Mateus 15 é um capítulo rico em ensinamentos sobre a verdadeira adoração, a fé genuína e a compaixão de Jesus.
Aqui, encontramos conflitos entre Jesus e os fariseus, a lição da mulher cananeia e a multiplicação dos pães, que reforçam a soberania e o amor de Deus por todas as pessoas.
Ao longo deste estudo, exploraremos cada versículo para compreender melhor o contexto, o significado e as aplicações práticas para a vida cristã.
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🔗 Leitura recomendada: Veja também nosso estudo sobre Mateus 14: O Significado, Lições e Aplicações e entenda como ele se conecta ao capítulo 15.
O que você vai aprender nesse post:
Mateus 15:1-2 – O Confronto com os Fariseus
Mateus 15 começa com um embate entre Jesus e os fariseus, que viajaram de Jerusalém para confrontá-lo. O motivo da questão era a conduta dos discípulos de Jesus, que, segundo os fariseus, não seguiam a tradição dos anciãos.
Então, vieram de Jerusalém a Jesus alguns fariseus e escribas, e perguntaram: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. (Mateus 15:1-2)
Os fariseus estavam preocupados com rituais exteriores e não com a pureza espiritual verdadeira. O ato de lavar as mãos antes das refeições era um costume estabelecido pelos líderes religiosos como símbolo de santidade, mas não era um mandamento divino.
Para eles, seguir essa tradição era sinônimo de obediência a Deus. No entanto, Jesus os confrontaria mostrando que estavam mais focados em rituais externos do que na transformação do coração.
Para os fariseus, as tradições dos anciãos tinham um peso semelhante ao da Lei de Moisés. Porém, muitas vezes, essas tradições se tornavam um fardo pesado e até mesmo contradiziam os mandamentos divinos.
Isso levava a uma religiosidade vazia, onde aparência era mais importante do que o relacionamento com Deus. Esse mesmo problema pode ser visto hoje, quando regras e costumes são colocados acima da verdade bíblica, gerando um legalismo que oprime em vez de libertar.
Será que, em nossa caminhada cristã, estamos mais preocupados em seguir tradições humanas do que em viver uma vida realmente transformada pelo Evangelho?
A preocupação dos fariseus com a impureza ritual estava fundamentada na crença de que algo externo poderia contaminar espiritualmente o homem. No entanto, Jesus traria uma nova perspectiva sobre a pureza, explicando que o que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas sim o que sai do coração (Mateus 15:11).
Essa declaração confrontava diretamente a tradição dos fariseus, pois ensinava que a pureza verdadeira não está nos ritos externos, mas na condição do coração.
Se deseja entender mais sobre o contexto de Mateus 15 e a relação entre Jesus e a Lei, confira Mateus 12: A Autoridade de Jesus.
Mateus 15:3-6 – A Hipocrisia Religiosa
Jesus responde ao questionamento dos fariseus com uma acusação direta sobre a hipocrisia deles. Em vez de simplesmente responder à acusação sobre o ritual de lavar as mãos, ele expõe um problema muito mais grave: como os fariseus anulavam os mandamentos de Deus em favor das suas próprias tradições.
Ele, porém, lhes respondeu: E por que transgredis vós também o mandamento de Deus por causa da vossa tradição? Pois Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, seja punido de morte. Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é oferta ao Senhor; esse jamais precisará honrar seu pai ou sua mãe. E assim invalidastes a palavra de Deus por causa da vossa tradição. (Mateus 15:3-6)
Aqui, Jesus denuncia um costume conhecido como Corbã, uma prática em que alguém poderia declarar seus bens como “oferta a Deus”, livrando-se assim da obrigação de ajudar seus pais.
Dessa forma, os fariseus permitiam que uma tradição humana anulasse o quinto mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe” (Êxodo 20:12).
Essa prática era um exemplo claro de como os líderes religiosos manipulavam a lei para justificar seu egoísmo e dureza de coração. Em vez de usarem seus recursos para ajudar suas famílias, usavam a tradição para evitar essa responsabilidade, alegando que estavam servindo a Deus.
O problema não era a dedicação de bens a Deus, mas sim a hipocrisia de usá-la como desculpa para não obedecer ao mandamento divino.
Isso nos ensina que a verdadeira obediência a Deus não pode ser substituída por rituais e tradições humanas. De nada adianta praticar cerimônias religiosas se o coração está distante dos princípios da justiça, misericórdia e amor.
Esse alerta continua relevante hoje: quantas vezes pessoas usam “desculpas religiosas” para evitar responsabilidades reais diante de Deus e dos outros?
Reflexão: Será que estamos verdadeiramente cumprindo a vontade de Deus ou usamos regras e costumes religiosos como justificativa para não obedecer ao que Ele realmente quer de nós?
Leia também Mateus 11: O Chamado de Jesus ao Descanso e veja como Jesus chama para um relacionamento verdadeiro, em vez de um fardo de regras humanas.
Mateus 15:7-9 – O Culto Vazio dos Fariseus
Jesus não apenas expõe a hipocrisia dos fariseus, mas os acusa diretamente de serem hipócritas, citando as palavras do profeta Isaías.
Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. (Mateus 15:7-9)
Aqui, Jesus destaca que a religiosidade dos fariseus era superficial. Eles mantinham um discurso aparentemente piedoso, mas seus corações estavam distantes de Deus.
A fé que professavam era meramente exterior, baseada em tradições humanas, e não em uma busca genuína pelo Senhor.
A citação de Isaías (Isaías 29:13) mostra que esse tipo de culto vazio não era um problema novo. No Antigo Testamento, Deus já advertia sobre aqueles que fingiam piedade, mas cujo coração não estava comprometido com Ele.
Essa mesma realidade se repetia nos dias de Jesus e continua sendo um perigo para os cristãos de hoje.
Muitas pessoas podem parecer religiosas – frequentando cultos, orando em público e citando versículos – mas, se seus corações não estiverem realmente entregues a Deus, toda essa prática será vazia.
Jesus ensina que não basta seguir rituais religiosos se não houver um relacionamento real e sincero com Deus.
Esse alerta deve nos levar a refletir sobre nossa própria caminhada espiritual: Estamos adorando a Deus em espírito e em verdade ou apenas repetindo tradições sem significado real?
Se você deseja aprofundar-se na importância de ouvir e seguir a Palavra de Deus, recomendo a leitura de A Palavra de Deus Ilumina Seu Caminho Diário.
Mateus 15:10-11 – O Que Realmente Contamina o Homem
Após expor a hipocrisia dos fariseus, Jesus se volta para a multidão e ensina uma verdade essencial sobre a pureza espiritual.
E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi e entendei: Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. (Mateus 15:10-11)
Esse ensinamento desafia diretamente a tradição judaica. Os fariseus acreditavam que certos alimentos, se ingeridos sem o devido ritual de purificação, tornavam a pessoa espiritualmente impura.
Mas Jesus revela algo muito mais profundo: a contaminação verdadeira não vem do que é ingerido, mas do que sai do coração e se manifesta através das palavras e ações.
Essa afirmação não apenas corrige um erro dos fariseus, mas também prepara o caminho para a nova aliança, na qual a santidade não está mais vinculada a ritos alimentares, mas à transformação interior operada por Deus.
Jesus ensina que a impureza moral não está nos alimentos ou em regras externas, mas no coração humano. Isso nos leva a refletir: O que temos deixado sair da nossa boca? São palavras que edificam ou que destroem?
O que falamos reflete quem realmente somos. O coração cheio de orgulho, amargura e pecado produzirá palavras más. Mas um coração transformado por Deus será fonte de palavras que trazem vida.
Se deseja aprofundar-se mais sobre como a Palavra de Deus guia nossas atitudes e palavras, leia Ouvir a Voz de Deus nos Pequenos Detalhes.
Mateus 15:12-14 – O Cego Guiando Outro Cego
Após a forte declaração de Jesus sobre o que realmente contamina o homem, os discípulos ficam preocupados com a reação dos fariseus.
Então, aproximando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essa palavra, se escandalizaram? Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco. (Mateus 15:12-14)
Aqui, vemos claramente que os ensinos de Jesus confrontavam a estrutura religiosa da época. Os fariseus, que se consideravam líderes espirituais do povo, se escandalizaram com as palavras de Jesus, pois Ele desafiava suas tradições e expunha sua hipocrisia.
No entanto, Jesus não se preocupa com a ofensa deles. Em vez disso, declara que “toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada”, revelando que sistemas religiosos falsos e líderes espirituais corruptos não permanecerão.
Aqueles que distorcem a Palavra de Deus em favor de tradições humanas serão removidos no tempo determinado por Deus.
A metáfora dos cegos guiando cegos é uma das imagens mais poderosas usadas por Jesus. Os fariseus, em sua arrogância, acreditavam que estavam guiando o povo para Deus, mas na realidade eram espiritualmente cegos.
Como resultado, aqueles que seguiam seus ensinos acabariam no mesmo destino de destruição.
Esse alerta de Jesus nos leva a refletir sobre quem estamos seguindo. Há muitas vozes religiosas que ensinam doutrinas erradas, fundamentadas em tradições humanas e não na verdade da Palavra de Deus.
Devemos sempre examinar as Escrituras e buscar discernimento para não sermos enganados por falsos guias.
Reflexão: Estamos baseando nossa fé em tradições humanas ou na Palavra viva de Deus? Estamos seguindo líderes espirituais que realmente apontam para Cristo ou apenas para regras e doutrinas criadas por homens?
Se deseja aprofundar-se mais na importância de ter discernimento espiritual e não seguir falsos mestres, recomendo a leitura de O Que a Bíblia Diz Sobre Falsos Profetas.
Mateus 15:15-20 – O Coração Humano e o Pecado
Pedro, ainda sem compreender completamente o que Jesus acabara de ensinar, pede uma explicação mais clara sobre a afirmação de que “não é o que entra pela boca que contamina o homem”.
Então, Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola. Jesus, porém, disse: Também vós ainda estais sem entendimento? Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre e é lançado fora? Mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos não contamina o homem. (Mateus 15:15-20)
Nesta explicação, Jesus reafirma um ensinamento central: a impureza espiritual não vem de fatores externos, mas do próprio coração humano.
Os fariseus estavam preocupados com rituais de purificação, como lavar as mãos antes das refeições, acreditando que isso mantinha alguém espiritualmente puro.
No entanto, Jesus ensina que o problema real não está no que entra no corpo, mas no que sai dele – ou seja, as palavras e ações que refletem o que está dentro do coração.
O verdadeiro problema: o coração humano
Jesus menciona uma lista de pecados que nascem no coração:
✔ Maus pensamentos – A origem de toda a corrupção moral começa na mente.
✔ Homicídios – Todo assassinato começa com ódio e rancor no coração.
✔ Adultérios e prostituição – A imoralidade sexual nasce nos desejos e pensamentos impuros.
✔ Furtos – O desejo de tomar o que não é seu vem da ganância e falta de contentamento.
✔ Falsos testemunhos e blasfêmias – Mentiras e palavras contra Deus refletem um coração sem temor.
Jesus deixa claro que são essas coisas que verdadeiramente contaminam uma pessoa, não os alimentos ou rituais externos. Isso significa que a transformação deve acontecer de dentro para fora.
Os fariseus estavam focados em manter uma aparência de santidade, enquanto por dentro estavam cheios de corrupção e pecado. Esse é um alerta para todos nós: Não basta ter uma religião exterior; Deus quer um coração puro e transformado.
Você tem se preocupado mais com rituais externos do que com a condição do seu coração? O que suas palavras e ações revelam sobre seu interior?
Para aprofundar-se mais sobre a corrupção do coração humano e como a graça de Deus pode restaurá-lo, recomendo a leitura de Lição 10: O Pecado Corrompeu a Natureza Humana.
Posso seguir para Mateus 15:21-28 – A Fé da Mulher Cananeia? 🚀
Mateus 15:21-28 – A Fé da Mulher Cananeia
Após seu confronto com os fariseus, Jesus se retira para a região de Tiro e Sidom, uma área habitada por gentios. Ali, Ele encontra uma mulher cananeia que clama desesperadamente por ajuda.
E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom. E eis que uma mulher cananeia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! A minha filha está miseravelmente endemoninhada. (Mateus 15:21-22)
Esse encontro é extremamente significativo porque os cananeus eram inimigos históricos de Israel e vistos como impuros pelos judeus.
No entanto, essa mulher, mesmo sendo gentia, reconhece Jesus como o Messias, chamando-o de Filho de Davi e implorando por sua misericórdia.
O Silêncio de Jesus e a Persistência da Mulher
Surpreendentemente, Jesus não responde imediatamente ao clamor dela.
Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem gritando atrás de nós. (Mateus 15:23)
Os discípulos parecem incomodados com a insistência da mulher e pedem que Jesus a mande embora. Porém, em vez disso, Jesus dá uma resposta enigmática:
Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. (Mateus 15:24)
Isso pode parecer uma rejeição, mas Jesus está testando a fé dela. Ele quer ver até onde sua fé vai e se ela realmente crê nele como Salvador.
Mas a mulher não desiste. Ela se prostra diante de Jesus e implora novamente:
Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! (Mateus 15:25)
Ela não está preocupada com barreiras culturais ou religiosas; ela simplesmente sabe que Jesus é a única esperança para sua filha.
A Resposta Desafiadora e a Grande Fé da Mulher
Jesus então lhe responde de forma ainda mais dura:
Não é bom pegar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. (Mateus 15:26)
Aqui, Jesus usa uma metáfora forte. “Os filhos” se referem aos judeus, e “os cachorrinhos” representam os gentios. Isso não significa que Jesus desprezava os gentios, mas sim que a salvação foi primeiramente oferecida a Israel.
A reação da mulher, no entanto, é impressionante.
Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. (Mateus 15:27)
Com essa resposta, ela demonstra humildade e fé inabalável. Ela aceita a posição dos gentios, mas confia que até uma migalha do poder de Jesus é suficiente para transformar sua vida.
Jesus Exalta Sua Fé e Realiza o Milagre
Diante dessa demonstração de fé, Jesus responde:
Ó mulher, grande é a tua fé! Seja feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã. (Mateus 15:28)
Essa é uma das poucas vezes que Jesus elogia a fé de alguém de maneira tão expressiva. O mais notável é que essa fé não veio de um judeu, mas de uma mulher gentia e rejeitada pela sociedade judaica.
Esse relato ensina que a fé verdadeira não está ligada à nacionalidade ou à posição religiosa, mas à confiança total em Jesus. Ele responde não à posição das pessoas, mas à sinceridade do coração delas.
✔ A fé verdadeira não desiste diante das dificuldades. Mesmo quando parece que Deus está em silêncio, devemos continuar confiando nele.
✔ A humildade atrai o coração de Deus. A mulher reconheceu sua posição, mas também soube que o poder de Jesus era grande o suficiente para atendê-la.
✔ Deus não rejeita ninguém que vem a Ele com um coração sincero. A salvação não é exclusiva de um grupo, mas está disponível a todos que creem.
Se deseja se aprofundar mais na fé dessa mulher e como ela pode inspirar nossa caminhada, leia A Fé da Mulher Cananeia.
Mateus 15:29-31 – Jesus Cura Multidões
Após o encontro com a mulher cananeia, Jesus segue para a região do mar da Galileia e sobe a um monte. Lá, uma multidão se reúne ao seu redor, trazendo muitos doentes para serem curados.
Partindo Jesus dali, foi para junto do mar da Galileia e, subindo ao monte, assentou-se ali. E vieram a ele muitas multidões, trazendo consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros, e os puseram aos seus pés; e ele os curou. (Mateus 15:29-30)
Essa cena mostra o imenso poder e compaixão de Jesus. Diferente dos fariseus, que se preocupavam apenas com regras e tradições, Jesus acolhia os necessitados, restaurava vidas e oferecia esperança aos que não tinham nenhuma.
A variedade de doentes mencionados – coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros – indica que Ele estava realizando milagres em grande escala.
Nenhuma doença ou condição era impossível para Ele. Todos que se achegavam a Jesus eram curados.
A Reação do Povo: Glorificando a Deus
O impacto dessas curas foi tão grande que a multidão não conseguiu conter sua admiração:
De modo que a multidão se maravilhou, ao ver que os mudos falavam, os aleijados saravam, os coxos andavam e os cegos viam. Então glorificavam ao Deus de Israel. (Mateus 15:31)
Aqui, vemos um detalhe importante: as pessoas glorificavam a Deus. Os milagres de Jesus não tinham o objetivo de engrandecer seu próprio nome, mas sim de revelar o poder de Deus e levar as pessoas a adorá-Lo.
O fato de Mateus mencionar que glorificavam ao Deus de Israel pode indicar que muitos dos presentes eram gentios. Isso reforça o ensinamento de que o reino de Deus não era apenas para os judeus, mas para todas as nações.
✔ Jesus está sempre acessível para os necessitados. Qualquer um pode se achegar a Ele, independentemente de sua condição.
✔ O poder de Deus é ilimitado. Não há problema ou enfermidade que Ele não possa curar.
✔ Os milagres devem nos levar a glorificar a Deus. A obra de Jesus sempre tem como objetivo revelar o amor e a soberania de Deus.
Se deseja entender mais sobre os milagres de Jesus e como eles demonstram seu poder e compaixão, recomendo a leitura de Mateus 9: Lições de Fé e Cura na Vida de Jesus.
Mateus 15:32-39 – A Segunda Multiplicação dos Pães
Após curar a multidão, Jesus percebe que as pessoas estavam famintas depois de passar três dias com Ele. Então, movido por compaixão, Ele expressa sua preocupação aos discípulos.
E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já há três dias que estão comigo e não têm o que comer; e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho. (Mateus 15:32)
Diferente da primeira multiplicação dos pães (Mateus 14:13-21), onde Jesus alimentou cinco mil pessoas, aqui Ele alimentará quatro mil.
A preocupação d’Ele não era apenas com a cura física, mas também com as necessidades básicas das pessoas. Isso demonstra que Deus se importa com o nosso bem-estar em todas as áreas da vida.
A Dúvida dos Discípulos
Mesmo tendo presenciado a primeira multiplicação, os discípulos ainda não compreendiam plenamente o poder de Jesus. Eles questionam como poderiam alimentar tanta gente em um lugar deserto.
E os seus discípulos disseram-lhe: De onde nos viriam num deserto tantos pães para saciar tal multidão? (Mateus 15:33)
Essa resposta mostra que, apesar dos milagres anteriores, os discípulos ainda não tinham aprendido a confiar plenamente em Jesus.
Muitas vezes, somos como eles: Deus já fez milagres em nossas vidas, mas quando um novo desafio surge, voltamos a duvidar.
O Milagre da Multiplicação
Jesus, então, pergunta quantos pães têm disponíveis.
E Jesus perguntou-lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete, e alguns peixinhos. Então mandou à multidão que se assentasse no chão. (Mateus 15:34-35)
Assim como na primeira multiplicação, Jesus organiza a multidão antes de realizar o milagre. Isso mostra que Deus age com ordem e propósito.
Então, Ele realiza a multiplicação:
E tomando os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos, à multidão. E todos comeram, e se fartaram; e levantaram, do que sobejou, sete cestos cheios de pedaços. (Mateus 15:36-37)
A multidão não apenas comeu, mas se fartou, e ainda sobrou comida. Esse detalhe é importante porque mostra que Deus não dá apenas o suficiente, Ele dá em abundância.
No final, Mateus relata:
Ora, os que tinham comido eram quatro mil homens, além de mulheres e crianças. (Mateus 15:38)
Ou seja, o número total de pessoas era muito maior. Após o milagre, Jesus despede a multidão e segue viagem.
✔ Deus se preocupa com todas as áreas da nossa vida, incluindo nossas necessidades básicas.
✔ Mesmo após vermos Deus agir no passado, às vezes duvidamos quando surge um novo desafio. Precisamos confiar mais n’Ele.
✔ Quando entregamos a Deus o que temos, Ele multiplica e faz além do que podemos imaginar.
Se deseja se aprofundar mais nesse milagre e como ele se relaciona com a providência divina, leia A Segunda Multiplicação dos Pães.
Conclusão
O capítulo 15 de Mateus nos ensina verdades profundas sobre a verdadeira pureza, a fé genuína e a compaixão de Jesus.
Através dos encontros com os fariseus, a mulher cananeia e a multidão faminta, Jesus nos mostra que o que importa não são rituais exteriores, mas um coração transformado.
Lições principais de Mateus 15:
✔ A religiosidade vazia não agrada a Deus – Os fariseus estavam mais preocupados com tradições humanas do que com a obediência sincera a Deus. O mesmo acontece hoje quando damos mais valor às regras do que ao relacionamento com Cristo. (Mateus 15:1-9)
✔ O que contamina o homem vem do coração – Pecados como mentira, inveja e imoralidade nascem dentro de nós. Por isso, devemos buscar uma transformação interior através da Palavra de Deus. (Mateus 15:10-20)
✔ A fé verdadeira ultrapassa barreiras – A mulher cananeia nos ensina que Deus honra aqueles que têm fé e persistência, independentemente de sua origem ou status. (Mateus 15:21-28)
✔ Deus se importa com as nossas necessidades – A segunda multiplicação dos pães nos lembra que Jesus cuida tanto da nossa alma quanto do nosso corpo. Ele provê para nós no tempo certo. (Mateus 15:29-39)
Aplicação para a vida cristã:
💡 Como está sua adoração? Você está apenas seguindo tradições ou realmente buscando um relacionamento sincero com Deus?
💡 Você tem guardado seu coração? Suas palavras e ações refletem um coração purificado por Cristo?
💡 Você tem fé suficiente para perseverar? Assim como a mulher cananeia, você confia que Deus responde suas orações no tempo certo?
💡 Você acredita que Deus pode suprir suas necessidades? Ele ainda é o mesmo que multiplicou os pães.
Se deseja fortalecer sua caminhada espiritual e aprofundar-se na leitura da Bíblia, recomendo o estudo Mateus 13: O Reino de Deus nas Parábolas, que ensina mais sobre como Deus age no mundo e em nossas vidas.
Perguntas Frequentes sobre Mateus 15
1. O que significa “não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca”?
Jesus ensinou que a verdadeira impureza espiritual não está no que uma pessoa come, mas sim no que ela diz e faz. As palavras e ações refletem o que está no coração. Se o coração está cheio de ódio, inveja e pecado, isso é o que realmente contamina alguém aos olhos de Deus. (Mateus 15:10-20)
2. Por que Jesus ignorou a mulher cananeia no início?
Ele não a ignorou por desprezo, mas testou sua fé e persistência. A resposta de Jesus parecia uma rejeição, mas Ele queria mostrar que a salvação, antes prometida a Israel, também estava disponível aos gentios que tivessem fé verdadeira. A mulher provou sua humildade e confiança, e sua oração foi atendida. (Mateus 15:21-28)
3. Qual a diferença entre tradição e mandamento de Deus?
As tradições são regras criadas pelos homens, muitas vezes baseadas em costumes religiosos. Já os mandamentos de Deus são as verdades imutáveis reveladas na Bíblia. O problema ocorre quando as tradições são colocadas acima da Palavra de Deus, como faziam os fariseus. (Mateus 15:1-9)
4. O que significa “cegos guiando cegos”?
Jesus usou essa metáfora para descrever os fariseus, que se viam como líderes espirituais do povo, mas estavam espiritualmente cegos. Aqueles que os seguiam acabariam no mesmo caminho de destruição, pois confiavam em líderes que não conheciam a Deus de verdade. (Mateus 15:14)
5. Quantas vezes Jesus multiplicou os pães?
Esse capítulo nos ensina que:
✔ O mais importante não é a aparência religiosa, mas um coração sincero diante de Deus.
✔ Devemos confiar que Deus cuida de todas as nossas necessidades.
✔ A fé verdadeira vence barreiras e recebe a resposta de Deus.
Se deseja aprender mais sobre como Jesus ensinou sobre o coração humano e a necessidade de transformação espiritual, recomendo Lição 10: O Pecado Corrompeu a Natureza Humana.
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