Lição 4 – Como se portar na conduta da caminhada

Lição 4 – Como se portar na conduta da caminhada

Em nossa caminhada espiritual rumo à vida eterna, o Pai Celestial delineia claramente os princípios de conduta que devemos seguir. Ele nos orienta sobre as atitudes e ações apropriadas para alcançarmos a salvação e o reino dos céus.

É um reflexo do Seu infinito amor e preocupação conosco que Ele não apenas nos guia, mas também nos disciplina para assegurar que permaneçamos no caminho da retidão.

Nesta lição, vamos explorar profundamente como devemos nos portar e quais valores cristãos devemos cultivar para garantir nossa trajetória rumo ao paraíso celestial.

I – O PADRÃO DE CONDUTA NA CAMINHADA CRISTÃ

No caminho que conduz à eternidade com o Pai, é essencial entender e adotar o padrão de conduta estabelecido nas Escrituras. Esses princípios divinos servem como uma bússola, orientando cada passo que damos. Não se trata apenas de seguir regras, mas de internalizar uma forma de vida que reflita o caráter de Cristo, manifestando amor, paciência, e santidade em todas as nossas ações.

A conduta cristã não é uma imposição arbitrária, mas uma resposta amorosa ao que Jesus fez por nós. Ao compreendermos o sacrifício na cruz, somos movidos a viver de maneira que honre esse imenso presente. Assim, nossas vidas começam a espelhar as virtudes que o Senhor valoriza, como a compaixão, a integridade e a humildade, tornando-nos luzes brilhantes num mundo que necessita desesperadamente da esperança do Evangelho.

1. Jesus como nosso padrão de conduta

Jesus Cristo não é apenas o centro da fé cristã; Ele é o modelo supremo de conduta para todos aqueles que desejam seguir o caminho estabelecido pelo Pai. O padrão de comportamento que Ele exemplifica nos é crucial porque define claramente como devemos agir em nossa jornada espiritual. Em João 13:15, Jesus expressa: “Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. Essas palavras não são apenas um convite à imitação, mas um mandamento para modelar nossas ações e decisões conforme as Dele.

O conceito de padrão no contexto cristão reflete uma norma que é tanto um consenso entre os crentes quanto uma diretiva da autoridade divina. Este padrão não é arbitrário; ele é baseado na perfeita vida de Jesus, cujas ações e ensinamentos foram sempre alinhados com a vontade de Deus. Através de Sua vida terrena, Jesus demonstrou qualidades como amor incondicional, paciência infinita e compaixão por todos, independentemente de seu status ou pecado.

Além disso, o compromisso de Jesus com a verdade e a justiça nos oferece uma clara orientação sobre como devemos responder aos desafios morais e éticos em nossas próprias vidas. Ele enfrentou tentações e sofrimentos, mas permaneceu íntegro, nunca desviando do caminho que o Pai tinha traçado para Ele. Esta integridade é algo que, como seguidores, devemos aspirar a replicar, entendendo que nossa capacidade de fazer o bem flui da nossa conexão com Ele e do nosso desejo de sermos transformados à Sua imagem.

Em Hebreus 12:2, somos lembrados de que Jesus é o “autor e consumador da nossa fé”. Isso significa que Ele não apenas iniciou a nossa jornada de fé, mas é seu perfeito fecho. Olhar para Jesus como nosso padrão implica reconhecer que cada aspecto de nossas vidas deve ser uma reflexão de Sua santidade e serviço. Nossa conduta, então, se torna um espelho do amor de Cristo, refletindo sua luz em um mundo que necessita de esperança e salvação.

Assim, adotar Jesus como nosso padrão de conduta é mais do que seguir um conjunto de regras; é uma transformação contínua que alinha nosso coração, mente e ações com os valores do Reino de Deus. Ao fazermos isso, não apenas trilhamos o caminho para a vida eterna, mas também convidamos outros a descobrirem a beleza e a verdade de uma vida dedicada ao serviço de Cristo e ao cumprimento da vontade de Deus.

2. Fazendo a vontade de Deus

A busca pela vontade de Deus é uma jornada constante na vida de todo cristão, e Jesus Cristo, como o Filho de Deus, exemplificou essa busca de maneira perfeita. Conforme registrado em João 4:34 e 6:38, Jesus viveu para cumprir a vontade do Pai, não a Sua própria, mostrando que o verdadeiro discipulado envolve uma entrega total aos desígnios divinos. Ele reitera essa mensagem poderosa através da oração que ensinou aos seus discípulos, o “Pai Nosso”, que nos orienta a pedir que a vontade de Deus seja feita na terra como no céu (Mateus 6:10).

Esta oração não é apenas uma lição sobre como se comunicar com Deus, mas também um lembrete de que devemos alinhar nossas vidas com os planos e propósitos de Deus. Em Mateus 26:39 e 42, Jesus, mesmo em profundo sofrimento, submeteu-se à vontade do Pai, demonstrando que nossa obediência deve transcender o conforto pessoal ou as circunstâncias favoráveis.

A verdadeira dificuldade para muitos é viver segundo o padrão divino de Cristo, que desafia a natureza humana inclinada ao egoísmo, ao orgulho e à vaidade. Contudo, Jesus não apenas nos chamou a rejeitar esses caminhos, mas também nos equipou para fazê-lo. O poder para seguir o exemplo de Cristo vem do “alto”, como Ele mesmo nos ensinou a pedir em Mateus 6:9-13. Essa oração não apenas nos aproxima de Deus, mas também fortalece nossa capacidade de viver segundo Seus princípios.

Além disso, o ensino de Jesus sobre a “Lei de Ouro” em Mateus 7:12 reforça essa mensagem, nos incentivando a tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. Esta é uma expressão prática da vontade de Deus que transcende culturas e épocas, estabelecendo um relacionamento fundamentado no amor e na empatia. Seguir esse mandamento é um reflexo direto de viver pela vontade de Deus, pois, como apontam Romanos 13:8 e 10, o amor é o cumprimento da lei.

Portanto, viver segundo a vontade de Deus não é somente uma questão de seguir regras, mas de internalizar um amor e respeito profundos que se manifestam em todas as nossas interações. Ao fazermos isso, não apenas nos aproximamos de Deus, mas também influenciamos positivamente o mundo ao nosso redor, refletindo a luz de Cristo em cada ato de compaixão e justiça.

3. Uma vida cristã bem-sucedida

A analogia da “competição espiritual” que o apóstolo Paulo descreve em 1 Coríntios 9:24-27 é um poderoso lembrete para todos os cristãos sobre a seriedade de nossa caminhada de fé. Paulo nos exorta a correr de tal forma que obtenhamos o prêmio, destacando a necessidade de disciplina e dedicação em nossa vida espiritual. Assim como um atleta se prepara rigorosamente para competições, nós também devemos buscar o caminho que nos tornará qualificados para receber as recompensas celestiais.

Este “caminho certo” é exemplificado por Jesus Cristo, que é o modelo supremo de resiliência, equilíbrio e excelência. Em 1 Coríntios 11:1, Paulo nos encoraja a imitar Cristo, sugerindo que o sucesso na vida cristã é alcançado ao espelharmos nossas ações nas Dele. Esse espelhamento não é apenas uma imitação superficial, mas um profundo alinhamento com os valores e atitudes de Jesus.

Em Filipenses 2:5, somos instados a ter “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Este versículo chama a atenção para a humildade e a autoentrega de Jesus, que, apesar de Sua divindade, escolheu servir e sacrificar-se pela humanidade. A capacidade de incorporar tais qualidades em nossas vidas é essencial para uma jornada espiritual bem-sucedida.

Além disso, em Mateus 11:29, Jesus nos convida a aprender com Ele, que é “manso e humilde de coração”. Esta oferta não é apenas um convite para adotar Seu estilo de vida, mas também uma promessa de que, ao fazer isso, encontraremos repouso para nossas almas. Esta paz interior e satisfação são indicadores claros de sucesso na vida cristã, que vão além das métricas terrenas de sucesso.

Portanto, uma vida cristã bem-sucedida não se mede por conquistas visíveis ou acumulação de bens, mas pela profundidade de nosso caráter e pela capacidade de refletir as qualidades de Cristo em nossas vidas diárias. Ao aspirarmos viver como Jesus viveu, não apenas nos aproximamos mais de Deus, mas também exercemos uma influência positiva sobre aqueles ao nosso redor, espalhando a luz do Evangelho através de nosso exemplo.

II – FAZENDO A CAMINHADA COM PRUDÊNCIA E SABEDORIA

Na trajetória de fé, é vital que caminhemos com prudência e sabedoria, qualidades essenciais que a Bíblia frequentemente exalta. Estas virtudes não apenas nos protegem contra os erros e as armadilhas comuns da vida, mas também nos guiam para tomar decisões alinhadas com a vontade de Deus. Provérbios 4:7 declara que a sabedoria é a principal coisa; assim, devemos buscá-la acima de tudo, pois ela é a chave para uma conduta que honra a Deus em todos os aspectos de nossa vida.

Ao optar por um caminho prudente e sábio, estamos escolhendo uma jornada que reflete não só inteligência espiritual, mas também um profundo respeito pelas escrituras e um compromisso com o crescimento pessoal. A prudência nos ensina a ponderar cada passo e a considerar suas consequências, enquanto a sabedoria nos fornece a luz necessária para discernir o caminho correto, mesmo nas situações mais desafiadoras. Juntas, essas duas virtudes formam o alicerce de uma vida cristã bem orientada e profundamente enraizada nos princípios divinos.

1. O que é prudência?

Prudência é uma virtude essencial na vida de qualquer cristão, desempenhando um papel crucial na maneira como navegamos pelas complexidades do mundo. No capítulo 5 de Efésios, especialmente na segunda parte, o apóstolo Paulo enfatiza a importância de andar de maneira sábia, o que inclui exercer a prudência. Essa palavra, de acordo com o Antigo Testamento, carrega as nuances de compreensão e discernimento, como apontado em Provérbios 9:9, que associa prudência ao crescimento em conhecimento e capacidade de ensino.

No contexto de Efésios 1:8, Paulo explica que a prudência é uma dádiva divina que envolve entendimento, conhecimento e um amor profundo pela vontade de Deus. Esta descrição alinha prudência não apenas como uma habilidade humana, mas como um atributo espiritual infundido em nós pelo Espírito Santo. Assim, a prudência é vista como a capacidade de agir com moderação e cuidado, especialmente em situações desafiadoras, guiando-nos a fazer escolhas que refletem a sabedoria divina.

Além disso, em Provérbios 16:16, prudência é apresentada como mais desejável do que ouro, indicando seu alto valor na vida de um crente. Isso se alinha com a ideia de que a verdadeira sabedoria e prudência têm um valor inestimável, superando as riquezas materiais, pois guiam o indivíduo por caminhos de justiça e paz. Essa capacidade de discernir entre boas e más escolhas é fundamental para qualquer pessoa que deseje viver uma vida que honra a Deus.

No Novo Testamento, Tiago 5:17 ilustra como a prudência opera na vida prática, mostrando como Elias, um homem sujeito às mesmas paixões que nós, foi capaz de orar com eficácia e discernimento. Esta passagem destaca que a prudência também envolve uma dependência do poder de Deus, não se baseando unicamente na sabedoria humana, mas reconhecendo a necessidade da orientação divina em todas as decisões.

Portanto, a prudência, como conceituada e exemplificada nas Escrituras, é uma virtude que transcende o simples cuidado humano, incorporando uma dimensão espiritual que nos capacita a navegar pelas complexidades da vida com sabedoria e graça. Ela nos chama a uma vida de reflexão cuidadosa, escolhas conscientes e, acima de tudo, um compromisso com os caminhos que Deus tem delineado para nós. Ao praticarmos a prudência, estamos não apenas protegendo nossos próprios caminhos, mas também testemunhando a beleza e a profundidade da sabedoria cristã.

2. Não andeis como néscios!

O apóstolo Paulo, em sua carta aos Efésios, faz um contraste incisivo entre duas formas de viver: a sabedoria e a insensatez. Em Efésios 5:15, ele nos adverte: “Vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios”. O termo grego “asophos”, utilizado para descrever os néscios, engloba conceitos de insensatez, ignorância e uma mente embotada, como exemplificado em Lucas 24:25, onde Jesus repreende os discípulos por sua falta de compreensão e fé.

Andar como néscio é, portanto, viver de uma maneira que reflete ignorância espiritual e uma falta de reconhecimento da verdade divina. Paulo elabora essa ideia ao descrever uma vida néscia como imersa em pecado, afastada da luz de Deus e guiada por impulsos carnais, conforme detalhado em Efésios 2:2-3. Esta forma de vida é marcada por uma resistência à transformação e renovação que o Espírito Santo deseja operar em cada crente.

Em contraste, Paulo exorta os cristãos a viverem como “sábios”, o que implica diligência, cuidado e uma orientação espiritual na tomada de decisões. Ser sábio segundo as diretrizes bíblicas significa estar cheio do Espírito Santo, alinhando cada ação e escolha com a vontade de Deus. Esta sabedoria não é meramente intelectual; ela é profundamente prática e espiritual, impactando todas as áreas da vida de um indivíduo.

O apóstolo também nos lembra em Romanos 8:8 que aqueles que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Esta forte afirmação ressalta a incompatibilidade entre uma vida guiada por desejos carnais e a vida que agrada a Deus. Portanto, viver com sabedoria e prudência não é apenas uma recomendação para uma vida melhor; é um requisito essencial para aqueles que desejam cultivar uma relação profunda e satisfatória com o Criador.

Portanto, o chamado de Paulo para “vede prudentemente como andais” serve como um lembrete constante de que nossa caminhada diária deve ser cuidadosamente avaliada e guiada pela sabedoria divina. Esta abordagem não apenas nos protege dos enganos e armadilhas do pecado, mas também nos capacita a viver de maneira significativa e impactante, refletindo a luz de Cristo em um mundo que desesperadamente precisa de direção espiritual.

3. Andeis como sábios!

No contexto bíblico, ser “sábio” vai muito além de possuir conhecimento ou habilidades intelectuais; é uma qualidade profundamente espiritual. O apóstolo Paulo utiliza o adjetivo grego “sophós” para descrever aqueles que são guiados pelo Espírito Santo em sua jornada rumo ao céu. Esta sabedoria, como delineada em Efésios 1:8 e Colossenses 4:5, é marcada pela habilidade de caminhar na luz e na santidade, iluminando cada decisão e ação com o discernimento que vem de Deus.

Essa sabedoria divina, que habita no crente, o capacita a discernir entre o que é certo e o que é errado, permitindo uma conduta que se afasta radicalmente dos padrões mundanos antigos. Essa transformação não é um mero ajuste comportamental, mas uma profunda renovação espiritual que afeta o cerne do ser do crente. O compromisso de jamais voltar à conduta do mundo é um reflexo da nova identidade encontrada em Cristo.

Importante destacar, essa sabedoria não se adquire através de educação formal ou acadêmica; ela é uma dádiva celestial, conforme expresso em Tiago 1:5, onde se afirma que Deus dá sabedoria generosamente a todos que a pedem. Essa sabedoria espiritual é essencial para viver de maneira que seja verdadeiramente agradável a Deus, guiando o crente em todos os aspectos da vida, desde interações pessoais até decisões complexas.

Além disso, viver segundo essa sabedoria é o caminho para a santidade, conforme Hebreus 12:14 nos orienta a seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Ao andarmos como sábios, não estamos apenas vivendo de maneira ética; estamos nos conformando à imagem de Cristo, refletindo Sua natureza e Seus atributos em nosso viver diário, como afirmado em 1 João 3:2 e Gálatas 3:26.

Portanto, andar como sábios é fundamental para quem deseja não apenas alcançar a salvação, mas também influenciar o mundo de forma positiva e eterna. Essa caminhada não é marcada por uma sabedoria mundana, mas por uma compreensão celestial que molda nossas ações e nosso caráter, tornando-nos luzes brilhantes em um mundo que muitas vezes caminha em trevas.

III – VENCENDO OS DIAS MAUS

Enfrentar os dias maus é uma realidade inevitável na jornada cristã, mas a Bíblia nos equipa com as ferramentas necessárias para superar esses desafios. Efésios 6:13 nos exorta a tomar toda a armadura de Deus, para que possamos resistir no dia mau e, depois de ter feito tudo, permanecer firmes. Este chamado para a prontidão espiritual sublinha a importância de estar sempre preparados, não apenas para enfrentar as adversidades, mas para vencê-las através da fé e da dependência contínua em Deus.

A vitória sobre os dias maus não se trata apenas de resistir passivamente; é uma conquista ativa que envolve sabedoria, oração e a aplicação consistente dos princípios bíblicos. Ao cultivar uma relação profunda com Deus e revestir-se diariamente de Sua armadura espiritual, somos fortalecidos para enfrentar qualquer circunstância, transformando os obstáculos em oportunidades para o crescimento e aprofundamento da nossa fé.

1. Remindo o tempo

A expressão “remindo o tempo” em Efésios 5:16 carrega um significado profundo e prático para a vida cristã, especialmente ao ser explorada à luz do termo grego “exagorázō”. Esse verbo sugere uma ação deliberada e estratégica, semelhante à de um comprador astuto no mercado, que escolhe o momento oportuno para fazer suas aquisições, garantindo o melhor retorno sobre o investimento. Paulo usa esta metáfora para ensinar os cristãos a viverem de maneira proveitosa, maximizando cada oportunidade dada por Deus para crescer espiritualmente e influenciar o mundo ao redor.

A ideia de redimir o tempo nos convida a considerar como utilizamos cada momento de nossas vidas. Para o cristão, isso significa uma vigilância constante e uma disposição para agir segundo a vontade de Deus, reconhecendo que nosso tempo na terra é limitado e precioso. Paulo exorta os crentes em Colossenses 4:5 a andarem com sabedoria para com os que estão fora, aproveitando bem cada oportunidade. Este conselho não é apenas sobre prudência temporal; é uma chamada para ação espiritual consciente e intencional.

Neste contexto, remir o tempo é também uma estratégia de resistência contra a complacência e a inatividade. Em um mundo onde as distrações são constantes e as pressões são grandes, os cristãos são chamados a fazer escolhas que refletem não apenas suas prioridades temporais, mas também suas convicções eternas. Isto pode significar escolher dedicar tempo à oração em vez de ceder às demandas incessantes do entretenimento ou do trabalho excessivo, reconhecendo que estas decisões moldam nosso caráter e nosso destino.

Além disso, remir o tempo envolve a compreensão de que cada interação e cada decisão têm implicações espirituais. Seja em situações de trabalho, na comunidade, ou dentro de casa, os cristãos são incentivados a infundir cada momento com um propósito divino, transformando rotinas mundanas em atos de adoração e testemunho. Isso demanda uma perspectiva que transcende o imediato, procurando perceber e responder ao chamado de Deus em todas as circunstâncias.

Finalmente, ao remir o tempo, estamos efetivamente declarando que cada segundo de nossa existência é uma dádiva de Deus e uma oportunidade para o serviço cristão. Esta postura não apenas enriquece nossa experiência de vida, mas também fortalece nossos laços com a comunidade de fé e amplia nossa influência sobre aqueles que ainda não conhecem a esperança do Evangelho. Assim, ao vivermos cada dia com esse entendimento, não só cumprimos o mandato paulino, mas também contribuímos para a construção de um legado eterno que honra a Deus e serve ao próximo.

2. Remindo o tempo e a Volta do Senhor

A doutrina da iminente segunda vinda de Cristo tem sido um pilar central da fé cristã desde os tempos dos apóstolos, influenciando profundamente a maneira como os crentes percebem e utilizam o seu tempo. Em 1 Coríntios 15:51, Paulo fala sobre a mudança que ocorrerá “num momento, num abrir e fechar de olhos”, um evento que pode acontecer sem aviso prévio. Essa expectativa da volta do Senhor serve como um poderoso motivador para os cristãos viverem de maneira diligente e prudente, maximizando cada oportunidade para o crescimento espiritual e o serviço ao próximo.

A urgência dessa expectativa é reforçada por Paulo em 1 Tessalonicenses 4:15, onde ele discute a volta de Cristo como uma promessa certa que deve moldar nossas ações e decisões diárias. Neste contexto, “remir o tempo” não é apenas uma questão de gestão eficiente dos dias; é uma questão de priorizar atividades que tenham valor eterno em antecipação ao retorno de Cristo. Esta perspectiva transforma as escolhas cotidianas, incentivando os crentes a evitar investimentos em prazeres mundanos ou preocupações transitórias que desviam do propósito divino.

Viver com a consciência da volta de Cristo também encoraja uma conduta que é santa e piedosa. O apóstolo Pedro, ao refletir sobre a segunda vinda, aconselha em 2 Pedro 3:11-12 que, sabendo que todas essas coisas serão desfeitas, que tipo de pessoas devemos ser em santidade e piedade, esperando e apressando a vinda do dia de Deus. Esse é um chamado para viver de forma que não apenas esperamos, mas também facilitamos a manifestação da vontade de Deus através de nossas ações.

Além disso, esta antecipação da volta do Senhor reforça a importância de vivermos em comunidade, exortando uns aos outros ao amor e às boas obras, conforme Hebreus 10:24-25. O conhecimento de que o fim pode estar próximo nos impele a fortalecer nossos laços com outros crentes, compartilhar nossa fé mais abertamente e trabalhar juntos para o reino de Deus, sabendo que nossos esforços têm um propósito celestial significativo.

Por fim, a iminência da segunda vinda do Senhor deve nos inspirar a olhar além das circunstâncias imediatas para o valor eterno de nossas almas e das almas ao nosso redor. Em Mateus 28:19-20, Jesus nos comissiona a fazer discípulos de todas as nações, um mandato que ganha uma urgência ainda maior quando consideramos que cada dia pode ser nossa última oportunidade para influenciar os outros para Cristo.

Portanto, ao viver com a consciência de que Jesus pode retornar a qualquer momento, somos motivados a usar cada momento dado por Deus de maneira sábia e significativa, investindo no que verdadeiramente conta para a eternidade.

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3. Os dias são maus

A advertência de Paulo em Efésios 5:16 sobre “os dias são maus” serve como um lembrete solene da condição do mundo em que vivemos. Esta expressão não é apenas um comentário sobre as dificuldades temporais, mas um reconhecimento da realidade espiritual que permeia a sociedade: uma dominação pelo pecado que ameaça desviar os crentes de seu caminho espiritual. Esta constatação não é motivo para desespero, mas sim um chamado ao vigoroso exercício da fé e ao compromisso com a conduta cristã, conforme delineado nas Escrituras.

Entender “qual seja a vontade de Deus” (Efésios 5:17) é crucial em um contexto onde as influências negativas são abundantes. Para o cristão, discernir a vontade de Deus significa comprometer-se com uma vida que ativamente resiste à conformidade com as práticas mundanas. Isso envolve não apenas evitar o mal, mas também se engajar proativamente em práticas que fortalecem a vida espiritual, como a leitura bíblica, a oração e a consagração pessoal. Essas práticas não são meros rituais religiosos, mas atos de guerra espiritual que fortificam o crente contra as forças do mal que prevalecem nos “dias maus”.

Além disso, Paulo nos chama a aproveitar o tempo não só para nosso benefício espiritual individual, mas também para servir aos outros. Em Gálatas 6:10, ele exorta os crentes a fazerem o bem a todos, especialmente àqueles que são da família da fé. Este “fazer o bem” é uma manifestação prática da vontade de Deus em ação, mostrando que o verdadeiro entendimento da vontade divina inclui um compromisso com a justiça, a misericórdia e a humildade no tratamento dos outros.

A congregação regular, como mencionado em Hebreus 10:25, é outro aspecto crucial para viver eficazmente durante os dias maus. A comunidade de fé oferece suporte, encorajamento e accountability, recursos essenciais para manter os crentes firmes em sua caminhada espiritual. Através da comunhão com outros crentes, somos lembrados de nossa missão coletiva e fortalecidos pela experiência compartilhada de fé.

Portanto, o contexto dos “dias maus” não é apenas um fundo contra o qual vivemos; é o palco onde a nossa fé é testada e onde nossa resposta deve ser uma demonstração vigorosa de nossa devoção a Deus. Ao “remir o tempo”, os cristãos são chamados a uma vida de resistência ativa e engajamento proativo, transformando cada dia em uma oportunidade para glorificar a Deus, apesar das pressões e tentações que caracterizam nosso tempo.

CONCLUSÃO

Ao refletirmos sobre nossa jornada em direção às mansões celestiais, é imperativo que nos apegemos firmemente ao padrão divino delineado nas Escrituras. Como bem lembra 2 Timóteo 3:16, cada palavra da Bíblia é inspirada por Deus e útil para nos ensinar, repreender, corrigir e instruir em justiça. Este é o mapa que nos guia, garantindo que não nos desviemos para caminhos perigosos, mas que sigamos com firmeza e precisão o trajeto estabelecido pelo Pai.

Viver de forma sábia e prudente implica em mais do que apenas evitar erros; trata-se de uma busca ativa por oportunidades para praticar o bem, para espalhar luz em meio às trevas e para influenciar positivamente aqueles que nos cercam. Em um mundo caracterizado por “dias maus”, como descrito em Efésios 5:16, essa tarefa pode parecer desafiadora, mas é exatamente nessas circunstâncias que a verdadeira natureza de nossa fé se manifesta. Cada decisão tomada, cada ação realizada em nome da bondade e da verdade, reafirma nosso compromisso com o caminho que Deus traçou para nós.

A iminente volta do Senhor é uma lembrança poderosa e motivadora de que nosso tempo aqui é limitado e de valor incalculável. Como Hebreus 12:14 nos exorta, devemos perseguir a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor. Esse é o nosso grande incentivo para viver de maneira que honre a Deus, sabendo que cada momento é uma preciosa oportunidade de preparação para o dia em que estaremos face a face com Cristo.

Portanto, enquanto caminhamos para o céu, que cada passo seja dado com a consciência de nossa alta vocação em Cristo Jesus. Que possamos usar cada dia, não como um tempo a ser preenchido, mas como uma oferta a ser vivida, cheia de fé, esperança e amor. Assim, nossa jornada não será apenas uma passagem através do tempo, mas uma peregrinação significativa, marcada pela graça transformadora de Deus.

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