LIÇÃO 2 – Sal da Terra, Luz do Mundo

LIÇÃO 2 – Sal da Terra, Luz do Mundo

Em Mateus 5:13 ao 16 conforme explicado por Cristo é relevante para dizer o que o crente deve provar como discípulo do Reino. Nos versículos anteriores, a tônica do Mestre foi baseada na essência, na natureza, declarando o que um cristão deve ser.

Não existe problema em um cristão está no mundo, mesmo que esteja na mais terrível corrupção moral e espiritual, nem deve adotar uma atitude monástica ou estar ausente dela.

Na verdade, a grande diferença está em uma vida transformada porque, como ensina Paulo, quem passou por um processo de transformação espiritual ao receber uma nova mente nunca se conformará com um estilo de vida pecaminoso porque já experimentou a perfeita e agradável vontade do Senhor. (Romanos 12: 2).

Jesus não poderia tirar os discípulos deste mundo pecaminoso porque eles continuariam a fazer a grande obra de redenção pelos pecadores para a qual foram chamados e treinados. Tudo o que eles precisam é ficar longe do maligno.

Os cristãos que conhecem a Bíblia, especialmente os ensinamentos de Jesus, sabem da importância de desempenhar o papel de sal e luz neste mundo.

Ele não tem medo de se contaminar com o mundo, pois ele foi completamente regenerado, transformado e dotado de novas mentes, e como membro da comunidade salva, ele poderá influenciar essa sociedade pecaminosa (Fp 2:15; 1Pe 2:9).

I- O SAL TEMPERA E CONSERVA

1. Definição.

Em grego, sal é um substantivo neutro (hálas), e segundo Strong, pode ser definido de quatro maneiras:

1) Sal, que é usado para temperar alimentos e aspergir oferendas.

2) Substâncias salinas usadas para fertilizar terras cultivadas.

3) O sal é um símbolo de um acordo duradouro, pois protege os alimentos de perecer e permanece o mesmo. Portanto, ao afirmar solenemente a aliança, os orientais estavam e estão acostumados a tomar sal juntos.

4) Sabedoria e graça são expressas em palavras.

Da palavra hebraica para sal é melach, de malach, rasgar, dissipar, (Nifal) dispersar, dissipar, salgar, temperar, assim da palavra sal em Gênesis (Gênesis 14.3) até chegar ao profeta Sofonias (Sofonias 2.9) aparece cerca de trinta vezes.

Além da definição de sal, é importante observar os aspectos históricos relacionados ao sal, principalmente envolvendo os judeus, povo de Deus. Só então podemos entender o que Jesus quis dizer quando disse: “Vós sois o sal do mundo”.

As praias do Mar Morto têm uma fonte inesgotável de sal, e há rumores de uma montanha de sal de oito quilômetros de extensão ao sul do mesmo mar.

Muito provavelmente, é isso que o profeta Sofonias (Sofonias 2.9) e quando menciona o Vale do Sal em 2 Samuel 8.13.

Este é um sal impuro que é insípido por fora. Este sal pode ser mencionado em Mateus 5:13, pois às vezes é jogado fora e considerado inútil.

Pelo que foi revelado, agora é fácil entender, através dos vários significados simbólicos aplicados ao sal, o motivo pelo qual Jesus o descobriu nos cristãos além do significado de especiarias (Jó 6: 6), remédio (Ez 16: 4) ou conservantes.

A sua grande importância manifesta-se na fidelidade, no comportamento e no gosto, mas sobretudo na sabedoria, porque um cristão como o sal deve dar bom gosto em tudo.

2. A importância do sal.

Não podemos negar que o sal não apenas preserva a comida, mas também lhe dá sabor, então Jó diz:

Comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá sabor na clara do ovo?” (Jó 6.6).

Essa passagem deixa claro que ninguém quer comer comida sem gosto, então uma pitada de sal como tempero é bom, porque comida sem gosto é nojenta e pode até causar náusea.

Segundo a Bíblia, como mencionado acima, o sal atua como tempero nos alimentos (Jó 6.6), tanto para humanos quanto para animais (Is 30.24). Sua função importante é conservar os alimentos, não deixá-los apodrecer (Êxodo 30:35).

Como valor medicinal, é usado no ato de limpar o recém-nascido (Ezequiel 16:4), e quando lemos Colossenses 4:6, a expressão “temperado com sal” expressa bom gosto, sabedoria, sensatez e equilíbrio.

O sal tem um sabor característico, que o torna imprescindível na cozinha. Além do seu sabor, o sal é usado para conservar alimentos, pois impede a proliferação de bactérias. Por isso, é fundamental na hora de preparar refeições, pois além de dar sabor, preserva a qualidade dos alimentos.

O sal é valorizado por dois atributos bíblico principais: gosto e conservação. O sal é usado para conservar alimentos, pois impede a proliferação de bactérias.

O ensino rabínico conecta a parábola do sal com a sabedoria. Essa foi a intenção de Jesus, pois a palavra grega traduzida como “nada mais” tem “tolo” ou “louco” como sua raiz. É tolice ou estupidez os discípulos perderem o caráter, porque são, portanto, inúteis para o reino e a igreja, e são desprezados por ambos.

3- O cristão com o sal.

Na metáfora de que Cristo compara o cristão ao sal, ele mostra que todo discípulo tem uma vida que dá sabor e que pode guardar. Deve ser entendido que este mundo, dominado por uma natureza pecaminosa e carnal, passará do mal para ainda pior.

A partir do momento em que a carne começou a reinar, a condição do homem sem Deus é um caminho de corrupção (Gênesis 6: 3).

Nunca podemos esperar salvar o mundo do pecado por meio da educação, ciência ou filosofia. A história provou que ao longo do tempo, muitas pessoas viveram nessa esperança, mas com a chegada da Primeira e Segunda Guerras Mundiais, descobriu-se que a humanidade estava caminhando para o pior. Então Paulo disse:

“Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (1Ts 5.3, ARA).

Aqueles que vivem sem Cristo e sem o Espírito Santo, vivendo sob o domínio da carne e seus desejos e as ações que eles produzem, são os mais terríveis (Gálatas 5.19-21), produzindo micróbios e germes malignos que contaminam e causam o estado de decomposição.

Para parar esta contaminação e deterioração, a presença de sal é necessária.

Vemos o pecado aumentando e a vida moral sendo comprometida e não podemos negar ou fechar os olhos para essa realidade porque a Igreja em grande parte não está pregando a Palavra como deveria, só o Evangelho pode mudar o que precisamos, e isso só é possível através do poder de Deus (Romanos 1:16).

O sal faz sua parte para levar a menos alcoolismo, menos drogas, menos adultério, menos divórcio, coisas que as leis do parlamento não podem mudar porque somente Cristo pode mudar (2 Coríntios 5:17).

II- À LUZ ILUMINA LUGARES EM TREVAS

1- Conceito físico em metafórico.

Antes de entrar no estudo da luz no sentido bíblico e teológico, vamos começar com a ótica, a parte da física que estuda o fenômeno da luz e da luminescência.

Em tempos muito distantes, os cientistas pensavam que a luz era composta de pequenos objetos, também conhecidos como matéria, que viajavam muito rápido.

Outros dizem que a luz é uma onda que viaja em um meio diferente chamado éter, porque os cientistas ainda não sabiam que a luz poderia se difundir no vácuo.

Claro, os cientistas ainda estão patinando neste estudo porque não sabem nada sobre a luz, no entanto, diz-se que ela pode ser estudada como uma onda e se comportar como uma partícula, chamada de próton.

A luz viaja através de ondas no vácuo ou no meio material a velocidades muito altas, a velocidade mais alta que conhecemos: 300.000 km/s.

A definição de luz no aspecto bíblico

Usado simbolicamente na Bíblia para descrever a presença e o favor de Deus (Salmo 27:1; 2 Coríntios 4:6). Isso levanta um antagonismo ético entre luz (bem) e trevas (mal), como mostrado em João 3:19; 2 Coríntios 6:14.

A santidade de Deus se manifesta como “a luz inacessível” (1Tm 6:16; 1Jo 1:5); portanto, seus seguidores são “filhos da luz” (Efésios 5:8), chamados para serem santos da luz refletida para o mundo (Mt 5:14).

No Evangelho de João, a luz se refere mais especificamente à revelação de Deus de seu amor em Cristo. Jesus é a luz do mundo (João 8:12).

A palavra luz aparece pela primeira vez na Bíblia em Gênesis 1:3: “E disse Deus: Haja luz, e há luz.” A luz é claramente declarada: dia, brilho, vida, glória.

Em hebraico é um substantivo feminino ‘owr, luz, luz do dia, luminosidade dos corpos celestes (lua, sol, estrelas), alvorecer. Entende-se que em Gênesis 3.14 há uma menção explícita de luminares que serão portadores de luz realizando tarefas no céu, exercendo cargos de governo, e isso inclui as estrelas.

O profeta Malaquias falou de Jesus como o Sol da Justiça (Ml 4.2).

Estamos cientificamente conscientes de que o sol é um corpo de luz que tem sua própria luz, ao contrário da lua que é um corpo iluminado porque não tem luz própria, mas reflete a luz.

Paulo diz que somos filhos da luz (1 Tessalonicenses 5: 5), ou seja, não temos luz própria, mas refletimos a luz de Cristo, brilhamos através do seu brilho em nossas vidas.

2- O cristão como luz.

Falando dos cristãos nascidos de novo, Jesus usou a parábola do sal e da luz. Primeiro, o lado negativo é destacado, por outro lado, a luz é positiva; o primeiro é discreto, o segundo é aberto, e todos podem ver seu brilho.

Os cristãos nascidos de novo devem permitir que outros vejam o esplendor da santidade de Deus porque são luz, expressando ao mundo o conhecimento, a bondade, a sabedoria e a justiça de Deus (Mt 6:22, 23; Ef 5:8, 9).

Por outro lado, a escuridão revela desespero, escuridão e ignorância, enquanto a luz expressa sabedoria, amor e riso.

Todo cristão deve perceber que sua pequena luz ilumina esta terra por causa da luz maior que habita nele (João 8:12).

Lembre-se sempre que não somos o sol, ele tem sua própria luz como luminária, mas somos como a lua, refletindo apenas a luz, por isso Paulo nos chama de filhos da luz (Ef. 5.8).

Para que possamos realmente entregar luz a uma sociedade sem Deus, precisamos nos conectar à corrente de luz, Jesus.

Se vivermos como verdadeiros filhos de Deus, expressando Seu caráter por meio da oração, da leitura constante da Bíblia e de uma vida santa, muitos serão atraídos por esse exemplo piedoso, para que o esplendor de Cristo seja contagiante de diferentes maneiras a todos. Todos os setores da vida e o nome de Deus são glorificados.

3- A luz em lugares de trevas.

A luz não pode alcançar seu verdadeiro brilho se não estiver em seu devido lugar. Para que ela brilhe e seja visível, ela precisa estar no lugar certo. Para expressar essas verdades, Jesus usou dois conceitos gerais.

Primeiro, ele fala sobre uma cidade em uma colina que nunca pode ser escondida. Pensando melhor, Jesus disse que ninguém colocaria uma lâmpada debaixo de um alqueire, o substantivo masculino latino para um objeto de medição seco de cerca de 9 litros.

Na verdade, o verdadeiro propósito de uma lâmpada é emitir luz, então um local adequado para ela seria um castiçal ou candelabro.

Tentar colocar uma lâmpada debaixo de um alqueire, sabendo que sua missão é iluminar todos na casa, mostra que quem o faz não tem inteligência nem sabedoria, mas é estúpido não querer que os moradores da casa tenham bom acesso aos seus quartos.

Da mesma forma, um cristão deve estar em condições de brilhar ou refletir a luz de Cristo no mundo. Este esplendor fala de suas ações, caráter, suas obras, que não são apenas o trabalho de seus esforços, mas são fruto da fé em Cristo Jesus e Sua justiça.

As obras que os crentes desenvolvem diante do mundo são o resultado da ação salvífica de Deus em suas vidas, para que todas, depois de realizadas, deem glória a Deus.

Tudo o que um crente faz nesta terra para outras pessoas é baseado na verdadeira fé: oração (Mateus 6: 6), confiança em Deus (Mateus 6: 24-34), ajuda aos necessitados (Mateus 25: 24-34), e amor sem limites que cerca até os inimigos (Mt 5,44).

III- DISCÍPULOS QUE INFLUENCIAM

1- Sendo “sal”.

Se fossem o que deveriam ser, seriam como um bom sal, branco e de grão fino, mas muito úteis e necessários. Diz Plínio: “Sem o sal, a vida humana não se mantém”. Veja nisto:

(1) Que eles devem estar, em si mesmos, temperados de acordo com o Evangelho, com o sal da graça; pensamentos e gostos, palavras e ações, tudo temperado com a graça (Cl 4.6).“

(2) O que eles deveriam ser para os outros. Eles não apenas devem ser bons, mas, para serem bons, devem conquistar um lugar no coração das pessoas e não servir a interesses mundanos próprios, mas devem ser capazes de se transformar no sabor e tempero do evangelho.

(3) Eles representam grandes bênçãos para o mundo. A humanidade, repousando na ignorância e no mal, é uma massa insípida e decadente.

Mas Cristo enviou seus discípulos para exercê-la com conhecimento e graça por meio de suas vidas e ensinos, de modo a torná-la aceitável a Deus diante dos anjos e de todos os que apreciam as coisas divinas.

(4) Como eles devem ser usados. Eles não devem ser reunidos, nem sempre devem permanecer juntos em Jerusalém, mas devem ser espalhados como sal na comida, grãos aqui e grãos ali; como os levitas foram espalhados por todo Israel para que onde quer que morassem pudessem dar-lhes sabor.

Alguns observaram que, embora as pessoas supersticiosas digam tolamente que é um mau presságio jogar sal em nós, na verdade é um mau presságio tirar o sal de nós.

2- Sendo “luz”.

A Igreja desempenha um papel ativo na mudança do mundo. A vida da igreja é sua primeira mensagem. A igreja tem apenas uma mensagem, se ela realmente tem vida. Sem testemunho, não há declaração. A vida precede o trabalho.

O apóstolo Paulo disse que devemos brilhar como luz sobre o mundo (Filipenses 2:15). Essa luz inclui as palavras e ações do cristão, seu testemunho oral e suas boas ações.

Concordo com Stott que essas obras são obras de fé e amor. Eles expressam não apenas nossa devoção a Deus, mas também nossa preocupação com nossos semelhantes. Sem obras, nosso evangelho perde sua credibilidade; Deus é sua glória.

Assim como o sal deve manter sua salinidade para ser útil, a luz não deve ser escondida para ser útil. Uma igreja deve ser como uma cidade construída sobre uma colina ou como uma luz em uma arquibancada.

A verdade não pode ser escondida, mas proclamada. A Igreja não pode se esconder, mas deve brilhar.

A luz aponta para algo ou alguém e não para si mesma. Nós somos a luz do mundo e nossa luz deve refletir Cristo. Quando derramamos a luz de Cristo no mundo por meio de boas obras, o Pai é glorificado no céu e serve as pessoas na terra.

O fato de a igreja ser a luz do mundo implica que o mundo está em trevas. O diabo cegou os corações dos incrédulos. O reino do diabo é o reino das trevas (Colossenses 1:13).

Suas obras são chamadas de obras sombrias. Os pecadores não sabem de onde vieram e para onde vão. Eles nem sabem no que tropeçaram. Eles não apenas vivem no escuro, mas odeiam a luz. Portanto, o papel da igreja no mundo é crucial.

3- A influência cristã.

Os ensinamentos de Cristo em Mateus 5.13-16 são muito incisivos e diretos, esclarecendo que todos os que vivem em sua luz maior afetarão este mundo em trevas.

Goste ou não, os ímpios verão muitas coisas boas feitas pelos discípulos de Cristo em suas vidas diárias.

A igreja primitiva é um grande exemplo para nós de como a comunidade de Cristo Jesus, praticando plenamente seus ensinamentos, influenciou poderosamente a sociedade, por meio de suas obras de amor e vida piedosa (Atos 2: 42-47).

O verdadeiro cristão procura influenciar o mundo com o testemunho vivo que recebeu de Cristo.

Ele não será visto e elogiado pelas boas obras dos escribas e fariseus, porque então não afetará nada, porque não refletirá nele a luz de Jesus, mas será fruto da própria Obra de Deus, que é contrário ao que a Bíblia ensina (Tito 3:5).

Tudo o que um crente faz é para glorificar ao Senhor. Nossa luz deve ser acesa para influenciar e guiar vidas para Cristo Jesus, não para nós mesmos (Salmo 22:23; 1 Coríntios 10:31).

Aqueles que se esforçam para viver os ensinamentos de Cristo tentando influenciar o mundo com suas vidas e comportamento real podem ter certeza de que desfrutarão da proteção do Pai.

É por isso que em Mt 5,16 diz: “[…] e dai graças ao vosso Pai. No Antigo e no Novo Testamento, é dito que Deus é nosso Pai misericordioso, cuidando de órfãos e viúvas, mostrando assim Seu grande amor (Is 63:16; Mal. 1: 1,6; Nm 11:12; Sal. 65:8)).

Tudo isso nos mostra que quem é filho do Pai que está no céu, por causa dessa paternidade, expressará sua identidade de filho de Deus por meio de um modo de vida diferente daquele que o mundo desprotegido está colocando em perigo.

CONCLUSÃO

Em um mundo dominado pelas trevas do pecado, somente a influência de um servo de Cristo pode trazer uma mudança real.

A luz divina deve brilhar de nós para que todos possam ver nossas boas obras e glorificar o Pai. Mas também é preciso lembrar que o Evangelho não será levado a sério entre pessoas sem um testemunho verdadeiro.

No entanto, se os cristãos mostrarem uma verdadeira mudança de vida, sinceridade sem fingimento, agiremos como o sal da terra e a luz do mundo.

Veja também: LIÇÃO 1 O SERMÃO DO MONTE: O CARÁTER DO REINO DE DEUS

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