Ao longo da história, diversas mulheres tiveram papéis importantes na vida de grandes homens. Agar é um exemplo disso. Mesmo tendo sido uma serva, ela teve um filho que se tornou um grande personagem bíblico.
Essa é uma lição para todas as mulheres: mesmo em condições desfavoráveis, é possível fazer a diferença na vida das pessoas. Não desista nunca do seu sonho e lute por aquilo que você acredita!
Uma heroína bíblica incomum
Ela é facilmente uma das mulheres mais questionáveis da Bíblia – não por causa de algo que ela fez ou deixou de fazer, não por causa de onde ela veio ou para onde ela estava indo, mas mais porque só podemos supor a ampla gama de emoções ela deve ter sentido em sua vida.
A história de Agar é encontrada nas histórias de Abraão (Abrão) e sua esposa Sara (Sarai). Sem eles, saberíamos pouco ou nada sobre ela. Sabemos que ela veio do Egito e que possivelmente se juntou a Abraão e Sara durante e posteriormente após seu tempo naquele país (veja Gênesis 12:10-20).
Mas não sabemos nada de seu passado, apenas que ela se tornou uma serva ou escrava de Sara. Se ela foi comprada ou se entregou voluntariamente a Sara, simplesmente não podemos saber com nenhum grau de certeza.
Mas o que sabemos é que ela era cada centímetro uma mulher cheia de emoções.
Agar não é mencionada até Gênesis 16. É quando lemos que ela é uma serva de Sara, então chamada Sarai. Também aprendemos que Deus havia prometido a Abraão, então chamado Abrão, que sua descendência seria em números semelhantes às estrelas no céu – inumeráveis (ver Gênesis 15:5).
Mas dez longos anos se passaram e . . . nada. Nada de fraldas sujas para trocar, nada de pezinhos correndo aqui e ali, nada de fases difíceis para passar ou risadinhas para se deliciar.
Naquela época, acreditava-se que uma mulher sem filhos era amaldiçoada ou, nas culturas politeístas, estava sob algum tipo de punição dos deuses. Um marido tinha, portanto, o direito de se divorciar de sua esposa por causa de sua incapacidade de engravidar.
No entanto, muitos maridos amavam suas esposas e não queriam se divorciar delas. Ainda assim, eles precisavam que seu nome continuasse, então a lei forneceu uma saída. Uma mulher podia dar sua serva ao marido, o marido se “deitava” com a mulher e, uma vez que a criança nascesse, a criança era considerada parte da casa do marido e da esposa.
Apesar de Deus ter dito a Abrão e Sarai que confiassem nele, Sarai decidiu cair nessa lei antiga. Ela chamou Agar para “deitar com” Abrão. . . e Agar concebeu.
Os melhores planos
Os melhores planos de ratos e homens muitas vezes dão errado, escreveu o poeta escocês Robert Burns (1759-1796).
E assim, foi para sarai. Agar engravidou, as coisas viraram de cabeça para baixo por um tempo, Deus prometeu a Agar que ela teria um filho, mas Ele também a avisou que esse filho, a quem ela chamaria de Ismael, viveria em hostilidade aberta com seus parentes (ver Gênesis 16: 12).
Não se pode deixar de imaginar, então, como Agar criou seu filho. Ela plantou essas palavras em seu coração? Ela contou a história de Deus encontrando-a um dia, indefesa e sozinha, grávida e rejeitada, enquanto voltava para o Egito?
Ela disse algo como: “E então o Senhor me disse que eu te chamaria de Ismael, o que significa que Deus ouve, e Ele me disse que você cresceria para ser um homem selvagem, que você levantaria seu punho para todos, e todos levantariam o punho para você, e que você e seus irmãos viveriam em hostilidade”?
Será que, ao relembrar sua história do “Momento de Deus”, ela colocou em movimento as engrenagens da atitude de Ismael? Se ela fez isso de propósito ou não, não sabemos. Mas certamente, ela compartilhou sua história com seu filho.
Quatorze anos após o nascimento de Ismael, Sarai – agora chamada Sara – deu à luz o filho prometido, Isaque. Cerca de três anos depois, depois que Isaque foi desmamado, Abraão deu uma festa (já que muitas crianças morriam cedo naquela época, e as famílias muitas vezes celebravam depois que as crianças eram desmamadas).
A Bíblia nos diz em Gênesis 21 que Ismael, agora com cerca de dezessete anos, provocou seu irmãozinho e que, depois de testemunhar isso, Sara foi até Abraão e disse: “Livre-se daquela escrava e de seu filho, pois o filho daquela mulher nunca compartilhe a herança com meu filho Isaque” (Gênesis 21:10).
Isso perturbou Abraão; ele amava os dois filhos. Quando ele levou o assunto a Deus, porém, Deus concordou com Sara.
Agar e seu filho, nascidos fora da lei e do costume, tiveram que ir.
Mesmo tendo recebido a promessa de que seria pai de uma multidão de descendentes, Abraão sabia que não seria fácil ver todos esses descendentes serem gerados. Ismael era apenas um dos filhos que ele teria, e Deus já tinha falado sobre os filhos de Ismael.
Mesmo assim, Abraão confiou em Deus e continuou acreditando na promessa. Hoje, somos abençoados por termos tantos descendentes espalhados pelo mundo! Essa é uma prova da fidelidade de Deus e do Seu amor por nós.
Ainda que às vezes pareça impossível ver o plano de Deus se cumprir, podemos confiar Nele e saber que Ele está no controle de tudo. Que exemplo incrível Abraão nos deu!
Quanto custa uma garrafa de água ou uma fatia de pão?
Abraão ficou com o coração partido, mas na manhã seguinte ele pegou um odre e um pouco de pão e os colocou no ombro de Agar, então mandou ela e seu filho embora.
É isso. Uma pequena “garrafa” de água e um pequeno “pão” para os dois.
Pelo que podemos entender, parece que Agar estava voltando para o Egito, como havia feito em Gênesis 16, quando as coisas ficaram feias entre ela e Sara. Desta vez, porém, ela vagueia. Sai do curso. Ficou sem rumo, andando por um caminho tortuoso no deserto ao redor de Berseba (Gênesis 21:14), quando o que ela precisava era de uma estrada reta.
O pão e a água acabaram. Tanto ela quanto seu filho quase crescido ficaram com fome e sede. Incapaz de suportar a ideia de vê-lo sofrer, ela o colocou debaixo de um arbusto e então se afastou o suficiente para não o ver morrer ou ouvi-lo chorar.
Mas ele estava chorando. E ela também. Eles estavam quebrados. A vida tinha virado de cabeça para baixo. De pernas para o ar. Não havia ninguém a quem clamar a não ser Deus, e naquele momento, eles descobriram que Ele era tudo o que realmente precisavam.
A pergunta que Deus fez
Qual é o problema, Agar?
Observe algo aqui. Deus não está perguntando por que Ele não sabe a resposta. Na verdade, Ele diz a ela em Seu próximo suspiro que Ele ouviu os clamores de seu filho e que ela deveria voltar para ele e consolá-lo porque “farei dele uma grande nação”.
Há algo mais para vermos – Deus a chamou pelo nome. Ele não apenas a chamou pelo nome, mas Ele a fez saber que Ele se importava. Qual é o problema não é algo que se pergunte se não se importa.
E Ele ainda se importa. Mesmo quando erramos – ou nossos filhos erram – Deus cuida de Seus filhos. Ele nos ama individualmente, e é por isso que a chamou pelo nome.
Então a visão de Agar clareou, e ela viu um poço, com bastante água para ela e seu filho, que estava lá o tempo todo.
Não consigo ver a floresta pelas árvores
Às vezes, quando a vida se torna insuportável e sentimos o peso dela em nossos ombros, é difícil ver que as respostas muitas vezes estão bem na nossa frente. Ficamos tão sobrecarregados com o problema que esquecemos quem tem a solução.
Também esquecemos que Ele se importa. Se chegarmos ao Seu trono, se nos sentarmos ao Seu escabelo, se colocarmos nossas cabeças em Seu joelho e permitirmos que Sua mão descanse sobre nossa cabeça, nós O ouviremos dizer: “Qual é o problema, meu filho? ” E, se ouvirmos calmamente o suficiente, nós O ouviremos nos chamar pelo nosso nome.
Deus é um Pai Amoroso que ama Seus filhos incondicionalmente. Não importa a situação em que nos encontremos, Deus se preocupa conosco e está sempre disposto a nos ajudar. Independentemente de qual seja o nosso problema, Deus está do nosso lado para nos guiar e proteger.
Mesmo quando as coisas parecem estar indo mal, Deus permanece fiel à Sua promessa de nunca nos abandonar. Creio firmemente que Deus é o melhor amigo que podemos ter, pois Ele nos conhece intimamente e sabe exatamente o que precisamos para sermos felizes.
É comum ficarmos incomodados com diversas coisas ao longo do dia, mas nem sempre é fácil verbalizar esses sentimentos. Às vezes, temos medo da repercussão que nossas palavras podem ter, outras vezes achamos que ninguém vai nos entender.
Mas é importante tentar falar sobre o que está incomodando, pois só assim saberemos se realmente há algo a ser feito. Muitas vezes, basta conversar para resolver um problema e, quem sabe, até mesmo construir uma amizade duradoura. Então, por que você não o deixa saber o que está incomodando você? . . e, em seguida, abra os olhos para a resposta.
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