho vivo da presença e do poder de Deus.

Além disso, a adoração coletiva, quando a comunidade se reúne para louvar e adorar a Deus, fortalece a unidade e a identidade da Igreja.

Estes momentos de adoração coletiva são vitais, pois proporcionam uma experiência compartilhada da presença de Deus, fortalecendo os laços entre os crentes e reforçando a missão comum da comunidade.

Em um mundo frequentemente fragmentado e individualista, a adoração coletiva é um poderoso lembrete da unidade e do propósito comum que temos em Cristo.

Assim, a adoração como estilo de vida desafia a Igreja a ser um reflexo constante do amor e da santidade de Deus. Em um mundo que frequentemente coloca o eu no centro, a Igreja, como uma comunidade adoradora, oferece um testemunho contracultural de uma vida centrada em Deus.

Ao viver de forma adoradora, a Igreja demonstra a realidade do Reino de Deus, atraindo outros para a beleza e a verdade do Evangelho.

Uma Comunidade Edificadora

A Igreja desempenha um papel tríplice como uma comunidade proclamadora, adoradora e, de forma crucial, edificadora. A palavra grega “oikodomé”, que se traduz como “edificar”, possui um duplo significado.

Literalmente, refere-se à construção de um edifício, como no exemplo dado por Jesus sobre a casa construída sobre a rocha em Mateus 7.24. Metaforicamente, ela se refere ao crescimento espiritual, um conceito profundamente enraizado na missão da Igreja, como ilustrado em Efésios 4.12.

Aqui, Paulo destaca que Deus equipou a Igreja com apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres especificamente para a edificação do corpo de Cristo. Esta edificação é o alicerce sobre o qual a Igreja se fortalece e cresce.

A ideia de edificação não se limita a estruturas físicas ou organizações, mas se estende ao desenvolvimento espiritual e emocional da comunidade. Como Paulo destaca, os dons espirituais são concedidos para a edificação da Igreja (1 Coríntios 14.3).

Eles não são meros adornos ou habilidades para o benefício individual, mas ferramentas para fortalecer e enriquecer a comunidade como um todo. Isso é evidente na discussão sobre o dom de línguas em 1 Coríntios 14.4-5, onde Paulo enfatiza a importância da edificação mútua e compreensível sobre a auto-edificação isolada.

A edificação da Igreja, portanto, é um processo dinâmico e interativo. Envolve o ensino, a exortação, o encorajamento e o apoio mútuo.

Cada membro da comunidade desempenha um papel vital neste processo. Ao receberem e compartilharem dons espirituais, conhecimento e experiências, os membros da Igreja contribuem para o crescimento e o fortalecimento do corpo de Cristo.

Esta dinâmica de edificação não é apenas benéfica para o indivíduo, mas é essencial para a saúde e vitalidade da comunidade como um todo.

Além disso, a edificação é uma expressão prática do amor cristão. Como Paulo aconselha em 1 Tessalonicenses 5.11, os crentes devem buscar edificar “uns aos outros”. Isso significa que a edificação é mais do que um objetivo espiritual; é um mandamento para viver em comunhão, compartilhando as cargas uns dos outros e promovendo um ambiente de crescimento espiritual, emocional e relacional.

Em resumo, ser uma comunidade edificadora é essencial para a identidade e missão da Igreja. Através da edificação, a Igreja não só fortalece seus próprios membros, mas também se torna um farol de esperança, amor e transformação para o mundo ao seu redor. A edificação, portanto, não é apenas um conceito teológico, mas uma prática diária de fé e amor.

III – COMUNHÃO E SOCIALIZAÇÃO

O terceiro pilar essencial na missão da Igreja é a comunhão e socialização. Estes conceitos abrangem muito mais do que meros encontros sociais; são fundamentais para a vida e a saúde da Igreja. A comunhão, no contexto cristão, é um compartilhar profundo que vai além da superfície das relações cotidianas.

É um entrelaçar de vidas, crenças e experiências que reflete a unidade e o amor que Cristo exemplificou e instruiu a sua Igreja a seguir.

Através da comunhão, os membros da Igreja desenvolvem um senso de pertencimento e identidade, descobrindo um espaço onde podem ser autênticos, apoiados e nutridos em sua fé.

Paralelamente, a socialização na Igreja desempenha um papel crucial na construção de relacionamentos saudáveis e no fortalecimento da comunidade. A socialização permite que os membros da Igreja se conectem uns com os outros em um nível mais pessoal, criando laços que vão além das atividades da Igreja.

Esses relacionamentos são a base para um suporte mútuo e encorajamento, elementos vitais para o crescimento espiritual individual e coletivo.

Em um mundo cada vez mais fragmentado e isolado, a Igreja oferece um lugar de verdadeira comunidade, onde a fé é vivida e compartilhada não apenas em palavras, mas através de relacionamentos significativos e duradouros.

A Fé na Esfera Fraternal

A comunhão, conforme vivenciada pela Igreja Primitiva e destacada em Atos 2.42, é um dos alicerces fundamentais da vida da Igreja. A palavra grega “koinonia”, que se traduz como “comunhão”, aparece 19 vezes no Novo Testamento e carrega consigo os significados de “parceria”, “participação” e “comunhão espiritual”.

Este termo reflete a essência da missão da Igreja no que tange ao fortalecimento da fé dentro de uma comunidade fraterna. Viver em comunhão, conforme instruído em 1 João 1.7, é um imperativo para quem segue a luz do Evangelho, pois é na comunhão que a fé é vivida, partilhada e fortalecida.

A comunhão na Igreja vai além de simples interações sociais; ela representa um entrelaçamento profundo de vidas, crenças e experiências. Esta parceria espiritual é vital para a construção de uma comunidade de fé sólida e unida. Sem comunhão, a Igreja perde uma de suas características mais fundamentais.

Uma Igreja sem comunhão é como um corpo sem alma, faltando a essência que a anima e a mantém coesa. É na comunhão que os crentes encontram força, encorajamento e o senso de pertencimento essencial para enfrentar os desafios da vida e da fé.

Além disso, a comunhão não é apenas um aspecto benéfico da vida da Igreja; é uma necessidade espiritual. O isolamento e a falta de comunhão entre os membros da Igreja enfraquecem tanto o indivíduo quanto a comunidade como um todo.

O cristianismo nunca foi destinado a ser uma jornada solitária. A fé é enriquecida e fortalecida quando vivida em comunidade, onde cada membro contribui com seus dons, experiências e perspectivas únicas.

A comunhão também reflete o caráter da Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – que existem em perfeita unidade e comunhão. Ao viver em comunhão uns com os outros, os crentes refletem essa unidade divina e dão testemunho da natureza relacional de Deus.

A comunhão entre os crentes é, portanto, um reflexo terreno da comunhão celestial, um vislumbre do Reino de Deus manifestado na Terra.

Por último, a comunhão na Igreja serve como um poderoso testemunho para o mundo exterior. Quando os crentes vivem em verdadeira koinonia, demonstram o amor, a unidade e a graça que são possíveis em Cristo.

Esta vivência compartilhada é um convite para que outros se juntem e experimentem a alegria e a paz encontradas na comunidade de fé. Em resumo, a comunhão não é apenas um pilar da Igreja; é o coração pulsante da vida cristã, essencial para o crescimento espiritual individual e coletivo.

Unidade e Fraternidade

A unidade e a fraternidade são aspectos vitais para a saúde e o bem-estar da Igreja, conforme demonstrado na igreja do Novo Testamento. Esta verdade é ressaltada em 1 João 1.3, que fala sobre a comunhão e a partilha da vida entre os membros da Igreja.

Além disso, a oração de Jesus em João 17.21, pedindo a união fraterna entre seus discípulos, destaca a importância dessa unidade.

Ele não apenas desejou, mas também orou para que seus seguidores experimentassem uma unidade que refletisse a sua própria relação com o Pai. Essa unidade é mais do que um ideal; é um componente fundamental da missão da Igreja.

A fragmentação e a quebra da comunhão cristã são, infelizmente, problemas recorrentes na igreja contemporânea. Esses problemas desafiam a integridade e a eficácia da Igreja em cumprir sua missão.

A divisão dentro do Corpo de Cristo enfraquece seu testemunho e impede seu trabalho. Por isso, é essencial que os crentes se esforcem continuamente para manter a comunhão cristã, conforme exortado em Hebreus 13.16. A preservação dessa unidade é crucial para a saúde e o crescimento da Igreja.

A falta de comunhão e unidade não apenas diminui a eficácia da Igreja, mas também contradiz a própria essência do que significa ser Igreja. Uma comunidade onde os membros vivem isoladamente e não mantêm comunhão uns com os outros falha em refletir o corpo unificado de Cristo.

A unidade na Igreja não significa uniformidade em pensamento ou ação, mas sim um compromisso compartilhado de amor, respeito e serviço mútuos, apesar das diferenças.

Essa unidade é expressa na maneira como os membros da Igreja se cuidam, se apoiam e se encorajam uns aos outros. É uma unidade que celebra a diversidade dentro do corpo de Cristo e reconhece que cada membro tem um papel único e valioso a desempenhar.

A verdadeira unidade cristã é fortalecida pelo amor fraterno, pela tolerância, pela paciência e pelo perdão mútuo, valores que devem ser cultivados continuamente dentro da comunidade de fé.

Por fim, a unidade e a fraternidade na Igreja são um poderoso testemunho para o mundo. Quando a Igreja vive em verdadeira unidade, ela reflete a glória de Deus e demonstra o poder transformador do Evangelho.

Esta unidade não é uma conquista humana, mas um dom de Deus e um reflexo da obra do Espírito Santo na comunidade dos crentes. Assim, a unidade e a fraternidade são não apenas objetivos a serem alcançados, mas são também sinais da presença e da bênção de Deus na Igreja.

A Fé na Esfera Social

A manifestação da fé cristã vai além das esferas pessoal e comunitária, estendendo-se também ao âmbito social. Esta dimensão social da fé é enfatizada no Novo Testamento, onde o substantivo grego “koinonia”, que significa “comunhão”, complementa-se com o verbo “koinoneo”, que se refere à “ajuda contributiva e partilha”.

Este conceito é ilustrado em Romanos 12.13, onde Paulo fala sobre a importância de socorrer os mais pobres em suas necessidades. A fé cristã, portanto, envolve não apenas a comunhão espiritual, mas também a responsabilidade social e o cuidado prático pelos necessitados.

A abordagem de Paulo à fé cristã é holística, reconhecendo que atender às necessidades físicas das pessoas é tão importante quanto cuidar de suas necessidades espirituais.

Este equilíbrio é evidente em sua correspondência com os Filipenses (Filipenses 4.15), onde ele elogia a igreja por sua compreensão e engajamento na dimensão social do Evangelho.

A fé cristã não se trata apenas de prover necessidades materiais, mas de fazer isso de uma maneira que também nutra o espírito, trazendo um sentido de dignidade, esperança e amor.

A Igreja, conforme ensinado nas Escrituras, não pode exercer sua fé de maneira bíblica ignorando os mais carentes ou mais pobres. Jesus enfatizou a importância de cuidar dos necessitados em Mateus 25.35-36, onde Ele identifica-se com aqueles em situações de carência.

Este ensino desafia a Igreja a refletir sobre seu papel na sociedade: como pode efetivamente representar o amor de Cristo se não atende às necessidades básicas dos mais vulneráveis?

A questão levantada por Tiago em Tiago 2.15-16 ressalta ainda mais essa responsabilidade. Ele questiona a validade de uma fé que ignora as necessidades práticas dos outros, sugerindo que a verdadeira fé se manifesta em ações. Este desafio coloca a Igreja diante de um espelho, convidando-a a examinar se suas práticas realmente refletem os ensinamentos de Jesus sobre amor, compaixão e justiça.

A fé na esfera social é, portanto, um teste para a autenticidade da fé da Igreja. Não se trata apenas de realizar boas obras, mas de integrar essas ações ao núcleo da fé cristã.

A Igreja é chamada a ser um modelo de generosidade, compaixão e justiça, demonstrando através de suas ações o amor inclusivo e transformador de Cristo.

Ao fazer isso, a Igreja não apenas atende às necessidades físicas, mas também leva esperança e luz a um mundo muitas vezes marcado pela desigualdade e pelo sofrimento.

CONCLUSÃO

Ao longo desta lição, exploramos a amplitude e a profundidade da missão da Igreja de Cristo aqui na Terra. A Igreja, conforme nos foi revelado, possui um chamado divino extraordinário.

Como sal da terra, ela tem a responsabilidade de preservar a sociedade da corrupção moral e espiritual, trazendo a mensagem redentora da cruz a um mundo frequentemente perdido no engano do pecado.

A Igreja, em sua essência, é chamada a ser um agente de mudança, um bastião de verdade e moralidade em um contexto social muitas vezes marcado por valores distorcidos.

Além de seu papel como sal, a Igreja também é chamada a ser luz em um mundo coberto pelas densas trevas da ignorância e da separação de Deus.

Sua missão é iluminar, trazer clareza, esperança e direção onde há confusão, desespero e desorientação. Ao resplandecer com a luz de Cristo, a Igreja não apenas revela o caminho para a salvação, mas também se torna um farol de esperança e um guia para aqueles que buscam um propósito e significado mais profundos na vida.

No cerne dessa missão está a tarefa de fazer discípulos, transformando crentes em verdadeiros adoradores. Ao fazer isso, a Igreja realiza o propósito para o qual foi chamada.

A jornada de discipulado e adoração não é apenas um processo de crescimento individual, mas também um meio pelo qual a Igreja como um todo se fortalece e se expande. Cada discípulo transformado em adorador contribui para a saúde, a vitalidade e a eficácia da Igreja em cumprir sua missão divina.

Portanto, a missão da Igreja é multifacetada, impactando não apenas a esfera espiritual, mas também a social, moral e cultural. Ao cumprir sua missão de ser sal e luz, a Igreja de Cristo desempenha um papel crucial na transformação não apenas de indivíduos, mas de sociedades inteiras. É uma missão que transcende gerações e culturas, refletindo o amor eterno de Deus e seu plano redentor para toda a humanidade.

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