EUA mostra preocupação com a liberdade religiosa na Índia

EUA mostra preocupação com a liberdade religiosa na Índia

O relatório sobre a liberdade religiosa internacional de 2022 (IRF) divulgado na segunda-feira (15) evidencia a preocupação dos Estados Unidos com a liberdade religiosa na Índia.

Durante um evento anual em Washington DC, realizado no início desta semana (15), o secretário de Estado, Antony Blinken, e o Embaixador Geral para a Liberdade Religiosa Internacional, Rashad Hussain, abordaram a questão da perseguição religiosa em todo o mundo.

Além disso, foi apresentado o Relatório de 2022 sobre Liberdade Religiosa Internacional (IRF), um documento amplamente reconhecido como uma das fontes mais confiáveis ​​quando se trata do tema da perseguição religiosa.

Durante uma teleconferência com repórteres, um alto funcionário do Departamento de Estado enfatizou a perseguição às minorias religiosas na Índia como um ponto destacado, ele mencionou:

linchamentos e outras formas de violência motivadas pelo ódio, ataques a locais de culto, demolição de residências e, em alguns casos, impunidade e até mesmo concessão de clemência para aqueles envolvidos em ataques contra minorias religiosas.

A impunidade prevalecente para os perseguidores na Índia é tão alarmante que muitos agem sem restrições, chegando ao ponto de filmar seus ataques e transmiti-los ao vivo nas redes sociais. Eles cometem crimes com a certeza de que não serão responsabilizados pelas autoridades locais.

De acordo com o relatório de 2022 da IRF, essa não é a primeira vez que os EUA se envolvem com o governo indiano em relação à questão da perseguição religiosa. Em setembro de 2022, o secretário adjunto de Estado para a Ásia do Sul e Central já havia se reunido com funcionários do governo indiano para:

encorajar mensagens positivas sobre pluralismo, tolerância e respeito aos direitos humanos, incluindo a liberdade religiosa.

As recentes declarações do Embaixador Hussain destacam a Índia como um exemplo de discurso de ódio contra muçulmanos em Hadiwar. Embora o secretário Blinken não tenha citado diretamente o país, ele fez comentários direcionados à China, Nicarágua, Irã e Mianmar.

Desde que o atual governo, liderado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, assumiu o poder em 2014, uma filosofia nacionalista foi estabelecida, que enxerga a Índia como uma nação hindu e deixa pouco espaço para outras religiões. Os muçulmanos representam apenas 14% da população, e a proporção de cristãos tem permanecido em torno de 2,3% por muitos anos.

A questão da liberdade religiosa tem sido um assunto delicado entre a Índia e os EUA, que possuem uma parceria estratégica devido à proximidade da Índia com a China e ao seu significativo peso econômico, que pode ser uma vantagem para os EUA em sua luta contra a China. No entanto, a Índia tem expressado regularmente sua indignação com as críticas dos Estados Unidos.

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